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Ataques no Mar Vermelho. Tesla e Volvo suspendem temporariamente produção na Europa

Há uma rota alternativa para evitar ataques no Mar Vermelho. Demora mais tempo, é mais cara e está a provocar atrasos na entrega de componentes.

Tesla Model Y frente 3/4
© Tesla

Os ataques no Mar Vermelho a navios de carga por parte dos Houthis, grupo armado do Iémen, começam a provocar restrições também na produção automóvel.

São vários os construtores que dependem de rotas no Mar Vermelho — Canal do Suez — para obterem os componentes necessários ao fabrico de automóveis, principalmente elétricos.

De acordo com dados da S&P Market Intelligence, foi da Ásia que chegaram 67% das importações europeias de componentes para a produção de baterias, até 30 de setembro. É também do continente Asiático que chegam à Europa 2/3 das baterias de iões de lítio.

As restrições de passagem no Canal do Suez, a rota marítima mais rápida entre a Ásia e a Europa, estão a ter um impacto crescente à escala global: 12% do comércio marítimo mundial em contentores passa por ali.

Fábrica da Tesla vai parar 14 dias

A Tesla anunciou que vai suspender a sua produção automóvel de 29 de janeiro a 11 de fevereiro, numa das suas fábricas em Grünheide, Berlim.

A marca americana não revela quais os componentes em falta, mas estima-se que seja devido ao facto desta fábrica depender de baterias importadas da China para fabricar o Model Y.

“A Tesla depende muito da China para componentes de baterias que precisam de ser transportados para a Europa através do Mar Vermelho, o que coloca a produção constantemente em risco.”

Sam Fiorani, Vice Presidente da AutoForecast Solutions

Apesar de existir uma rota alternativa, à volta do Cabo da Boa Esperança, esta aumenta consideravelmente os custos por ser mais longa e está a provocar, segundo revelou um responsável da Tesla à Reuters, “disrupções na cadeia de abastecimento”.

Segundo a empresa de transporte Maersk, a rota alternativa implica mais dez dias de viagem e um aumento de custos na ordem de 1 milhão de euros.

O volume de carga transportada pela rota mais curta, no Mar Vermelho, está neste momento 65% abaixo do estimado para esta altura do ano.

Impacto na Volvo é mais reduzido

No entanto, a Tesla não é a única marca a ter de parar de produzir. Também a Volvo vai pausar a produção em Ghent, durante três dias esta semana, onde são fabricados os modelos XC40 e C40. Em causa está o atraso numa entrega de caixas de velocidades.

A Stellantis, por outro lado, já começou a utilizar transporte aéreo de forma a contornar a problemática relacionada com interrupções no tráfego e atrasos. Porém, anunciou também que esta solução é “limitada”. Até agora, o Grupo ainda não registou impacto na produção.

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A Volkswagen adiantou ainda que está em «coordenação» com empresas de transporte marítimo, de forma a evitar “tanto quanto possível” o impacto na produção. O Grupo não espera restrições acentuadas na produção, de acordo com um porta-voz.

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Fonte: Automotive News Europe e Reuters