Ensaio Testámos o Fiat Panda Sport. O citadino faz justiça à designação?

Desde 15 519 euros

Testámos o Fiat Panda Sport. O citadino faz justiça à designação?

O Fiat Panda Sport é a versão que mais chama a atenção na renovada gama do citadino italiano. Mas será que a designação faz sentido?

Fiat Panda Sport
© Fernando Gomes; Edição: © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Talvez inspirada pelo sucesso de modelos de outrora como os Cinquecento Sport (ou Sporting) e Panda 100HP (que nunca cá chegou), a Fiat decidiu “apimentar” a atual geração do Panda e o resultado foi o Fiat Panda Sport.

Contudo, ao contrário do que fez na anterior geração do Panda, desta vez a Fiat optou por uma abordagem mais “modesta”. O que quero dizer com isto? Simples. Enquanto o Fiat Panda 100HP contava com um espevitado motor a gasolina de 1.4 l e 100 cv, o novo Panda Sport manteve-se fiel à motorização mild-hybrid de 70 cv que equipa os seus “irmãos de gama”.

Posto isto, será que o visual mais desportivo é suficiente para justificar a designação oferecida a este Panda, ou o simples facto de contar “somente” com 70 cv faz com que a designação “Sport” seja algo otimista?

A NÃO PERDER: Novo Fiat 500 em vídeo. O melhor 100% elétrico do segmento?
Fiat Panda Hybrid
© Fernando Gomes; Edição: © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Não passa despercebido

Comecemos por aquilo que mais atenções capta: o visual. Neste campo a Fiat não deixou “créditos por mãos alheias” e foi capaz de oferecer ao já bem conhecido Panda um agradável nível de distinção.

A pintura mate exclusiva e as jantes de 16″ ajudam a tornar mais desportivo o visual normalmente “fofinho” do Panda, e a completar tudo isto temos os tradicionais logótipos a identificar a versão.

Já no interior, às qualidades já reconhecidas aos restantes Fiat Panda — uma boa ergonomia, montagem que não merece grandes reparos e muitos espaços de arrumação — o Sport junta um tabliê cor de titânio, painéis das portas específicos, novos bancos e diversos detalhes em ecopele.

Ora, numa avaliação estática, o Fiat Panda Sport não desilude, fazendo justiça à designação que a marca italiana lhe ofereceu. Aliás, neste “campeonato dos pequenitos”, o Panda Sport faz um jogo semelhante ao do Hyundai i10 N Line, não se acanhando no campo estético perante o mais recente modelo sul-coreano.

Descubra o seu próximo carro:

Números modestos

Porém, debaixo do capô do mais aguerrido dos Fiat Panda encontramos o mesmo 1.0 l de três cilindros em linha com 70 cv ao qual surge associado um motor elétrico BSG (Belt-integrated Starter Generator) que recupera energia nas fases de travagem e desaceleração.

Aqui o Panda Sport “perde” terreno para a (pouca) concorrência. Apesar de os citadinos “desportivos” serem uma visão cada vez mais rara, modelos como o já referido Hyundai i10 N Line ou o Volkswagen Up! GTI apresentam números mais interessantes. O primeiro oferece 100 cv e o segundo chega aos 115 cv (e há cerca de 20 anos o Lupo GTI chegava aos 125 cv!).

LEIAM TAMBÉM: Já testámos o Citroën AMI. O derradeiro elétrico para a cidade?

Contudo, os números são somente “metade” da história. É verdade que são modestos, mas no dia a dia, a caixa manual de seis velocidades com relações curtas e o sistema mild-hybrid ajudam a “disfarçar” a menor potência e oferecem uma agradável desenvoltura ao citadino italiano.

Fiat Panda Hybrid
A bagageira com 225 litros enquadra-se na média do segmento. © Fernando Gomes; Edição: © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

É verdade que as prestações nunca chegam a impressionar (ou sequer entusiasmar), mas temos potência mais do que suficiente para serpentear alegremente pelo trânsito e para “saltar” para a frente do pelotão no trânsito citadino. Já em autoestrada, as mesmas relações de caixa curtas acabam por nos obrigar a ir a cerca de 3000 rpm aos 120 km/h.

VEJAM TAMBÉM: Testámos e fomos “picados” pelo Abarth 595C Monster Energy Yamaha

Quanto ao comportamento, o Panda Sport faz justiça, na medida do possível, à designação. É verdade que o centro de gravidade é alto, mas a agilidade impressiona, a direção é precisa e direta q.b. (mas excessivamente leve no modo “City”, indicado somente para manobras) e até quando “apertamos” com ele em curva acabamos por ser surpreendidos com uma agradável previsibilidade e bons níveis de aderência.

Por fim, se no campo das prestações a manutenção da mecânica mild-hybrid até pode ter “limitado” algumas aspirações mais desportivas, no sempre importante capítulo da economia esta paga dividendos, permitindo obter médias na casa dos 5,0 a 5,5 l/100 km, mesmo quando levamos o Panda Sport para longe do seu “habitat natural”, a cidade. Já por lá é difícil ver o computador de bordo marcar mais de 6,0 a 6,5 l/100 km.

A NÃO PERDER: Testámos o Dacia Sandero ECO-G (GPL). Muito mais que um “preço-canhão”

É o carro certo para si?

O novo Fiat Panda Sport está longe de ser um sucessor para o muito mais espevitado (e também mais caro e gastador) Panda 100HP, mas não deixa de ser bem sucedido no desempenho do “papel” que lhe foi atribuído: oferecer uma versão de imagem mais desportiva à completa gama Panda para quem não é particularmente fã do espírito utilitário das versões Cross e Life.

É verdade que as prestações são (muito) modestas, mas o visual permite-lhe destacar-se na “selva urbana”, os consumos são adequados para um modelo que vai passar grande parte da sua existência em cidade e nem o comportamento desilude.

Numa era em que há cada vez menos modelos citadinos (e a tendência é que continuem a desaparecer), é sempre agradável ver a Fiat apostar em mais uma versão do seu “eterno” Panda.

Testámos o Fiat Panda Sport. O citadino faz justiça à designação?

Fiat Panda Sport 1.0 Hybrid

7/10

O Fiat Panda tem nesta versão Sport uma proposta especialmente pensada para quem procura um citadino mais "aguerrido". É verdade que a potência e a prestação são modestos, mas no capítulo estético o Panda Sport não desilude, cumprindo na perfeição com o seu principal objetivo: destacar-se dentro da gama Panda e no trânsito urbano. Agora com uma maior oferta tecnológica, o Panda vê desta forma os seus argumentos renovados para mais uma "batalha" num segmento que parece estar em "vias de extinção".

Prós

  • Agilidade
  • Design
  • Consumos

Contras

  • Prestações modestas
  • Ausência de sistemas de segurança ativa

Versão base:€15.519

IUC: €103

€18.572

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:3 cilindros em linha
  • Capacidade: 999 cm3 cm³
  • Posição:Dianteira transversal
  • Carregamento: Injeção Direta
  • Distribuição: 1 a.c.c. / 2 válv. por cilindro
  • Potência: 70 cv às 6000 rpm
  • Binário: 92 Nm às 3500 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Manual de 6 relações

  • Largura: 3686 mm
  • Comprimento: 1662 mm
  • Altura: 1635 mm
  • Distância entre os eixos: 2300 mm
  • Bagageira: 225 litros
  • Jantes / Pneus: 195/45 R16
  • Peso: 1055 kg

  • Média de consumo: 5,3 l/100 km
  • Emissões CO2: 121 g/km
  • Velocidade máxima: 164 km/h
  • Aceleração máxima: >13,9s

    Tem:

    • Rádio com ecrã tátil de 7" com USB, Bluetooth
    • Compatibilidade com Android Auto e Apple CarPlay
    • Comandos multimédia no volante
    • Telecomando abertura/fecho portas
    • Volante regulável em altura
    • Vidros dianteiros elétricos
    • Ar condicionado manual
    • Start&Stop
    • Banco do condutor com regulação em altura
    • Capas dos espelhos retrovisores exteriores e puxadores das portas na cor da carroçaria
    • Jantes em liga leve de 16''
    • Faróis de nevoeiro
    • Logotipo Sport

Pintura Mate Cinzento — 800 €
Banco traseiro com configuração 3 lugares e rebatimento por inteiro — 150 €
Pack City (Retrovisores eléctricos com desembaciamento e sensor temperatura exterior
Sensores de estacionamento traseiros) — 300 €
Pack Pandemónio (Vidros traseiros escurecidos
Volante e comando da caixa de velocidades em ecopele
Pinças dos travões dianteiros em vermelho) — 350 €
Roda sobresselente de emergência — 250 €.

Sabe esta resposta?
Qual era a velocidade máxima do Fiat Coupé 2.0 20v Turbo?
Oops, não acertou!

Pode encontrar a resposta aqui:

Glórias do Passado. Fiat Coupé 2.0 20v Turbo, o fim da linhagem