Crónicas Quero voltar a jogar Need for Speed Underground. Estou sozinho nisto?

Regresso ao passado

Quero voltar a jogar Need for Speed Underground. Estou sozinho nisto?

Hoje acordei a desejar ter outra vez 12 anos para poder jogar Need For Speed: Underground. E o melhor é que posso fazê-lo.

Need for Speed Underground capa
© Electronic Arts

É oficial, estou a ficar velho. E isso só quer dizer uma coisa: a minha veia saudosista vai manifestar-se cada vez mais.

A partir de agora preciso de aprender a normalizar paixões espontâneas por coisas perfeitamente banais da minha adolescência. Elas vão aparecer. Aliás, já apareceram: hoje acordei a desejar ter outra vez 12 anos para poder jogar Need For Speed: Underground.

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Eu, que me considero um gamer — acho que é este o termo usado atualmente… — devoto, sobretudo de jogos de desporto e automóveis, tenho este NFS no topo da minha lista.

capa Need for Speed Underground
© Electronic Arts A capa oficial do Need for Speed Underground

Tinha tudo o que se pode pedir a um jogo de corridas: uma história que nos agarrava ao ecrã, uma banda sonora eclética que ia de Rob Zombie a T.I. e explorava toda a cena tuning, que estava em altas depois dos primeiros dois filmes da saga Velocidade Furiosa.

Podem acompanhar a história completa aqui (e com gráficos melhorados):

Isso também se manifestava nos próprios carros (eram pouco mais de 20…), que de uma maneira ou de outra estava todos relacionados com a cultura da modificação automóvel: nunca antes um Need For Speed tinha oferecido tantas possibilidades de personalização, muitas delas assinadas por empresas de renome, como a HKS, a AEM ou a NOS.

Eu passava horas e horas a alterar tudo o que fosse possível no meu carro, que era quase sempre um Honda S2000. E no final, tinha um orgulho tremendo no resultado, mesmo sabendo, de forma inconsciente, que ninguém o iria ver — as funcionalidades online do jogo, apenas nas versões PS2 e PC, eram mesmo muito limitadas.

Outro dos carros que me marcou foi o Acura Integra Type R que aparecia logo no início do jogo e que nos apresentava ao mundo das corridas, que estavam divididas em três modos: race, drift e drag. No total tínhamos mais de 100 missões obrigatórias e isso era garantia de muitas horas de diversão ao volante, ou melhor, ao comando.

Need for Speed Underground Acura Integra Type R
Acura Integra Type R

Passados todos estes anos, consigo perceber que a lista de carros era curta e que os trajetos das corridas eram algo repetitivos. Mas naquela altura nem tinha tempo de perceber o que estava mal ou podia ser melhor: queria simplesmente construir o melhor carro possível e ganhar o máximo de corridas. E foi isso que eu fiz. Sempre.

Três gerações de consolas e 16 Need For Speed depois, continuo a achar que este é um dos melhor jogos de corridas alguma vez feito. Captava a essência do que era a cultura tuning, tinha uma vibe alternativa e quase ilegal, bem ao estilo de Gotham, por exemplo, e dava-nos um protagonismo que muitas vezes não encontramos nos jogos atuais: era sobre nós e sobre o nosso carro.

O jogo vendeu mais de sete milhões de cópias em todo o mundo e um ano depois teve sucessão no Underground 2 que, curiosamente, para mim já não teve o mesmo impacto: talvez por sentir que nada daquilo já era novo.

Mas voltando ao que me trouxe aqui, só há uma forma de apagar esta vontade momentânea de jogar Underground: obviamente, jogá-lo. É claro que isso implica uma viagem a casa dos pais para recuperar a minha PS2, mas vai valer a pena. Ou então não e vou desiludir-me. Mas mesmo que isso aconteça, as memórias que tenho com este jogo são intocáveis.

O Nissan Skyline GT-R R34 é uma dessas memórias:

Resta agora saber de que forma a minha veia saudosista se vai manifestar da próxima vez. Pode ser mais um jogo, como o Midnigth Club 3, ou o meu primeiro carro, um Clio II com um motor 1.4 a gasolina com 98 cv. Seja o que for, prometo partilhá-lo aqui.

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