Porsche Panamera 2024 tem dois segredos para derrotar os 100% elétricos

Muito se falou acerca da continuidade do Porsche Panamera, sobretudo depois do sucesso do seu equivalente elétrico, o Taycan.

Mas a Porsche acabou com todas essas dúvidas e acaba de apresentar a terceira geração da sua berlina, que vai chegar ao mercado português em 2024. Nesta geração a versão Sport Turismo foi descontinuada.

Tal como tinha acontecido recentemente com o Cayenne (vídeo abaixo), o Panamera evoluiu de forma considerável e está pronto para se manter em ação até (pelo menos) ao final da década.

Elegância desportiva. Faz sentido?

Quando olho para o novo Panamera, a descrição que me vem logo à cabeça é “elegância desportiva”. Porque se é verdade que a berlina da marca de Estugarda continua a exibir linhas elegantes, típicas de uma berlina de topo, ganhou elementos que reforçam ainda mais a sua desportividade, tal como se espera de qualquer modelo que envergue o logótipo da Porsche.

Na dianteira, por exemplo, destaca-se o novo para-choques, que apresenta uma entrada de ar central mais larga e uma entrada de ar adicional por cima da chapa de matrícula.

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A somar a isso, a secção frontal está ligeiramente mais baixa, o que ajuda a reforçar o caráter mais desportivo deste modelo, que conta agora com guarda-lamas mais elevados, inspirados no grande ícone da «casa» de Estugarda, o 911.

De perfil, apesar das proporções e das dimensões praticamente não terem sofrido alterações, há algo que salta imediatamente à vista: as jantes. Isto porque pela primeira vez no Panamera, será possível contar com jantes de aperto central.

Outra novidade, que está limitada às versões Turbo, está relacionada com o tom exclusivo Turbonite, que podemos encontrar nas jantes, no escudo, na moldura das janelas, nas ponteiras de escape e nas lâminas do para-choques dianteiro.

Olhando para a traseira, o spoiler traseiro destaca-se, que continua a estar dividido, elevando-se sempre que é necessário gerar mais carga descendente sobre o eixo posterior.

Interior adota soluções do Taycan

Já no interior, apesar das linhas gerais terem sido mantidas, é notório que o Panamera adota muitas das soluções do Taycan, a começar logo na consola central mais «limpa», perdendo muitos dos botões do antecessor.

Também por isso, a alavanca da transmissão desapareceu da consola central e foi substituída por um pequeno seletor do lado direito do volante, tal como já tínhamos visto no Cayenne.

Igualmente novo é o ecrã ligeiramente curvo, com 12,6”, que surge atrás do volante e que faz as vezes de um painel de instrumentos. Logo acima, para o complementar, surge um sistema de head-up display cujo brilho e a altura podem ser ajustados através de um botão no volante.

Ao centro, destaque para o novo sistema multimédia que assenta num ecrã com 12,3”, que é compatível com Android Auto e Apple CarPlay. Do lado direito deste volante, de forma opcional, podemos contar com um terceiro ecrã, com 10,9″, destinado ao passageiro da frente.

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Nos lugares traseiros, o espaço é idêntico ao que era oferecido pela segunda geração do Panamera. Destaque para o facto dos dois lugares traseiros estarem separados por uma consola fixa e poderem contar com ajustes elétricos. De forma opcional é possível substituir esta consola traseira por um terceiro lugar (ao centro).

A consola em si reúne duas saídas de ar e um pequeno ecrã que permite ajustar a climatização, a música que estamos a ouvir e até ver a rota da navegação.

Motores V6 e V8 à escolha

Quanto à oferta mecânica, o novo Porsche Panamera está disponível com dois motores de combustão: V6 e V8.

O V6 biturbo com 2,9 l está disponível sem «ajudas» elétricas, com tração traseira e integral; e pode ser associado a um sistema híbrido plug-in (PHEV). Já o motor V8 biturbo de 4,0 l só está disponível como PHEV.

O motor V6 produz 354 cv de potência e 500 Nm de binário máximo, sendo que ganhou 23 cv e 50 Nm face ao do Panamera de segunda geração. Estes aumentos foram conseguidos graças a modificações na pressão dos turbos e no sistema de injeção.

Disponível nas versões Panamera (tração traseira) e Panamera 4 (tração integral), este seis cilindros em “V” permite acelerar dos 0 aos 100 km/h em 5,1s e chegar aos 272 km/h de velocidade máxima. O Panamera 4 faz o mesmo registo em 4,8s e atinge os 270 km/h.

Limitado a 77 unidades

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Já o motor V8, que sozinho entrega 519 cv de potência, recebeu muitas mais modificações, a começar logo nos turbocompressores, que são novos.

Este motor de oito cilindros está disponível na versão Panamera Turbo E-Hybrid, que será a única versão híbrida plug-in disponível na fase de lançamento, apesar da gama vir a contar com quatro variantes E-Hybrid no futuro.

No Panamera Turbo E-Hybrid o V8 surge associado a um novo motor elétrico com 140 kW (190 cv) de potência, que está integrado na caixa PDK de oito velocidades (foi totalmente redesenhada). Em conjunto estes dois motores debitam 680 cv (500 kW) de potência máxima combinada e 930 Nm de binário máximo.

Graças a estes números o Panamera Turbo E-Hybrid é capaz de acelerar dos 0 aos 100 km/h em 3,2s e atingir uma velocidade máxima de 315 km/h.

Até 91 km em modo 100% elétrico

Outra novidade do Panamera Turbo E-Hybrid é a bateria, que agora passa a ter 25,9 kWh de capacidade (antes tinha 17,9 kWh) e pesa cerca de 300 kg. Isto permite uma autonomia em ciclo WLTP entre 76 km e 91 km, dependendo da versão, e entre 83 km e 93 km em ciclo urbano.

Mas não foi só a autonomia que cresceu. A velocidade de carregamento em corrente alternada (AC) também passou de 7,2 kW para 11 kW, o que permite, a essa velocidade, cumprir uma carga completa em 2h39min.

Suspensões quase mágicas

O inimigo n.º 1 de qualquer carro com pretensões desportivas é o peso. Algo que os 100% elétricos sabem melhor que ninguém — não é por acaso que o 911 continua a resistir à eletrificação.

Pois bem, o novo Porsche Panamera não é 100% elétrico, mas não é por isso que deixa de ter um peso substancial. Foi por isso que a Porsche mais uma vez deu o «litro» para tentar torcer as leis da física e mascarar o «elefante na sala» — leia-se, o peso.

O facto de o novo Panamera não ter umas baterias muito pesadas é um bom príncipio, mas a grande vantagem encontra-se noutro sítio: o sistema de suspensões desenvolvido para esta nova geração que recorre a um sistema pneumático altamente avançado.

Denominado Porsche Active Ride, este sistema (opcional nas versões de entrada de gama) consiste numa mola pneumática de uma câmara e num amortecedor com duas válvulas, sendo que cada amortecedor está associado a uma bomba que regula a pressão do líquido hidráulico.

Existem quatro bombas, uma por roda, com cada uma a ser acionada por um pequeno motor elétrico com 5 kW que é capaz de gerar até 150 bares de pressão em apenas 20 milisegundos.

O resultado é prático e simples: o «cérebro» eletrónico do Panamera consegue controlar de forma diferenciada as duas principais forças que atuam sobre a suspensão, tendo absoluto controlo sobre os movimentos.

Desde 164 695 euros

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Guilherme Costa

Já tive oportunidade de conduzir este novo Porsche Panamera e os ganhos são bem reais. Em condução desportiva as transferências de massas estão mais controladas que nunca e quando as imperfeições do asfalto chegam, o Panamera lida com tudo de tal maneira que nos faz questionar se as leis da física são mesmo iguais para todos os carros. Isaac Newton disse que sim, mas os engenheiros da Porsche não ficaram convencidos…

De série o Panamera conta com uma suspensão pneumática adaptativa, menos complexa, que consiste numa mola pneumática com duas câmaras e num amortecedor com duas válvulas eletromagnéticas, que permite controlar a compressão e a extensão.

Quanto custa?

Já disponível para encomenda, o novo Porsche Panamera vai chegar ao mercado português em março de 2024.

Os preços começam nos 134 341 euros para o Panamera (base) e nos 141 118 euros para o Panamera 4. Já o Panamera Turbo E-Hybrid arranca nos 206 824 euros.

Miguel Dias

Futebol e automóveis, duas paixões que o perseguem. Começou por trabalhar na primeira mas acabou a perceber que aquilo que o fazia mesmo feliz era a segunda.

Porsche, Panamera, Berlina

Apresentação, Porsche, Porsche Panamera