Ensaio Testámos o Hyundai i10 N Line. É bem mais que um «brinquedo» citadino

Desde 18 140 euros

Testámos o Hyundai i10 N Line. É bem mais que um «brinquedo» citadino

O Hyundai i10 N Line até pode ter sido pensado para a cidade, mas as suas qualidades permitem-lhe brilhar fora do seu «habitat».

Hyundai i10 N Line

7.5/10
O Hyundai i10 N Line foi pensado para a cidade, mas não resulta apenas em meio urbano.

Prós

  • Prestações
  • Qualidades estradistas
  • Espaço atrás
  • Consumos

Contras

  • Falta de apoio lateral nos bancos
  • Preço

Com o papel de versão mais desportiva do i10, o Hyundai i10 N Line é uma espécie de Fiat Cinquecento Sport dos tempos modernos.

A receita aplicada pela Hyundai é conhecida: pegou num citadino competente, deu-lhe um visual mais aguerrido e, ao contrário do que fez a Fiat na época, até lhe ofereceu mais potência.

Hyundai i10 N Line
© THOM V. ESVELD / RAZÃO AUTOMÓVEL A dupla saída de escape «denuncia» a versão N Line.

A grande diferença é que nos quase 30 anos que separam o lançamento do pequeno Fiat e do i10 N Line os citadinos evoluíram muito. Deixaram de ser propostas exclusivamente urbanitas e nos dias que passei ao volante do i10 N Line pude comprová-lo.

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Pequeno mas espaçoso

Na sua terceira geração, o Hyundai i10 abandonou o formato MPV dos citadinos da Hyundai de outrora mas não «esqueceu» os ensinamentos dos seus antepassados no que diz respeito ao aproveitamento do espaço.

Ao longo dos dias em que conduzi o i10 N Line usei-o como «carro de família» e devo admitir que o pequeno modelo sul-coreano me surpreendeu pela positiva.

Os bancos traseiros são suficientes para instalar uma cadeira de criança ou para transportar dois adultos sem problemas ao nível do espaço para as pernas ou para a cabeça.

As portas de dimensões razoáveis são uma mais-valia na hora de instalar os miúdos na respetiva cadeira e até os 252 l de capacidade da bagageira (um valor referencial no segmento) permitem alguns passeios em família sem ter de escolher entre levar o carrinho de bebé ou as malas.

Citadino com «tiques» de utilitário

Desde que conduzi o Hyundai i10 pela primeira vez que mantenho a mesma opinião: o citadino sul-coreano parece um utilitário em miniatura e isso fica claro no seu habitáculo.

Ao contrário do que acontece noutros citadinos, não temos metal à vista, o visual troca a jovialidade pela sobriedade (mesmo nesta versão que conta com detalhes mais desportivos) e a ergonomia está em bom plano.

Como seria de esperar numa proposta deste segmento, os plásticos são rijos mas aparentam ter boa qualidade e a robustez está em bom plano, algo comprovado pela quase total ausência de ruídos parasitas, mesmo em pisos (muito) degradados.

Despachado mas frugal

Mal me sentei ao volante do i10 voltei a ficar com a sensação de que este é um «mini utilitário»: a posição de condução é de «carro adulto», ou seja, não vamos sentados muito altos ou «encostados» à porta como acontece em alguns citadinos.

Em andamento, o pequeno 1.0 l turbo de três cilindros não deixa «créditos por mãos alheias», revelando uma agradável disponibilidade que evidencia as suas capacidades estradistas.

Comando da caixa de velocidades
© THOM V. ESVELD / RAZÃO AUTOMÓVEL A caixa de cinco relações é agradável de usar e permite explorar bem as potencialidades do motor.

As ultrapassagens resolvem-se com facilidade e a faixa da esquerda da autoestrada não é «território proibido». Já em cidade, a disponibilidade do tricilíndrico e a agilidade do i10 mostram-se os aliados perfeitos para «serpentear» entre o trânsito.

O melhor de tudo é que, apesar de permitir ritmos bastante interessantes, o pequeno 1.0 T-GDi não se revelou guloso. Em cidade, a média andou pelos 6,5 a 7 l/100 km, mas foi em estrada que mais impressionou.

Depois de largos quilómetros feitos fora do seu «habitat natural», a média fixou-se nos 5,3 l/100 km.

Painel de instrumentos
© THOM V. ESVELD / RAZÃO AUTOMÓVEL Simples, completo e com boa legibilidade. Assim se pode descrever o painel de instrumentos do i10 N Line.

Bem comportado

Quando levamos o Hyundai i10 N Line para um traçado mais sinuoso, o citadino sul-coreano não desilude e mostra-se uma proposta de compromissos.

Os travões inspiram confiança e o eixo dianteiro responde de forma imediata às mudanças de direção. A direção podia ser um pouco mais pesada e ter mais tato, mas se assim fosse, as manobras seriam menos confortáveis do que são.

Pormenor volante
© THOM V. ESVELD / RAZÃO AUTOMÓVEL A direção é um pouco leve em condução mais empenhada, mas em cidade é uma mais valia.

Apesar do amortecimento mais firme, o adornar da carroçaria também podia ser um pouco mais contido, mas aí perderíamos a boa relação entre conforto e estabilidade oferecida pelo i10 N Line.

No final de contas, o Hyundai i10 N Line abdica de uma certa interatividade e divertimento típico dos pocket rocket genuínos para se apresentar como uma proposta fácil de conduzir, seja em cidade ou em estrada e até a ritmos mais elevados.

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O preço da exclusividade

Disponível a partir de 18 140 euros, o Hyundai i10 N Line recorda-nos de que há cada vez menos carros acessíveis.

Sim, o i10 N Line está bem equipado, é uma proposta muito equilibrada e é o representante de uma «espécie em vias de extinção»: os citadinos mais desportivos.

Contudo, propostas do segmento acima, como o Dacia Sandero, o Kia Rio ou até o Hyundai i20, têm versões mais acessíveis e o que «perdem» em potência, equipamento ou até em diversão «ganham» em argumentos racionais como a habitabilidade.

Aliás, quando temos isto em conta, torna-se mais fácil de compreender por que razão muitos construtores estão a abandonar este segmento.

Hyundai i10 N Line

7.5/10

Se nas versões «normais» o i10 já parecia um «mini utilitário», o Hyundai i10 N Line apenas vê reforçados os seus argumentos, com os 100 cv a darem-lhe uma polivalência de utilização que não costuma estar ao alcance de citadinos e a fazerem dele uma proposta a ter em conta até para uma família que não precise de muito espaço. O único «senão» é um preço que o coloca em «rota de colisão» com propostas do segmento acima.

Versão base:18.140€

IUC: 108€

Classificação Euro NCAP: 3/5

18.510€

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:3 cilindros em linha
  • Capacidade: 998 cm³
  • Posição:Dianteira transversal
  • Carregamento: Injeção direta, turbo, intercooler
  • Distribuição: 2 a.c.c.; 4 válv. por cilindro (12 válv.)
  • Potência: 100 cv às 4500 rpm
  • Binário: 172 Nm às 1500 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Manual de cinco velocidades

  • Largura: 3675 mm
  • Comprimento: 1680 mm
  • Altura: 1483 mm
  • Distância entre os eixos: 2425 mm
  • Bagageira: 252 l
  • Jantes / Pneus: 195/45 R16
  • Peso: 1024 kg

  • Média de consumo: 5,2 l/100 km
  • Emissões CO2: 119 g/km
  • Velocidade máxima: 185 km/h
  • Aceleração máxima: >10,5s

    Tem:

    • Alerta de arranque do veículo dianteiro
    • Android Auto e Apple Carplay*
    • Ar condicionado manual
    • Dupla Ponteira de escape
    • Ecrã de 8”
    • Jantes 16” em liga leve
    • Luzes diurnas LED
    • Sistema de manutenção à faixa de rodagem
    • Travagem Autónoma de Emergência
    • Vidros dianteiros elétricos
    • Volante e alavanca da caixa de velocidades com logótipo N

Pintura metalizada — 370€.

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