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Querem um Porsche 911 elétrico? Vão ter que esperar e muito, e até pode não acontecer

Boas notícias para os fãs do Porsche 911. Oliver Blume (CEO da Porsche), em declarações, empurrou (muito) para a frente um 911 elétrico e… até pode não acontecer.

Porsche 911 Turbo 992

O Porsche 911 pode não ser o modelo mais vendido do construtor alemão — esse título cabe ao Cayenne, o SUV —, mas é no perfil inconfundível do desportivo que ainda reside a sua essência e alma. Um verdadeiro ícone que, após 57 anos de vida, ainda é a bitola pela qual todos os outros desportivos são medidos.

E um dos elementos cruciais que faz do 911 um 911 desde que era um… 901, tem sido o seis cilindros boxer montado no “sítio errado”, atrás do eixo traseiro. Um 911 elétrico implica retirar o seis cilindros boxer da equação, logo deixa de ser um 911 e passa a ser outra coisa qualquer.

Parece ser a opinião de Oliver Blume, que em declarações à Bloomberg, foi contundente nas suas convicções.

"Deixem-me ser claro, o nosso ícone, o 911, irá ter um motor de combustão por muito tempo. O 911 é um conceito de automóvel preparado para um motor de combustão. Não é útil combiná-lo com mobilidade puramente elétrica. Nós acreditamos em carros desenhados propositadamente para a mobilidade elétrica."

Oliver Blume, diretor executivo da Porsche
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Porsche 911 (992) Carrera 4

Ou seja, dificilmente veremos um Porsche 911 elétrico nos próximos anos, se é que algum dia veremos algum. A haver um futuro desportivo elétrico na Porsche será concebido de raíz como tal e, portanto, deverá assumir uma nova identidade.

Ataque em duas frentes

Com estas declarações, Oliver Blume não assume uma posição anti-elétricos, bem pelo contrário. Aliás, faz parte dos planos da Porsche que metade dos modelos vendidos sejam eletrificados (elétricos e híbridos plug-in) tão cedo como 2025. Panamera e Cayenne já disponibilizam variantes híbridas plug-in — e que têm conhecido grande sucesso comercial —, e o elétrico Taycan será acompanhado, a curto prazo, por um Macan 100% novo e 100% elétrico (que será vendido em paralelo com o Macan atual).

Oliver Blume também não diz não a desportivos 100% elétricos: “Eu acho que no futuro haverá também espaço para automóveis muito desportivos puramente elétricos para se juntarem aos outros desportivos. Há grandes oportunidades.”

Mas um 911 elétrico, o ícone da Porsche? Dificilmente o veremos motivado exclusivamente por eletrões.

Rumores, no entanto, dizem que poderemos ver algum tipo de hibridização do Porsche 911 talvez ainda durante esta geração 992. Rumores que Blume praticamente confirmou: “No futuro do 911, há muito boas ideias para um tipo especial de híbrido, um híbrido muito orientado para a performance, onde usaremos, por exemplo, o sistema de 400 V para o nosso motor elétrico”.

Porsche 911 GT3 R Hybrid
2010. A Porsche dá a conhecer o 911 GT3 R Hybrid

Se, por um lado, vemos a Porsche anunciar um investimento de 15 mil milhões de euros, distribuídos pelos próximos cinco anos, para mobilidade elétrica, produção sustentável e digitalização; por outro, foi o mais recente ator da indústria a comprometer-se com o desenvolvimento de combustíveis sintéticos ou e-fuels.

Quando produzidos recorrendo a energias 100% renováveis, podem ser fundamentais para a redução das emissões e o cumprimento das futuras normas de emissões. Além disso, serão incontornáveis para ajudar a manter a circular os 70% do total de modelos Porsche produzidos até hoje que ainda circulam ou estão aptos a circular.

Parar os motores de combustão interna não é a discussão certa. Para reduzir as emissões de CO2, vimos de ambos os lados (mobilidade elétrica e combustíveis sintéticos).

Oliver Blume, diretor executivo da Porsche

Fonte: Bloomberg.