Desde 42 573 euros
Testámos o Mazda CX-30 e-Skyactiv-X. É tão económico como promete?
No «papel», o motor e-Skyactiv-X promete juntar o melhor dos motores a gasolina e gasóleo. Para descobrir se o faz, testámo-lo no Mazda CX-30.

Depois de já termos testado o Mazda CX-30 com os motores Skyactiv-G nas versões de 122 cv e 150 cv, chegou a hora de o pôr à prova com o revolucionário e-Skyactiv-X.
Descrito como “um motor a gasolina que funciona como um Diesel”, o e-Skyactiv-X continua a ser uma «pedrada no charco» numa era em que a maioria das marcas estão a desinvestir nos motores a combustão.
Para saberem como funciona o motor mais potente do CX-30, o melhor é lerem este artigo. Mas para descobrirem se na «vida real» este consegue ser tão económico como promete o melhor é mesmo manterem-se deste lado.
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Como um Diesel? Nem por isso
Apesar de «funcionar como um Diesel», mal ligamos o motor torna-se evidente que debaixo do capô «mora» um propulsor que consome gasolina. Essa certeza é dada pela ausência do matraquear típico dos motores a gasóleo.
Depois disso, e uma vez em andamento, o e-Skyactiv-X comporta-se como um motor naturalmente aspirado, isto apesar de contar com um pequeno compressor.
Os 186 cv surgem às 6000 rpm e os 240 Nm de binário às 4000 rpm, regimes usuais em motores sem sobrealimentação. O motor sobe alegremente de rotação e fá-lo com uma agradável sonoridade, mas «nem tudo são rosas».

Isto porque o escalonamento muito longo da caixa manual de seis velocidades afeta negativamente a vivacidade deste motor. Se as duas primeiras relações até têm um escalonamento correto, da terceira relação para a frente são particularmente longas, fazendo com que o e-Skyactiv-X pareça ter menos potência do que aquela que realmente produz.
Isto reflete-se, acima de tudo, nas recuperações. Por várias vezes fui obrigado a reduzir mais que uma relação para realizar ultrapassagens e acabei a fazer mais «cálculos» para efetuar estas manobras do que seria expectável ao volante de um carro com quase 200 cv.

Contudo, nada a apontar ao excelente tato mecânico e curso curto da ação desta caixa manual, que faz dela uma das referências da indústria.
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Gasta tão pouco como um Diesel?
Por esta altura podem pensar: ahh, mas a caixa longa ajuda nos consumos. A verdade é que, na prática, acabei por verificar que não é bem assim. Ao termos de recorrer amiúde à caixa, o motor deixa muitas vezes de estar no seu regime ideal, principalmente em meio urbano, e isso reflete-se nos consumos.

Nos percursos em cidade a média manteve-se entre os 7-7,5 l/100 km, mesmo tendo o contributo de um sistema mild-hybrid de 24 V. Nos traçados sinuosos também ficou evidente a dificuldade desta caixa em «acordar» o e-Skyactiv-X.
Assim, foi em autoestrada e nas estradas nacionais do Alentejo que este «casamento» pareceu funcionar melhor.
Aí, o escalonamento longo da caixa permitiu ao e-Skyactiv-X girar a regimes mais baixos, mantendo-se suave e silencioso, ao mesmo tempo que me «presenteou» com médias tão baixas como 5-5,5 l/100 km.

Mas este teste não se ficou apenas por «estradas abertas» e autoestradas. Por isso mesmo, no final deste teste o computador de bordo mostrava uma média de 6,6 l/100 km.
Um valor que não sendo mau — para mais num crossover a gasolina com mais de 180 cv —, não fica assim tão próximo do alcançado por um Diesel em circunstâncias idênticas.
Tipicamente competente
«Esquecendo» o motor que equipava este Mazda CX-30, nas restantes áreas de avaliação o modelo japonês continua «igual a si mesmo».
O visual sóbrio e elegante do interior mantém-se moderno e interessante, acompanhado por uma qualidade da montagem e dos materiais muito próxima da oferecida pelas propostas premium. O espaço habitável, por outro lado, está abaixo da média do segmento.

Contudo, é sua condução e o comportamento que continua a ser um dos principais argumentos do CX-30. Com uma direção precisa e direta, e um chassis bastante interativo, o CX-30 é uma das propostas mais cativantes de conduzir do segmento.
Tudo isto sem abdicar do conforto exigido a um veículo que terá (quase sempre) que cumprir com as obrigações familiares.
É o carro certo para si?
Mais focado no estilo do que na versatilidade, o Mazda CX-30 continua a ser uma proposta válida no segmento, apresentando-se com excelentes aptidões dinâmicas, apesar do espaço que oferece estar abaixo da média.
Ao mesmo tempo, a qualidade a que a Mazda nos tem vindo a habituar nas suas mais recentes propostas «diz presente» e leva o CX-30 para perto de modelos premium em campos como a agradabilidade dos materiais ou a robustez da montagem, estabelecendo-o igualmente como uma alternativa a ter em conta.

Por fim, apesar da caixa de escalonamento longo, o e-Skyactiv-X é realmente capaz de bons consumos, principalmente em autoestrada.
Acaba por ser uma alternativa interessante para quem percorre largos quilómetros e não «morre de amores» por Diesel. Principalmente numa altura em que o preço da gasolina e do gasóleo está, cada vez mais, próximo entre si.
Preço
unidade ensaiada
Versão base: €43.223
IUC: €205
Classificação Euro NCAP:
- Motor
- Arquitectura: 4 cilindros em linha
- Capacidade: 1998 cm3
- Posição: Dianteira transversal
- Carregamento: Injeção direta + Compressor + Intercooler
- Distribuição: 2 a.c.c., 4 válvulas por cilindro (16 válv.)
- Potência: 186 cv às 6000 rpm
- Binário: 240 Nm às 4000 rpm
- Transmissão
- Tracção: Dianteira
- Caixa de velocidades: Manual de 6 velocidades
- Capacidade e dimensões
- Comprimento / Largura / Altura: 4395 mm / 1795 mm / 1540 mm
- Distância entre os eixos: 2655 mm
- Bagageira: 430 l
- Jantes / Pneus: 215/55 R18
- Peso: 1443 kg
- Consumo e Performances
- Consumo médio: 5,7 l/100 km
- Emissões de CO2: 128 g/km
- Vel. máxima: 204 km/h
- Aceleração: 8,3s
-
Equipamento
- Chave inteligente
- Fecho de portas automático
- Travão de parque eletrónico com assistente de imobilização
- Luzes e limpa-vidros automáticos
- Ficha USB e Ficha 12V
- Sistema Bluetooth
- Sistema de conectividade com o telemóvel
- Sistema de navegação
- Jantes de liga leve
- Faróis dianteiros de LED adaptativos
- Luzes frontais diurnas de halogéneo
- Faróis traseiros de LED
- Spoiler do tejadilho à cor da carroçaria
- Retrovisores exteriores com rebatimento automático, ajustáveis e aquecidos
- Ecrã central TFT de 8.8"
- Volante revestido a pele
- Volante revestido a pele
- Ar condicionado automático
- Jantes liga leve 18"
- Sensores estacionamento dianteiro
- Vidros traseiros escurecidos
- Abertura/fecho de bagageira elétrica
- Alerta de tráfego frontal
- Sistema de monotorização do condutor
- Sistema inteligente de apoio à travagem em marcha atrás
- Head-up display
- Sistema de apoio transito em fila
- Câmara traseira
- Apoio de braço central traseiro
- Assistente de subidas
- Monitor de pressão dos pneus
- Apoio inteligente à travagem em cidade com deteção de peões
- Antena integrada na vidro traseiro
- Detetor de ângulo morto com alerta de tráfego traseiro
- Reconhecimento de sinais de trânsito
- Aviso de saída de faixa e assistente de posição na faixa
- Apoio inteligente à travagem
- Controle de velocidade com radar com assistente inteligente de velocidade
- Sensores de estacionamento traseiros
- Máximos automáticos
- Bancos em pele
Avaliação
- Comportamento
- Qualidade geral
- Consumos em autoestrada
- Equipamento de série
- Caixa com escalonamento longo
- Habitabilidade e bagageira abaixo da média do segmento
- Visibilidade traseira
Sabe responder a esta?
Qual era a cilindrada do Mazda 323 GT-R?
Não acertou..
Mas pode descobrir a resposta aqui::
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