Desde 47 600 euros
Mercedes-Benz GLA 200 d testado. Mais do que um Classe A mais alto?
A nova geração do Mercedes-Benz GLA quer demarcar-se do "rótulo" muitas vezes associado ao antecessor de que não passava de um Classe A mais alto. Será que o conseguiu?

Apesar do sucesso que conheceu (venderam-se mais de um milhão de unidades), o “rótulo” de ser apenas pouco mais que um Classe A mais alto sempre acompanhou o Mercedes-Benz GLA.
Nesta segunda geração a Mercedes-Benz apostou em deixar para trás essa ideia, mas será que foi bem sucedida nas suas intenções?
Num primeiro contacto a resposta é: sim conseguiu. O maior elogio que posso fazer ao novo Mercedes-Benz GLA é o facto de me ter feito parar de relembrar o seu irmão menos aventureiro sempre que o vejo, algo que acontecia quando me cruzava com o seu antecessor.
VÊ TAMBÉM: Futuro da Mercedes-Benz. Aposta nos elétricos e nas submarcas AMG, Maybach e G
Seja por estar (muito) mais alto — 10 cm para ser preciso —, o que lhe garante proporções distintas, ou por ter perdido os vários elementos decorativos e plásticos a que o anterior GLA recorria, esta nova geração tem um estilo mais “independente” do modelo que lhe serve de base.
No interior as diferenças surgem lá atrás
Se no exterior o Mercedes-Benz GLA se conseguiu descolar do “rótulo” de Classe A mais alto no interior esse distanciamento é mais discreto.
Desta forma, até aos bancos dianteiros terás alguma dificuldade em distingui-los. O tabliê é exatamente igual, o que significa que temos o muito completo sistema de infotainment MBUX com os seus quatro modos de controlo :voz, touchpad no volante, ecrã tátil ou o comando entre os bancos.

A qualidade da montagem e dos materiais estão num nível do que seria de esperar da Mercedes-Benz e apenas a posição de condução mais alta denuncia que estamos aos comandos do GLA e não do Classe A.

Posto isto, é nos bancos de trás que o Mercedes-Benz GLA se afasta do seu irmão. Equipado com bancos deslizantes (14 cm de curso), este oferece entre 59 e 73 cm de espaço para as pernas (o Classe A tem 68 cm) e a sensação que temos é de que há sempre muito mais espaço que no compacto alemão.

Também na bagageira o GLA revela que é mais amigo de todos os que gostam de viajar com a “casa às costas”, oferecendo 425 litros (435 l para as versões com motorizações a gasolina), um valor bem superior aos 370 litros do Classe A e também (ligeiramente) superior aos 421 litros da geração anterior.

Ao volante também é diferente?
A primeira diferença que sentimos aos comandos do novo Mercedes-Benz GLA face ao Classe A é de que vamos sentados numa posição bem mais elevada.

Uma vez em andamento, a verdade é que dificilmente vais confundir os dois modelos. Apesar de partilharem a plataforma as reações do Mercedes-Benz GLA são diferentes daquelas que sentimos aos comandos do Classe A.
Comum a ambos é o amortecimento firme e a direção direta e precisa. Já “exclusivo” do GLA é o ligeiro adornar da carroçaria a ritmos mais elevados, mérito da maior altura e que trata de nos relembrar de que estamos ao volante de um SUV.

No fundo, no capítulo dinâmico o GLA assume no segmento dos SUV um papel semelhante ao do Classe A entre os compactos. Seguro, estável e eficaz, troca alguma dose de entretenimento por uma considerável dose de previsibilidade, permitindo-nos curvar bastante depressa.
Já em autoestrada, o Mercedes-Benz GLA não esconde as suas origens germânicas e “trata por tu” as longas tiradas a velocidade elevada, sendo que, neste capítulo conta com um precioso aliado no motor Diesel que equipava esta unidade.

Com 2.0 l, 150 cv e 320 Nm, este surge associado a uma transmissão automática de oito relações. Uma dupla que funciona bastante bem, contando ainda com o apoio de um conjunto de modos de condução que realmente trazem diferenças sempre que os selecionamos.
Enquanto o modo “Comfort” se assume como uma solução de compromisso, o modo “Sport” ajuda-nos a tirar o melhor partido das potencialidades dinâmicas do GLA. Melhora a resposta do acelerador, atua sobre a caixa de velocidades (que mantém mais tempo a relação) e torna a direção mais pesada (talvez até um pouco pesada demais).

Por fim, o modo “ECO” liberta todo o potencial de poupança do 2.0 l Diesel da Mercedes-Benz. Se nos modos “Comfort” e até “Sport” este já se tinha revelado económico, com as médias a andarem, respetivamente, em torno dos 5,7 l/100 km e 6,2 l/100 km (aqui em ritmo mais acelerado), no modo “ECO” a economia torna-se palavra de ordem.
Capaz de ativar a função “Roda Livre” na transmissão, este modo permitiu-me alcançar médias na casa dos 5 l/100 km em estrada aberta e de cerca de 6 a 6,5 l/100 km em meio urbano. É verdade que para tal não podemos andar a correr, mas é bom saber que o GLA é capaz de assumir diversas “personalidades”.

É o carro certo para mim?
Apesar de ser menos familiar que o GLB, nesta nova geração o Mercedes-Benz GLA é bem mais que um Classe A para subir passeios.

Com um estilo mais demarcado do compacto alemão, mais espaço e com uma distância ao solo de 143 mm (9 mm a mais que na anterior geração), o GLA oferece uma versatilidade com que o seu irmão apenas pode sonhar.
Se é a escolha certa? Bem, para quem procura um SUV premium espaçoso q.b., estradista por natureza e com um motor Diesel que é agradável de utilizar nas mais diversas circunstâncias, então o GLA pode muito bem ser a escolha certa, principalmente agora que se afasta do conceito crossover e assume-se mais claramente como um SUV… que já não “rotulamos” de Classe A mais alto.

Preço
unidade ensaiada
Versão base: €47.600
IUC: €259
Classificação Euro NCAP: N/D
- Motor
- Arquitectura: 4 cilindros em linha
- Capacidade: 1950 cm3
- Posição: Dianteira transversal
- Carregamento: Injeção direta Common Rail + Turbo de gemometria variável + Intercooler
- Distribuição: 2 a.c.c., 4 válv. por cil.
- Potência: 150 cv entre 3400-4400 rpm
- Binário: 320 Nm entre 1400-3200 rpm
- Transmissão
- Tracção: Dianteira
- Caixa de velocidades: Automática de oito velocidades
- Capacidade e dimensões
- Comprimento / Largura / Altura: 4410 mm / 1834 mm / 1611 mm
- Distância entre os eixos: 2729 mm
- Bagageira: 425 litros
- Peso: 1615 kg
- Consumo e Performances
- Consumo médio: 5,4 l/100 km
- Emissões de CO2: 141 g/km
- Vel. máxima: 208 km/h
- Aceleração: 8,6s
-
Equipamento
- Assistente ativo de faixa de rodagem
- Active Brake Assist
- Sensor de chuva
- Apoio de braços traseiro
- Cruise control
- Sistema de monitorização da pressão dos pneus
- Assistente de limite de velocidade
- Forro do tejadilho em tecido preto
- Sistema de multimédia MBUX
- Protecção de peões
- DYNAMIC SELECT
- Eixo multi-link
- Barras de Tejadilho em Aluminio
- Câmara para marcha-atrás
- Assistente ativo de travagem
- Pack KEYLESS-GO
Avaliação
- Qualidade
- Interior espaçoso
- Motor
- Consumos
- Preço com opcionais
- Interior idêntico ao do Classe A
Sabe responder a esta?
Em que ano foi revelado o Mercedes-Benz 190 (W201)
Não acertou..
Mas pode descobrir a resposta aqui::
Mercedes-Benz 190 (W201), antecessor do Classe C, celebra 35 anosEm cheio!!
Vá para a próxima perguntaou leia o artigo sobre este tema:
Mercedes-Benz 190 (W201), antecessor do Classe C, celebra 35 anosMais artigos em Testes, Ensaio
©2022 RAZÃO AUTOMÓVEL