Primeiro Contacto BYD Atto 3 em vídeo. Novo SUV chinês elétrico também vem para Portugal

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BYD Atto 3 em vídeo. Novo SUV chinês elétrico também vem para Portugal

A BYD é a mais recente marca chinesa a chegar à Europa e já conduzimos o Atto 3, um SUV elétrico para o concorrido segmento C.

BYD Atto 3 com Diogo Teixeira
© Razão Automóvel

“Build Your Dreams” (construam os vossos sonhos) é o que significa BYD, a mais recente marca — totalmente elétrica — chinesa a chegar à Europa e o Atto 3 promete ser um dos seus modelos mais importantes no «velho continente».

Isto porque aponta ao âmago do segmento C, um dos mais concorridos no continente europeu. Apesar da marca o anunciar como um SUV, onde vai encontrar rivais como o Kia Niro EV, rivaliza também com outros como o Renault Mégane E-Tech Electric, que também tem uma «costela» crossover.

O Atto 3 entra ainda com o «pé direito» na Europa, ao ter conseguido cinco estrelas nos exigentes testes Euro NCAP, mas o que vale como proposta?

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É o que o Diogo Teixeira foi descobrir a Roterdão, nos Países Baixos, onde teve oportunidade de saber sobre os planos da BYD para a Europa e conhecer em mais detalhe o Atto 3, estaticamente e dinamicamente.

BYD, desde 1995

Para os que nunca ouviram falar na BYD, esta foi fundada em 1995 por Wang Chuanfu — ainda hoje o seu diretor executivo — e Lu Xiangyang, tendo iniciado a sua atividade como produtora de baterias para telemóveis e hoje é uma das maiores produtoras mundiais de baterias.

A BYD como marca e construtora de automóveis chegaria mais tarde, em 2003. E não se ficou pelos automóveis — também exporta com sucesso para várias regiões do mundo, por exemplo, autocarros elétricos.

O seu foco nos automóveis eletrificados ganhou novo alento, quando em março deste ano deixou de produzir automóveis puramente a combustão, para passar a produzir apenas automóveis elétricos e híbridos plug-in. E as suas vendas em 2022 estão… a explodir.

Até setembro de 2022 as vendas da BYD cresceram 250% em relação ao período homólogo de 2021, totalizando 1,2 milhões de unidades entre híbridos plug-in e elétricos.

Por enquanto a larga maioria das suas vendas ainda estão concentradas na China, o seu mercado doméstico, mas o «assalto» ao resto mundo já começou, como este primeiro contacto ao Atto 3 em solo europeu comprova.

Atto 3 com baterias LFP e… em “lâmina”

A BYD está numa posição invejável, pois ela desenvolve e produz os seus próprios motores elétricos e baterias, sendo, desta forma, também fornecedora da indústria automóvel.

Tem, por exemplo, uma parceria com a Toyota, que irá recorrer aos motores elétricos e baterias da BYD, para equipar a sua futura berlina elétrica bZ3, a ser comercializada na China.

Um dos destaques tecnológicos destes novos BYD são as suas baterias. Ao contrário do que vemos na restante indústria automóvel que tem apostado nas baterias de iões de lítio NMC (níquel, manganês, cobalto), a BYD aposta forte nas baterias de iões de lítio LFP (fosfato de ferro-lítio).

São este tipo de baterias LFP que vão equipar não só o Atto 3, mas também todos os outros modelos da BYD para a Europa, nomeadamente o Tang (SUV de sete lugares) e o Han (berlina de dimensões similares ao Tesla Model S).

As baterias LFP têm entre as suas principais vantagens o de serem mais baratas e seguras (risco de incêndio é inferior), com a principal desvantagem a estar na sua densidade energética inferior às baterias NMC — ou seja, para uma mesma capacidade, vão ser precisas mais, logo, mais peso e espaço ocupado.

Contudo, têm havido avanços que têm reduzido essa diferença em densidade energética entre os dois tipos de bateria. E em 2020, a BYD apresentou o seu mais recente avanço: a bateria Blade (lâmina). Esta é assim chamada por parecer… uma lâmina, e assume uma configuração Cell-To-Pack, ou seja, não há módulos — a bateria é um módulo único. A BYD diz ainda que este formato é também o mais seguro, mesmo quando comparado com outras baterias LFP em bloco.

Blade bateria BYD
Como podemos ver, a bateria é composta por várias “lâminas”, a que corresponde uma célula. Cada uma tem 96 cm de comprimento por 9 cm de altura, com uma espessura de apenas 1,35 cm.

O BYD Atto 3 conta, assim, com esta bateria Blade LFP de 60,48 kWh, anunciando uma autonomia de 420 km. Esta aceita carregamentos até 80 kW (corrente contínua), o que permite ir dos 30% aos 80% da capacidade da bateria em 29 minutos.

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e-Platform 3.0

Além da bateria Blade, o Atto 3 assenta sobre a mais recente plataforma dedicada para veículos elétricos da BYD, simplesmente chamada de e-Platform 3.0, que «arruma» a bateria entre os eixos.

BYD e-Platform 3.0
A BYD e-Platform 3.0 tem grande flexibilidade, podendo ter um ou dois motores, o que permite ter duas (tração dianteira ou traseira) ou quatro rodas motrizes, e desenvolver veículos com autonomias até aos 1000 km (talvez de acordo com o mais permissivo ciclo chinês).

No caso do Atto 3, é um «tudo à frente», com um único motor de 150 kW (204 cv) colocado sobre o eixo dianteiro, não deixando possibilidade para um bagageira dianteira. Anuncia 7,3s dos 0 aos 100 km/h e a velocidade máxima (limitada) é de 160 km/h.

O BYD Atto 3 tem dimensões que o colocam na média do segmento, com um comprimento de 4,455 m. A largura mais generosa é de 1,875 m e tem 1,615 m de altura, com a distância entre eixos a fixar-se nos 2,72 m.

Dimensões que, como o Diogo demonstra no vídeo, permitem um interior desafogado, com boas quotas atrás e uma bagageira com 440 l, um valor competitivo dentro do segmento.

Quando chega?

A BYD já começou a chegar à Europa — já se encontra em comercialização, por exemplo, na Noruega —, e apresentou-se publicamente no Salão de Paris que está a decorrer, mas ainda não tem data de lançamento em Portugal. Há, contudo, um preço indicativo para o Atto 3 de 38 000 euros, que é o seu preço na Alemanha.

BYD Atto 3 de traseira 3/4

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