Novo Aston Martin DB12 perde V12 e ganha V8 biturbo com 680 cv

Com o novo DB12 a Aston Martin entra em território onde habitam o Ferrari Roma, Bentley Continental GT e McLaren GT.

Para estar à altura das exigências, conta com um V8 biturbo com 680 cv, transportados por um chassis melhorado e uma carroçaria que faz sonhar.

Só assim pode ter aspirações a, mais do que um Grand Tourer (GT), se tornar um Super Tourer, como a marca o designa.

Os britânicos sabem celebrar uma ocasião especial. Seja a tomada de posse de um novo monarca, na comemoração de uma data de uma batalha histórica importante ou, com contornos menos épicos, simplesmente uma efeméride da criação de uma marca de automóveis ou do lançamento de um modelo.

E a Aston Martin assinala, este ano, os 110 anos da fundação da aristocrática marca e a apresentação da primeira geração do DB, há 75 anos.

E de todos os DB que saíram das linhas de montagem da Aston nestes três quartos de século, qual o melhor de todos? É mais ou menos consensual a resposta: o DB5 e não por ter sido guiado pelo melhor espião ao serviço de Sua Majestade, James Bond de seu nome.

Não estranha, portanto, que não tenham sido poupados esforços para fazer do novo DB12 um carro fora de série, um presente de aniversário daqueles que nunca serão esquecidos.

Aston Martin DB12, o “Super Tourer”

O Aston Martin DB12 é definido pela própria marca como um “Super Tourer”, até porque “Grand is not enough” (grande não é suficiente), numa clara alusão ao episódio 19 da saga Bond, “The world is not enough”, estreado em 1999.

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E quando o rufo dos tambores é assim tão alto, o melhor é mesmo corresponder às expetativas criadas e usar como referências o Bentley Continental GT (V8, 550 cv), o Ferrari Roma e o McLaren GT, cada qual com os seus V8 e 620 cv.

E, depois, acrescentar um bónus de, pelo menos, mais 60 cv e um pico de binário de 800 Nm num largo planalto de rotações por minuto, entre as 2750 e as 6000.

Isso quer dizer que esta nova geração do V8 biturbo de 4,0 l — de origem AMG —, eleva a potência em nada menos do que 34% em relação ao DB11. Isso explica como será capaz de atingir os 100 km/h em escassos 3,6s e depois prosseguir até uma velocidade de ponta de 325 km/h.

E já começamos a perceber de onde vem essa pretensão de lhe chamar algo superior, como Super Tourer.

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V8 mais potente que V12

Os 680 cv do 4.0 V8 biturbo superam inclusive os 640 cv do 5.2 V12 biturbo do anterior DB11 AMR, ao mesmo tempo que retira 100 kg sobre o eixo dianteiro.

Apesar de DB12 ser uma designação que está a pedir um 12 cilindros, o V12 por agora não faz parte dos planos da Aston Martin para este seu “Super Tourer”.

Para suplantar a mais nobre das arquiteturas, os engenheiros britânicos tiveram de munir-se de toda a «criatividade» para esticar a performance do V8 biturbo do novo DB12.

Uma das medidas mais determinantes foi a adoção de dois turbocompressores maiores e do reforço do sistema de arrefecimento. Por outro lado, as aberturas na carroçaria para arrefecimento são significativamente maiores, em 56%, do que no DB11 para que o motor não sofra com falta de ar.

Acresce que o radiador de óleo tem o dobro do tamanho e para que o ciclo funciona a preceito, o ar quente escapa-se através de duas narinas no capô. Dentro do motor há uma cambota mais rígida e a taxa de compressão foi alterada com o objetivo de elevar o rendimento máximo desta motorização.

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Em complemento, a caixa automática de oito velocidades tem uma desmultiplicação final mais curta (3,083:1) para que os ganhos em potência possam ser aproveitados ao máximo ao serem convertidos para as prestações dinâmicas do Aston Martin DB12.

Dinâmica apurada

Este é o primeiro Aston Martin da série DB a contar com os serviços de um autoblocante traseiro eletrónico (e-diff) capaz de ir de totalmente “aberto” a um bloqueio de 100% em questão de milésimas de segundo.

E para além da adoção de novos amortecedores eletrónicos que permitem um espetro mais alargado de afinação e de barras estabilizadores mais rígidas, a elegante carroçaria em alumínio também viu a sua rigidez torsional aumentar em 7%.

A junção destes ingredientes resulta num comportamento mais desportivo e num mais alargado leque de possibilidades de afinação (segundo a Aston Martin) às ordens do condutor através de cinco diferentes programas de condução: Eco, Comfort, GT, Sport e Sport Plus. As suas designações dispensam explicações.

Os programas são selecionados através de um clássico comando rotativo posicionado mesmo em frente ao comando da transmissão. Já o controlo de estabilidade dispõe de quatro modos de funcionamento: molhado (wet), ligado (on), desligado (off) e pista (track). Para potenciar a aderência no asfalto são montados pneus mistos 275/35 à frente e 305/30 atrás.

Revolução tecnológica

No interior do Aston Martin DB12 chama a atenção a consola central larga e ligeiramente ascendente e o novo ecrã tátil central, de 10,25”, inclinado para trás. Ao mesmo tempo confere uma nota mais moderna a um habitáculo que ainda se pode considerar bastante clássico.

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A grande novidade é o novo sistema de infoentretenimento, o primeiro da nova divisão de software da Aston Martin, deixando para trás o sistema desatualizado de origem Mercedes.

E isto significa que o DB12 pode receber atualizações remotas e passa a ser compatível com Android Auto e Apple CarPlay, que o DB11 não permitia.

Quando chega?

As vendas do Aston Martin DB12 começam na Europa no terceiro trimestre deste ano, com preços a começar, previsivelmente, acima dos 260 000 euros em Portugal.

Press-Inform / Joaquim Oliveira

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