Chega em maio
Testámos a Peugeot 508 SW 1.5 BlueHDI. A motorização que mais vai vender?
Os SUV mandam no mercado mas ainda há espaço para as carrinhas, sobretudo quando têm um estilo tão original como a Peugeot 508 SW, que mais parece uma “shooting brake”. Já testámos a versão 1.5 BlueHDI 130, a que será a preferida do mercado nacional.

No ano passado, o segmento D dos familiares médios alcançou um volume de vendas a rondar os 1,4 milhões de unidades. Apesar do sucesso galopante dos SUV, os números mostram que as carrinhas ainda continuam a representar cerca de um terço desta parte do mercado.
Por isso, não é de estranhar que a Peugeot tenha perdido pouco tempo entre o lançamento da versão berlina do 508 e da carrinha. A Peugeot 508 Station Wagon estará a chegar ao mercado nacional já no mês de maio e a marca espera que seja, pelo menos, tão procurada como a berlina, dividindo as vendas em 50/50.
A oferta inclui variantes a gasolina e terá também um híbrido plug-in, mais tarde, de que já testamos um primeiro protótipo. Mas as previsões para o mercado nacional continuam a apontar a motorização 1.5 BlueHDI 130 como a preferida dos compradores e por uma larga margem — 80% do total das vendas deverão corresponder a esta motorização. Apesar das declarações insensatas de alguns políticos, os compradores ainda sabem pensar pela sua própria cabeça.
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Foi precisamente esta motorização, que será a mais procurada em Portugal, que testámos, com o nível de equipamento GT Line e com a caixa de velocidades automática de oito relações, uma combinação que se espera venha a ser a preferida pelos clientes que têm poder de escolha. Claro que também vai existir uma versão Business, para as frotas de empresas, mas isso é outra história.
Uma surpresa: mais rigidez que a berlina
A versão SW do novo 508 partilha o máximo de componentes possível com a berlina, como seria de esperar. Segundo o diretor do projeto, apenas 200 componentes são diferentes, a maioria dos quais estão situados na zona traseira, como seria de esperar. Houve necessidade de reforçar esta parte da estrutura, devido à maior abertura da mala e, curiosamente, no final a rigidez até acabou por ficar superior à da berlina que, recorde-se, também tem cinco portas.

O peso final da nova Peugeot 508 SW é 50 kg superior ao da berlina, mas fica 70 kg abaixo da antiga 508 SW, como resultado da passagem para a mais eficiente plataforma EMP2. Esta nova base de trabalho utiliza alguns painéis estruturais prensados a quente e adesivos colocados em locais estratégicos, para reduzir peso e subir rigidez.
A Station Wagon tem exatamente a mesma distância entre eixos da berlina, por isso o espaço nos lugares traseiros é idêntico, mas o acesso ao banco de trás é um pouco mais fácil, devido às portas com um recorte superior mais alto. As costas dos bancos podem reclinar-se num máximo de 27º, o que também ajuda, mas o túnel central não é pequeno, transtornado o passageiro do meio.
Gilles VIDAL, diretor de estilo da PeugeotA Peugeot 508 SW foi desenvolvida e desenhada em paralelo com a berlina, partilhando os argumentos de qualidade, mas distinguindo-se pela sua pose desportiva e detalhes de estilo, completamente novos para um construtor generalista. É um excelente objeto de desejo, que faz uma afirmação clara em relação às suas ambições.
No resto das dimensões, a Peugeot 508 SW é 30 mm mais comprida que a berlina, mas 50 mm mais curta que a antiga geração, que estava longe de ser um exemplo em termos de aproveitamento de espaço interior.
Bagageira comedida
Claro que a maior beneficiada com o crescimento do comprimento é a mala que, face à berlina, ganha 47 l, atingindo os 530 l, o que não é brilhante, mas que se podem expandir até aos 1780 l, rebatendo as costas das duas metades assimétricas dos bancos traseiros, uma operação que se pode fazer a partir da mala, puxando duas alavancas colocadas nas paredes laterais.

A tampa da mala tem accionamento elétrico mãos livres, bastado um “pontapé” no ar, sob o para-choques para a fazer abrir. A boca de carga fica a 63,5 cm do chão, sendo também 6,0 cm mais baixa que na berlina e 2,4 cm mais larga, para facilitar o acesso.
O formato regular e fácil de aproveitar da mala deve-se em parte à utilização de uma suspensão traseira multibraço, tal como na berlina. De entre todos os modelos feitos sobre a EMP2, só o Peugeot 508 e o DS 7 têm suspensão traseira independente. No entanto, falta um espaço sob o piso de carga para guardar a chapeleira, quando não está em uso. Pelo contrário, existe um sistema de rails no piso, para compartimentar a mala e evitar que objetos mais pequenos andem a rolar de um lado para o outro.

Baixa como uma shooting brake
Ao abrir a porta do condutor fica à vista o vidro sem aro superior, uma característica típica de coupés e de desportivos e que é usada nos 508 para poder baixar o tejadilho, sem perder muito em habitabilidade.
RELACIONADO: Peugeot 508 é o Carro do Ano 2019 em PortugalGeralmente, esta solução pode originar pior estanquecidade ao ar e gerar mais ruídos aerodinâmicos, mas a Peugeot fez um bom trabalho a este nível. O único contra é que, sem aros, não é possível colocar vidros duplos, para melhor isolar do ruído, em vez disso são empregues vidros com mais 1,5 mm de espessura que o normal. E resultam.

O habitáculo tem uma interpretação do i-Cockpit da Peugeot, com um volante achatado tanto na base como no topo, o mesmo do Peugeot 3008 e do 5008. Desta maneira é minorado o problema da leitura do painel de instrumentos, que tem que ser visto por cima do volante. A sobreposição é mínima e não obriga a baixar muito a posição do volante.
O painel de instrumentos de 12,3” é digital e configurável em diferentes visuais, comandado através de botões no volante.
Os materiais do habitáculo dão razão às aspirações premium do Peugeot 508 SW, com muitos plásticos macios e aplicações de bom gosto, no caso da unidade ensaiada com a textura da fibra de carbono.
O monitor central tátil tem teclas piano para atalhos às páginas mais importantes, deixando de fora algumas funções, acessíveis numa linha sob as ditas teclas. Mas a escolha destas funções não parece a mais óbvia: teria sido preferível deixar de fora os comandos da climatização, que estão numa das páginas.
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Em termos de arrumação, a consola tem uma prateleira escondida por baixo, de difícil acesso mas o apoio de braços central leva duas garrafas de 0,5 l lá dentro, o porta-luvas refrigerado leva duas garrafas de 1,5 l e as bolsas das portas levam um garrafa de 1 l. Ninguém vai ter sede, a bordo da Peugeot 508 SW…
A posição de condução é mais baixa do que a norma neste segmento, não falta espaço em altura, mas os ocupantes sentem o tejadilho mais próximo. Os bancos da frente têm certificação AGR, como os Opel desde há alguns anos, o que deve ser um reflexo das sinergias entre as duas marcas que agora pertencem ao mesmo grupo. São bancos confortáveis e com bom apoio lateral, mas podiam ter um assento um pouco mais comprido.

Esta unidade estava equipada com quase todos os opcionais disponíveis, dos quais destaco a visão noturna, que usa uma câmara de infra-vermelhos para detetar seres vivos num alcance de 200 m para lá do limite dos faróis, afixando uma imagem avisadora no painel de instrumentos. Funciona muito bem.
Outras ajudas à condução são o cruise control adaptativo com stop&go e centragem ativa de faixa, que assim coloca o Peugeot 508 SW no nível 2 da condução autónoma, mas não se pode largar as mãos do volante.
PREÇOS: Peugeot 508 com preços atualizados para PortugalPatilhas curtas
Acompanhando a caixa automática de oito velocidades lá estão as patilhas fixas à coluna de direção, que são muito curtas e têm por vizinhas as hastes tradicionais da coluna de direção e, do lado esquerdo, o satélite do cruise control, tornando esta zona sobrepovoada.
A visibilidade é boa, ou pelo menos razoável, para todo o lado e a câmara de marcha atrás trata do resto.
O motor 1.5 BlueHDI está bem isolado, não chegando muito do seu som ao habitáculo. A resposta ao acelerador é boa desde os regimes mais baixos, com o turbocompressor a dar o seu melhor antes das 2000 rpm.
Claro que a caixa manual esconderia qualquer falta de vontade a baixos regimes, mas nem precisa. O que esta transmissão faz é escolher muito bem cada relação, a cada momento, na posição D, proporcionando uma condução suave e despachada.

É possível escolher entre três modos de condução (Eco/Normal/Sport) que atuam no acelerador, assistência da direção e passagens de caixa mas as diferenças não são muito grandes. Quem andar sempre em modo Normal, não vai perder grande coisa.
O volante pede alguma habituação ao raio pequeno, mas a assistência está muito bem calibrada, desde logo para andar em cidade com o mínimo de esforço. A suspensão é relativamente firme, não deixando a carroçaria entrar em grandes oscilações, mas consegue processar bem o mau piso, mesmo com os pneus 235/45 R18 montados.
Muito civilizada
Apesar dos 4,87 m de comprimento, a Peugeot 508 SW parece mais pequena, o que é sempre um bom sinal quando se circula em cidade e melhor ainda, em estradas secundárias.
Querendo uma condução mais rápida, a Peugeot 508 SW mostra capacidade de dar resposta às pretensões do condutor, oferecendo-lhe uma direção rápida e precisa, muita aderência e tração com os pneus Michelin Pilot Sport 4 e agilidade mais do que suficiente.

Mesmo os 130 cv do motor parecem adequados a quem queira explorar um pouco mais este chassis, sobretudo quando se passa a caixa a manual e se começa a usar as patilhas, que a fazem obedecer quase sempre que o condutor quer. Só algumas reduções para segunda velocidade se atrasam um pouco, para proteção da mecânica.
A NÃO PERDER: Peugeot 508 vitaminado a caminho? Pode estar a chegar o 508 RO acerto do chassis é muito neutro, como se espera de um familiar, mas há aqui agilidade suficiente para deixar um sorriso nos lábios de um pai de família mais apressado. A suspensão traseira faz um bom serviço, sempre muito estável e capaz de atender aos pedidos de quem decidir começar a fazer-lhe provocações: nessas circunstâncias, é capaz de deslizar um pouco, à medida do que o condutor quiser, apesar de o ESP nunca se desligar por completo.

Nota: Os preços publicados são uma estimativa. A comercialização da Peugeot 508 SW em Portugal inicia-se em maio.

Preço
unidade ensaiada
Versão base: €45.200
IUC: €147
Classificação Euro NCAP:
- Motor
- Arquitectura: 4 cilindros em linha
- Capacidade: 1499 cm3
- Posição: Dianteira Transversal
- Carregamento: Injeção direta, turbocompressor, intercooler
- Distribuição: 2 a.c.c./16 válvulas
- Potência: 130 cv às 3750 rpm
- Binário: 300 Nm às 1750 rpm
- Transmissão
- Tracção: Dianteira
- Caixa de velocidades: Automática de 8 velocidades (EAT8)
- Capacidade e dimensões
- Comprimento / Largura / Altura: 4750 mm / 1859 mm / 1420 mm
- Distância entre os eixos: 2793 mm
- Bagageira: 530 l a 1780 l
- Jantes / Pneus: 235/45 R18
- Peso: 1420 kg
- Consumo e Performances
- Consumo médio: 5,0 l/100 km
- Emissões de CO2: 132 g/km
- Vel. máxima: 210 km/h
- Aceleração: 10,1s
-
Equipamento
- Carga de telemóvel por indução
- Duas tomadas USB
- Faróis Full LED
- Ar condicionado automático bi-zona
- Bancos AGR
- Vidros laterais traseiros e traseiros escurecidos
- Volante forrado a couro perfurado
- Jantes 18"
Avaliação
- Estilo
- Motor
- Comportamento
- Patilhas da caixa
- Túnel central
- Capacidade da mala
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