Clássicos Do Kadett ao Corsa-e. A história da eletrificação na Opel

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Do Kadett ao Corsa-e. A história da eletrificação na Opel

A eletrificação na Opel acelerou nos últimos anos, mas a aposta na mobilidade elétrica por parte da marca alemã tem já uma longa história para contar. Fica a conhecê-la.

Opel Ampera

Com um relâmpago no seu logótipo, estranho seria se a eletrificação na Opel não ocorresse numa era em que a mobilidade elétrica surge como tema central na indústria automóvel.

Ora, como tu bem sabes, a marca de Rüsselsheim tem um ambicioso projeto de eletrificação da sua gama em marcha, pretendendo que em 2024 todos os modelos da sua gama possuam uma versão elétrica ou híbrida.

No entanto, não é acerca desse futuro que te vamos falar hoje. Em vez disso, vamos recuar no tempo e relembrar a jornada da eletrificação na Opel, desde os seus primórdios até aos nossos dias.

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Opel Corsa-e
O Corsa-e é o capítulo mais recente da longa história na eletrificação da Opel

Há já 50 anos que a Opel tem vindo a estudar o tema da mobilidade elétrica: desde o protótipo de um Opel Kadett híbrido até um Astra totalmente elétrico, modelos não faltam na história da eletrificação na Opel. Hoje, damos-te a conhecê-los.

Opel Stir-Lec 1 (1968)

Os primeiros passos da Opel na área da eletrificação remontam a 1968 e a um protótipo híbrido baseado no Opel Kadett designado Stir-Lec 1.

Capaz de alcançar os 90 km/h, o Opel Stir-Lec 1 contava com 14 baterias de chumbo que eram permanentemente recarregadas por um pequeno motor Stirling, um motor de combustão externa.

Opel Stir-Lec 1
Opel Stir-Lec 1, 1968
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Opel Electro GT (1971)

A história da eletrificação na Opel conheceu um importante momento quando esta revelou o seu primeiro protótipo 100% elétrico, três anos depois do nascimento do Opel Stir-Lec 1.

Opel Electro GT

Designado Opel Electro GT e baseado no… Opel GT, este protótipo contava com dois motores elétricos emparelhados que debitavam 120 cv (88 kW).

Opel Electro GT

Estes eram alimentados por uma bateria de níquel-cádmio que pesava 590 kg e permitia a uma velocidade estabilizada de 100 km/h percorrer 44 km.

Opel Electro GT

Capaz de alcançar os 188 km/h, o Opel Electro GT bateu seis recordes mundiais para veículos elétricos com Georg von Opel ao volante, neto do fundador da marca alemã.

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Opel Impuls (1990)

Baseado no Opel Kadett E, o Opel Impuls contava com um motor elétrico de 16 kW (22 cv). A alimentá-lo encontrava-se uma bateria de níquel-cádmio de 14,3 kWh com eletrólito líquido. Com uma autonomia de cerca de 80 km, este era capaz de atingir os 100 km/h.

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Opel Impuls II (1991)

Um ano após o primeiro Impuls e baseado na primeira geração da Opel Astra Caravan, o Opel Impuls II contava com um total de 32 baterias de chumbo. Esta alimentava dois motores trifásicos assíncronos com uma potência total aproximada de 45 kW (61 cv).

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Opel Twin (1992)

Revelado no Salão de Genebra, o Opel Twin era um protótipo, no mínimo, curioso. Em estrada (aberta) recorria a um motor a gasolina, com três cilindros, apenas 800 cm3, e 34 cv.

Já em cidade, a “plataforma” traseira que integrava o eixo traseiro e toda a parte mecânica podia ser retirada e substituída por outra (imagem em baixo), equipada com dois motores elétricos (um por roda) integrados nos cubos das rodas com 14 cv (10 kW) cada.

O Opel Twin destacava-se igualmente pela sua posição de condução central, havendo espaço para quatro passageiros no total.

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Opel Impuls III (1993-1997)

Dando seguimento ao Impuls II, o Opel Impuls III baseava-se na Opel Astra Caravan. A diferença é que com ele a marca alemã aproveitou para lançar o seu primeiro programa de testes em grande escala.

Assim sendo, foi colocada uma frota de 10 protótipos Impuls III na ilha de Rügen, na costa alemã no Mar Báltico e por lá estes cumpriram mais de 300 mil km de testes.

Destes protótipos, cinco deles tinham bateria de níquel-cádmio (versões de 45 kW ou 61 cv) e outros cinco recorria a uma bateria de elevada densidade energética de sódio/cloreto de níquel (versões de 42 kW ou 57 cv). Os motores elétricos de todos estes protótipos eram do tipo trifásicos assíncronos.

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Opel Combo Plus (1995)

Na história da eletrificação na Opel e aproveitando a experiência adquirida com os protótipos Impuls, o mundo dos veículos comerciais não foi esquecido.

O resultado foi a Opel Combo Plus que recorria a duas baterias de sódio/cloreto de níquel e um motor elétrico trifásico assíncrono com 45 kW (61 cv) de potência.

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Opel HydroGen (2000-2008)

Chegados ao século XXI, a jornada da eletrificação na Opel virou-se para a tecnologia fuel cell, ou seja, células de combustível a hidrogénio.

O primeiro protótipo HydroGen, baseado na Opel Zafira, surgiu no ano 2000 e contava com uma pilha de combustível a hidrogénio que produzia eletricidade para alimentar um motor elétrico trifásico assíncrono com 55 kW (75 cv) e 251 Nm de binário.

Opel Hydrogen 1

Algum tempo depois, uma frota composta por 20 protótipos Opel HydroGen3 começaram a ser usados por clientes em situações de uso real. Estes eram já mais potentes, contando com 92 cv (60 kW) e uma velocidade máxima de 160 km/h.

Opel Hydrogen 3

Em 2004, dois Opel HydroGen3 integraram a “Fuel Cell Marathon”, uma prova de 10 mil quilómetros que ligou Hammerfest, na Noruega, ao Cabo da Roca, em Portugal.

Já em 2005, o piloto alemão Heinz-Harald Frentzen aos comandos de um Opel Hydrogen3 venceu o Rali de Monte Carlo para automóveis de motorização alternativa.

Por fim, o Opel HydroGen4 — baseado no Chevrolet Equinox —, contava com uma pilha de combustível composta por 440 células ligadas em série que alimentava um motor elétrico de 100 cv (73 kW) que, em picos, chegavam aos 128 cv (94 kW).

Em 2008, uma frota destes modelos iniciou um um plano de testes prolongados com empresas e particulares, num projeto apoiado pelo ministério alemão dos transportes. 

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Opel Flextreme Concept e Flextreme GT/E Concept (2007 e 2010)

Em 2007, a Opel aproveitou o Salão de Frankfurt para revelar o Flextreme Concept e com ele explorar o conceito de veículo elétrico com extensor de autonomia. Este recorria à mesma máquina elétrica do primeiro Chevrolet Volt/Opel Ampera, mas como extensor de autonomia trocava o motor a gasolina por um motor Diesel (1.3 CDTI).

A autonomia elétrica providenciada pela bateria de iões de lítio era de 55 km.

Já em 2010, o Salão de Genebra acolheu o lançamento do Flextreme GT/E Concept, que seguia o mesmo conceito, também recorrendo à cadeia cinemática do primeiro Chevrolet Volt e Opel Ampera. Aqui o extensor de autonomia era partilhado com o Volt/Ampera, uma unidade a gasolina com 1.4 l de capacidade. A autonomia elétrica deste concept com um Cx de apenas 0,22 era de 60 km.

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Opel Ampera (2011)

A tecnologia antecipada pelos concept Flextreme e Flextreme GT/E chegaria à produção em 2011 com o Opel Ampera, o seu primeiro carro elétrico capaz de servir as necessidades do dia a dia.

Com uma bateria de iões de lítio de 16 kWh de capacidade, que alimentava um motor elétrico de 150 cv (111 kW), o Ampera tinha autonomia para percorrer entre 40 a 80 km. Quando as baterias se esgotavam “entrava em ação” um motor a gasolina (1.4) com 86 cv que servia de gerador e alimentava o motor elétrico.

A avançada proposta que representava o Opel Ampera garantiu-lhe também o título de Carro do Ano em 2012.

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Opel Ampera-e (2016)

A eletrificação na Opel conheceria em 2016 um novo capítulo, com o lançamento do Ampera-e — o irmão do Chevrolet Bolt —, o seu primeiro modelo de produção em série 100% elétrico. Apesar das formas a recordarem um MPV compacto, o Ampera-e apresentava números de “gente grande”.

Com 204 cv (150 kW) e 360 Nm, o Ampera-e cumpria os 0 aos 50 km/h em 3,2s e recuperava dos 80 km/h aos 120 km/h em 4,5s. Já a autonomia era, já segundo o ciclo WLTP, de 423 km.

O Opel Ampera-e teve, no entanto, vida curta. Um ano após a sua apresentação, a marca alemã seria vendida pela GM ao Grupo PSA, condenando a carreira comercial daquele que foi um dos primeiros elétricos de nova geração, capaz de efetuar mais de 400 km com uma carga apenas. A eletrificação da Opel, no entanto, não pararia…

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Opel Grandland X Hybrid (2019)

Revelado no ano passado e já disponível em Portugal, o Opel Grandland X Hybrid é o primeiro híbrido plug-in da Opel.

Disponível com tração integral e 300 cv (221 kW) na versão Hybrid4 e tração dianteira e 224 cv (165 kW) na variante Hybrid, a versão híbrida plug-in do Grandland X tem uma autonomia elétrica de 57 km (ciclo WLTP).

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Opel Corsa-e (2020)

O último capítulo, para já, da eletrificação na Opel foi apresentado dinamicamente há poucas semanas. O Opel Corsa-e é a mais recente aposta da marca de Rüsselsheim no campo da mobilidade elétrica.

Com 136 cv e uma bateria de 50 kWh, a variante elétrica do bem sucedido utilitário alemão conta com uma autonomia de até 337 km (ciclo WLTP) e pode ser recarregado até 80% em apenas 30 minutos — lê mais sobre ele no nosso primeiro contacto.

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