Ganhou potência e autonomia, mas está melhor? Ao volante do novo DS 3 E-Tense

O DS 3 renovou-se e ganhou novos e bons argumentos, sobretudo na versão E-Tense.

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Depois do DS 7, também o DS 3 sofreu uma importante renovação, quatro anos depois de ter sido lançado: abandonou a designação Crossback e na versão elétrica, a DS 3 E-Tense, ganhou potência e autonomia.

As mudanças não são radicais, longe disso, mas será que são suficientes para fazer com que este pequeno B-SUV francês continua a ser relevante num segmento tão competitivo?

Foi precisamente isso que fomos descobrir a Valência, em Espanha, onde tivemos oportunidade de o testar na variante elétrica E-Tense, que foi a que mais novidades recebeu.

A estética foi retocada, mas de forma modesta: os faróis dianteiros são novos e têm tecnologia LED de série em todas as versões, a grelha dianteira é mais larga e pode ter um acabamento negro ou cromado e as DS Wings (luzes diurnas) aproximaram-se daquilo que já conhecemos no DS 4.

Na traseira as diferenças resumem-se ao lettering que surge ao centro — deixamos de ler Crossback e passamos a ler DS Automobiles — e ao acabamento escurecido em torno dos farolins. Estas são, de resto, duas alterações que também já tinham sido operadas no DS 7.

A somar a isto, encontramos ainda duas cores totalmente novas para a carroçaria, Lacquered Grey e Diva Red (a cor da unidade que protagoniza o vídeo), e novas jantes, que podem ter 17’’ ou 18’’.

No interior, é difícil detetar as diferenças para o DS 3 anterior, mas elas são notórias ao nível do volante, que tem um desenho novo e recebeu novos comandos, e também ao nível do infoentretenimento.

Este é totalmente novo, assim como o ecrã tátil de 10,3’’ através do qual o acedemos, que é oferecido de série.

Outra das novidades é o facto do infoentretenimento do DS 3 disponibilizar agora integração sem fios com o smartphone através do Android Auto e do Apple CarPlay.

Já o painel de instrumentos não sofreu alterações: continua a ser digital e tem apenas 7’’, mas ganhou novas opções ao nível da personalização.

Apesar de não existirem muitas novidades em termo de forma, a verdade é que o DS 3 continua a apresentar um nível de detalhe e uma curadoria de materiais que não é comum encontrar neste segmento. E isso não só é diferenciador como está perfeitamente alinhado com os valores da marca francesa.

E o espaço?

Quanto ao espaço, sobretudo nos lugares traseiros, não sofreu alterações: continua a ser algo acanhado ao nível do espaço para a cabeça.

Contudo, o espaço para as pernas e para os joelhos é decente, e ao contrário do que muitas vezes acontece com propostas deste segmento, a qualidade e o conforto dos bancos posteriores não ficam muito aquém dos bancos da frente.

Passando para a bagageira, a capacidade de carga está um pouco abaixo da dos rivais, mas os 350 litros que anuncia não variam independentemente da motorização escolhida. O mesmo é dizer que na versão elétrica E-Tense o DS 3 oferece exatamente o mesmo volume de carga do que nas versões com motor a combustão.

A novidade mais relevante desta atualização do DS 3 está, como já referimos acima, na versão elétrica que testámos, que ganhou potência e autonomia, ao mesmo tempo que está mais eficiente.

O motor elétrico, que continua a estar montado na dianteira, entrega agora 115 kW (156 cv) — mais 15 kW (20 cv) do que antes — e 260 Nm de binário máximo.

Já a bateria viu a densidade aumentar e oferece agora 54 kWh de capacidade (dos quais 51 kWh são úteis), o que permite que o DS 3 E-Tense anuncie uma autonomia máxima de 404 km (ciclo WLTP).

Quando a bateria se esgota, é bom saber que este elétrico conta de série com um carregador de bordo que suporta velocidades de carregamento de até 100 kW em corrente contínua, o que permite repor a totalidade da carga da bateria em 30 minutos.

Já em corrente alternada o DS suporta velocidades de até 11 kW, sendo que nesse caso um carregamento completo demora cerca de 5h15min.

Ofertas para todos os gostos

Apesar do foco na variante elétrica, o DS 3 continua a estar disponível com motorizações Diesel e a gasolina.

A oferta Diesel assenta num motor BlueHDi com 1,5 l de capacidade e quatro cilindros que produz 130 cv. Por outro lado, a gama a gasolina resume-se ao bloco 1.2 PureTech de 3 cilindros que pode assumir dois níveis de potência: 100 cv ou 130 cv.

Na versão menos potente a gasolina o DS 3 está apenas disponível com uma caixa manual de seis velocidades. Nas outras duas só pode equipar uma transmissão automática com oito relações.

Consegue ser divertido…

Sendo um DS, o conforto assume sempre protagonismo. A qualidade de rolamento é muito satisfatória, os bancos são muito confortáveis e mesmo a insonorização surge em muito bom nível: o motor elétrico é bastante silencioso e contribui para uma experiência ao volante muito agradável.

Mas por outro lado, sobretudo no modo Sport, o DS 3 E-Tense continua a revelar-se uma proposta que consegue ser, inclusive, divertida de conduzir.

Tal como já acontecia antes, a versão elétrica continua a mostrar-se mais bem plantada no asfalto do que as com motor a combustão e isso sente-se perfeitamente quando subimos o ritmo.

A direção consegue ser comunicativa, os movimentos da carroçaria estão bem controlados, e a suspensão revela alguma firmeza sem nunca chegar a comprometer o conforto.

E tudo isto é acompanhado por uma máquina elétrica muito progressiva e muito capaz. Nos vários quilómetros que fiz ao volante deste elétrico nunca senti necessidade de mais potência. A esse nível acho que estes 156 cv são mais do que suficientes.

Os preços do renovado DS 3 começam nos 32 025 euros para o 1.2 PureTech 100 cv na versão Bastille, enquanto o elétrico DS 3 E-Tense começa nos 43 150 euros no mesmo nível de equipamento.

Versão	Bastille	Performance Line	Performance Line+	Rivoli	Ópera
1.2 PureTech 100 cv M6	32 025 €	32 525 €	–	–	–
1.2 PureTech 130 EAT8	34 875 €	35 375 €	37 975 €	38 525 €	42 125 €
1.5 BlueHDi 130 EAT8	37 615 €	38 115 €	40 715 €	41 265 €	44 865 €
E-Tense	43 150 €	43 650 €	46 250 €	46 800 €	50 400 €