Ensaio Testámos o Skoda Kodiaq RS, um SUV de 7 lugares… “desportivo”. Faz sentido?

Desde 74 434 euros

Testámos o Skoda Kodiaq RS, um SUV de 7 lugares… “desportivo”. Faz sentido?

Um SUV de sete lugares focado na performance e desempenho dinâmico não é algo muito comum, mas é exatamente isso que o Kodiaq RS oferece. Mas fará sentido?

Skoda Kodiaq RS
© Raul Mártires / Razão Automóvel

Revelado no Salão de Paris do ano passado e já com um recorde no Nürburgring em seu nome (é o mais rápido SUV de sete lugares no circuito alemão), o Skoda Kodiaq RS é um modelo intrigante, principalmente se tivermos em conta que provém do construtor checo.

É que, por norma, mais depressa associamos a Skoda a uma gama “sensata” e repleta de soluções inteligentes do que a um SUV de sete lugares com vocação desportiva e que não só conta com o mais potente motor Diesel da história da marca como se apresenta como o seu mais caro modelo em comercialização.

Primeiro SUV da marca checa a receber a sigla RS, esteticamente o Kodiaq não passa despercebido, seja pelas jantes de 20” ou pelos apêndices aerodinâmicos, por onde quer que passe o Kodiaq RS capta as atenções (a cor da unidade ensaiada também ajuda), algo pouco comum nos modelos da Skoda.

VÊ TAMBÉM: Testámos o Peugeot 508 2.0 BlueHDI: um premium à francesa?
Skoda Kodiaq RS
Desde as jantes de 20” até à dupla saída de escape, o Kodiaq RS conta com vários detalhes que o denunciam e diferenciam face à restante gama. © Raul Mártires / Razão Automóvel

Pessoalmente, aprecio essa audácia na decoração do Kodiaq RS e penso que “casa” muito bem com o cariz mais desportivo que a marca lhe quis oferecer.

No interior do Skoda Kodiaq RS

Por dentro do Kodiaq RS a ergonomia destaca-se, com todos os comandos a surgirem “no sítio certo” e o tablier a apostar num visual muito… lógico e convencional. Em bom plano está também a qualidade (tanto dos materiais como da montagem), algo comprovado pela ausência de ruídos parasitas, mesmo em estradas mais degradadas.

Skoda Kodiaq RS
Nesta versão RS os materiais usados no interior do Kodiaq são ainda melhores do que o habitual. © Raul Mártires / Razão Automóvel

Entre as qualidades do interior do Kodiaq RS destaque ainda para o sistema de infotainment. Aliás, este elogio aplica-se aos restantes modelos do Grupo Volkswagen que possuem, a meu ver, um dos sistemas mais completos e simples de usar, e com melhor grafismo do mercado.

VÊ TAMBÉM: Testámos os novos 1.3 DIG-T do Nissan Qashqai. E agora, qual comprar?

Quanto ao espaço, apesar de se tratar de uma versão “desportiva” o Kodiaq RS mantém todas as virtudes que os seus “irmãos” mais pacatos apresentam. Ou seja, tem espaço de sobra para cinco pessoas e em caso de necessidade até pode levar mais duas (que convém que sejam crianças ou pessoas de pequena estatura).

VÊ TAMBÉM: Ao volante da Opel Zafira Life. A evolução da espécie?

Por falar na terceira fila de bancos, o acesso a esta não é fácil e exige alguma destreza a quem lá viaja. Para além disso, os pés dos ocupantes da terceira fila acabam por ir sempre demasiado elevados. Já a bagageira varia entre os escassos 230 l com sete lugares e os mais que suficientes 530 l com cinco lugares.

VÊ TAMBÉM: Testámos o Porsche Macan 2.0 turbo. Será que faz sentido?

Ao volante do Skoda Kodiaq RS

Quando nos sentamos aos comandos do Kodiaq RS rapidamente encontramos uma boa posição de condução (se bem que sempre alta, como é típico nos SUV). Já a visibilidade é aquela que se espera de um modelo com perto de cinco metros (4,70 m mais precisamente). Felizmente estão lá as câmaras e sensores para nos ajudarem a não ter “azares”.

VÊ TAMBÉM: Kia Proceed em dose dupla. Testámos a GT 1.6 T-GDI e a GT Line 1.0 T-GDI
Skoda Kodiaq RS
Os bancos desporivos são forrados a Alcantara e pele perfurada. São confortáveis e oferecem um bom apoio lateral. © Raul Mártires / Razão Automóvel

Em termos dinâmicos, é fácil perceber como é que o Kodiaq RS conseguiu percorrer o “inferno verde” em apenas 9min29,84s. Com uma direção com um bom peso, comunicativa q.b e direta, o SUV checo curva “sobre carris” apoiado-se no sistema de tração integral e numa suspensão que consegue controlar bem o adornar da carroçaria.

VÊ TAMBÉM: Jeep Wrangler Sahara testado. Tudo novo, mas ainda é um Wrangler?

Por falar em velocidade, se em traçados sinuosos o Kodiaq RS se “porta bem”, é em linha reta que este mais impressiona, com os 240 cv a empurrarem-no com pujança para frente como se de uma locomotiva se tratasse e deixando para trás modelos bem mais “levezinhos” e momentaneamente surpreendidos pelas capacidades deste “mastodonte”.

VÊ TAMBÉM: Testámos o Renault Scénic 1.3 tCe: já não é moda, mas ainda tem argumentos?

Já no que diz respeito aos consumos, tanto é possível alcançar os 6,2 l/100 km (a ritmo calmo e com o modo Eco selecionado) como os 16,5 l/100 km (com o modo Sport ativo e a tentar imitar a piloto Sabine Schmitz). Ainda assim, sem grandes preocupações, os consumos ficam-se pelos 8 l/100 km anunciados pela Skoda.

VÊ TAMBÉM: Venderam-se mais Lancia do que Alfa Romeo nos primeiros seis meses do ano
Skoda Kodiaq RS
A grelha recebeu acabamentos em preto gloss que contribuem para um visual mais distinto. © Raul Mártires / Razão Automóvel

É o carro certo para mim?

Se em teoria criar uma versão desportiva de um SUV familiar pode parecer pouco racional, na prática essa falta de racionalidade continua. Afinal de contas, para quê que um SUV com perto de duas toneladas e com sete lugares precisa de cumprir os 0 aos 100 km/h em 7s e percorrer o Nürburgring em menos de 10 minutos?

VÊ TAMBÉM: Testámos o DS 7 Crossback 1.6 PureTech 225 cv: vale a pena ser chique?
Skoda Kodiaq RS
© Raul Mártires / Razão Automóvel

A verdade é que para o Kodiaq RS fazer realmente sentido temos de deixar de parte as premissas racionais que, por norma, pautam os produtos da Skoda e vê-lo por um prisma mais emocional, sendo que, nesse caso, começamos a perceber o mais desportivo dos SUV da marca checa.

Se precisas de espaço mas não abdicas de boas performances, o Kodiaq RS é o carro ideal para ti. Económico (se assim quiseres), muito bem equipado, veloz e até com um visual mais chamativo, só o preço surge como entrave a que este seja a escolha número um das famílias numerosas mais apressadas.

Testámos o Skoda Kodiaq RS, um SUV de 7 lugares… “desportivo”. Faz sentido?

Skoda Kodiaq RS 2.0 TDI 240 cv 4x4 DSG

7/10

O Kodiaq RS é, ao mesmo tempo, o porta-estandarte da Skoda e um modelo que vai contra a maioria dos valores de racionalidade defendidos pela marca. Bem construído e espaçoso por natureza, nesta versão RS o Kodiaq passa a contar com prestações de muito bom nível e um comportamento que se pauta mais pela eficácia do que pela diversão, mas que ainda assim impressiona. O que impressiona também é o preço de quase 80 mil euros que, apesar das inúmeras qualidades do Kodiaq RS, pode servir de efeito dissuasor na hora de optar pelo SUV checo.

Prós

  • Prestações
  • Qualidade de construção
  • Espaço
  • Versatilidade

Contras

  • Preço
  • Acesso e espaço na terceira fila de bancos

Versão base:€74.434

IUC: €414

Classificação Euro NCAP: 5/5

€77.104

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura: 4 cilindros em linha
  • Capacidade: 1968 cm3 cm³
  • Posição:Dianteira transversal
  • Carregamento: Inj. dir. common rail + dois turbos + intercooler
  • Distribuição: 4 válvulas por cilindro, duas árvores de cames
  • Potência: 240 cv às 4000 rpm
  • Binário: 500 Nm entre as 1750 rpm e as 2500 rpm

  • Tracção: Integral
  • Caixa de velocidades:  DSG de 7 velocidades

  • Largura: 4699 mm
  • Comprimento: 1882 mm
  • Altura: 1685 mm
  • Distância entre os eixos: 2790 mm
  • Bagageira: 230 l (7 lug.), 530-725 l (5 lug.)
  • Jantes / Pneus: 235/45 R20
  • Peso: 1913 kg

  • Média de consumo: 8,0 l/100 km
  • Emissões CO2: 211 g/km
  • Velocidade máxima: 220 km/h
  • Aceleração máxima: >7s

    Tem:

    • 7 lugares
    • 8 altifalantes
    • ACC - Cruise Control Adaptativo com speed limiter
    • Iluminação interior em LED
    • Apoio de braços dianteiro
    • Apoio lombar nos bancos dianteiros, com regulação elétrica
    • Ar condicionado Climatronic (3 zonas)
    • Auto Light Assist (controlo automático de máximos, espelho retrovisor com antiencadeamento automático)
    • Bancos dianteiros ajustáveis elétricamente, com memória
    • Bancos dianteiros desportivos
    • Barras longitudinais de tejadilho RS, em preto
    • Bluetooth com SIM access profile e LTE
    • Câmara traseira
    • Care Connect 1 ano + Infotainment Online 1 ano
    • Cockpit Virtual
    • Cortinas laterais traseiras
    • Direção progressiva
    • Driving Profile Selection
    • Ecall (chamada de emergência)
    • Embaladeiras RS
    • Espelhos retrovisores exteriores elétricos, aquecidos, retráteis, com antiencadeamento automático e memória
    • Estofos em pele
    • Faróis de nevoeiro dianteiros com função cornering
    • Faróis dianteiros LED com AFS
    • Front Assist (sistema de travagem de emergência para ACC)
    • Hill Start Assist/Hill Descend Control
    • Iluminação na zona dos pés à frente e atrás
    • Inserções decorativas em carbono
    • Inserções decorativas RS
    • Jantes de liga leve de 20''
    • Keyless Go (fecho central sem chave)
    • Lanterna amovível na bagageira
    • Light Assist (sensores de luz e chuva)
    • Mirror Link e RSE App
    • Monitorização da pressão dos pneus
    • Pára-choques Sport
    • Pedais em alumínio
    • Reconhecimento dos sinais de trânsito
    • Sensores de estacionamento à frente e atrás
    • Sistema de Infotainment com navegação Columbus
    • Tomada de 230V e duas entradas USB
    • Travão de mão elétrico
    • Voice Control e Voice Enhancer
    • Volante multifunções desportivo RS, em pele com controlos da caixa de velocidades

Pintura metalizada (540 euros)
sistema Keyless Full com Alarme (415 euros)
Abertura e fecho elétricos da bagageira (410 euros)
Lane Assist + Blind Spot Detect (915 euros)
Area View (390 euros).

Sabe esta resposta?
Em que ano é que a Rover desapareceu?
Oops, não acertou!

Pode encontrar a resposta aqui:

A Rover nunca produziu um 75 coupé mas houve quem o fizesse