Primeiro Contacto Ao volante dos dois híbridos do Toyota Corolla. Fórmula vencedora?

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Ao volante dos dois híbridos do Toyota Corolla. Fórmula vencedora?

O Toyota Corolla entra na sua 12ª geração completamente renovado. Será que as mudanças foram suficientes? Foi isso que fomos descobrir a Barcelona.

Toyota Corolla Touring Sports

Este teste tem de começar com uma nota prévia: é a segunda vez que testamos o Toyota Corolla, mas a primeira vez que o fazemos na Europa. Há alguns meses, o Guilherme Costa teve oportunidade de conduzir o hatchback em Los Angeles, no âmbito dos World Car Awards, prémio no qual somos membros do júri. E trouxe de lá um vídeo para mais tarde recordar.

Como tal a nossa ida a Palma de Maiorca para este teste tinha três propósitos: recolher informação junto dos responsáveis da Toyota, testar as duas motorizações híbridas e conduzir o novo Toyota Corolla nas três carroçarias existentes: hatchback, Touring Sports (carrinha) e Sedan (berlina três volumes).

No Corolla, tudo novo

Literalmente tudo novo, a começar pela plataforma. A GA-C, nome de código para a variante da Nova Arquitetura Global da Toyota (TNGA) utilizada pelo novo Corolla, foi a base que permitiu aos engenheiros e designers da marca japonesa expandir os horizontes e tentar tornar o compacto japonês mais entusiasmante.

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Gama Toyota Corolla 2019
Toyota Corolla está disponível em três carroçarias: hatchback de 5 portas, Touring Sports (carrinha) e o mais contido e clássico Sedan (berlina de três volumes).

O Toyota Corolla, como todos os Toyota (desportivos à parte, naturalmente) nunca primou pelo entusiasmo visual ou dinâmico. Ao ponto de ter sido o próprio responsável da marca, Akio Toyoda, a lançar o mote: “não queremos mais carros enfadonhos”. Isto é uma característica muito japonesa.

Esse trabalho começou logo pelo exterior, onde se nota uma clara vontade em colocar um ascendente mais aspiracional no Toyota Corolla. Tanto a carrinha como o hatchback, as versões mais importantes para a Europa, mostram um estilo mais irreverente. Adicionem a esta equação um Corolla mais baixo e mais largo, e conseguem perceber que a mudança é grande.

A nova plataforma permitiu ao Corolla ter um centro de gravidade reduzido em 10 mm, uma suspensão traseira multibraços de série em toda a gama e uma carroçaria 60% mais rígida, devido ao recurso a aços de elevada rigidez.

A Toyota sabe que numa altura em que os SUV ganham cada vez mais terreno, é necessário levar alguma emoção para o segmento C para equilibrar as expectativas do consumidor. Já não é “aquilo que nós queremos”, mas “aquilo que o mercado quer”.

A Touring Sports foi desenvolvida na Europa especialmente para o mercado europeu, e nota-se. A carrinha, com 598 l de capacidade de bagageira e várias soluções de versatilidade, é, na minha opinião, o grande destaque da gama Corolla.

Pela primeira vez, duas opções híbridas

É impossível falar de híbridos e não referir a Toyota. O trabalho iniciado com o Prius, permitiu que a marca se posicionasse como um dos principais players a nível mundial no que à eletrificação do automóvel diz respeito. E já está a começar a dar cartas também no hidrogénio.

Assim sendo, foi nas versões híbridas do Toyota Corolla que a minha atenção se centrou, estando também disponível como acesso à gama o 1.2 Turbo a gasolina de 116 cv, não havendo motorizações Diesel disponíveis.

A motorização de 1.8 l com 122 cv (potência combinada) é a mais acessível das duas versões equipadas com a quarta geração do sistema Self Charging Hybrid. O motor elétrico, tem aqui 53 kW (72 cv) e um binário máximo de 163 Nm.

A grande novidade está nas baterias, que são agora de iões de lítio nesta motorização, mas só no hatchback e na Touring Sports.

Toyota Corolla 1.8 Hybrid
Bonito? Nem por isso, mas o 1.8 Hybrid é eficaz e económico.

A aceleração dos 0-100 km/h cumpre-se em 10,9s no hatchback, sofrendo um incremento de 0,1s na Touring Sports e em cima desse valor, outro tanto no Sedan, colocando este último nos 11,1s.

Os consumos e emissões (WLTP) anunciados situam-se entre os 4,4 l/100 km e os 5,0 l/100 km, e as 101 g/km e 113 g/km, respetivamente, considerando todas as carroçarias e versões.

Limitados a 180 km/h
Em todas as motorizações híbridas a velocidade máxima do Corolla está limitada a 180 km/h. Curiosamente, o 1.2 Turbo, a motorização de acesso à gama, é a que tem a maior velocidade máxima ao atingir 195 km/h.

A oferta híbrida mais potente combina um motor 2.0 l — com 41% de eficiência térmica, é o motor a gasolina mais eficiente do mercado —, coadjuvado por um motor elétrico de 80 kW (109 cv) 202 Nm de binário máximo. A potência combinada do motor de combustão e motor elétrico é de 180 cv.

Aqui e segundo a Toyota, não temos baterias de iões de lítio, mas sim baterias de hidretos metálicos de níquel, porque a potência adicional desta proposta mais vitaminada permite disfarçar o incremento de peso das baterias. 

Os consumos e emissões (WLTP) anunciados situam-se entre os 5,2 l/100 km e os 5,3 l/100 km, e as 118 g/km e 121 g/km, respetivamente, considerando todas as carroçarias e versões, à excepção do Sedan, que não está disponível com esta motorização.

Toyota Corolla 2019 2.0 Hybrid

Ambas as motorizações híbridas estão associadas a uma caixa CVT (caixa de variação contínua), e no caso do 2.0 esta incorpora, de forma intrigante, uma primeira velocidade mecânica, garantindo assim arranques mais assertivos.

Baterias geridas “com pinças”

No Sedan, e ao contrário do hatchback e da Touring Sports, na versão híbrida equipada com o motor 1.8, a Toyota colocou as ligeiramente mais baratas e pesadas baterias de hidretos metálicos de níquel.

Questionei o responsável da marca sobre o porquê desta decisão e a resposta oficial é que foi uma decisão tomada, principalmente, tendo em conta a oferta e procura de baterias de iões de lítio, que como sabem, tem tido um pendente bem mais superior para a procura, e também não é o tipo de bateria mais barato.

É que ao contrário de outros construtores, híbridos na Toyota significa tão somente mais de 12 milhões de unidades vendidas nos últimos 20 anos (dois milhões na Europa), um número que deverá disparar nos próximos anos.

Gama Toyota Corolla 2019

O Sedan recebe esta bateria “menos nobre” porque é a carroçaria que consegue lidar melhor com o aumento de peso e volume. O hatchback e a Touring Sports, que têm o consumidor europeu como alvo, têm de primar por uma condução mais apurada. Ou seja, se é necessário de alguma forma penalizar o conjunto devido a uma decisão estratégica, que seja o Sedan.

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Ao volante

Ao volante nota-se uma evolução face à anterior geração, não só no que a materiais diz respeito, mas também ao nível de insonorização e refinamento da condução.

As carroçarias equipadas com motor 1.8 são competentes e satisfazem no que toca às prestações. Curiosamente, as diferenças que sentimos ao volante dos modelos equipados com  o bloco de 2.0 l, apesar da maior potência disponível, não foram gigantes.

Como tal, se o orçamento é algo que te preocupa, a versão de acesso à gama híbrida chega e sobra. É claro que se procuras um pouco mais de emoção ao volante, então a versão de 2.0 l é a que deves comprar.

A suspensão adaptativa variável, disponível para o Toyota Corolla (hatchback e Touring Sports apenas), não estará ao alcance dos consumidores portugueses. O acréscimo de preço que representava, levou a marca a tomar esta decisão.

Nos consumos, podes esperar médias em torno dos 5/6 litros para a versão equipada com o motor 1.8 e mais um 0,5-1,0 l aos 100 km para a versão mais potente da gama. É claro que aqui tens de gerir com mestria o peso do teu pé direito, porque facilmente podes estragar estas médias.

Os híbridos, segundo aconselha a Toyota, devem ser conduzidos de uma forma muito específica de forma a optimizar os consumos e tirar partido das vantagens do motor elétrico e bateria.

Toyota Corolla Touring Sports 2019

Devemos acelerar de forma mais vigorosa inicialmente, para atingir uma velocidade estabilizada rapidamente. Depois é ir mantendo a velocidade e com muita leveza, gerir a carga no acelerador. Ao fim de alguns quilómetros, notarás a diferença.

Já no que diz respeito a feeling de condução e face à anterior geração do Auris, é todo um mundo de diferença. Aquela falta de sensibilidade gélida do Auris, deu lugar a uma relação bem mais comunicativa.

Nota-se que a Toyota fez o trabalho de casa e aperfeiçoou o conjunto de direção e suspensão mesmo ao gosto dos europeus — uma característica que podemos apontar a todos os modelos que assentam sobre a TNGA. Bom trabalho Toyota, é continuar.

 

Sucesso contínuo
O Toyota Corolla surgiu originalmente em 1966, e desde então já foram vendidas mais de 45 milhões de unidades ao longo de 11 gerações. É, regularmente, o carro mais vendido no planeta, tal como aconteceu em 2018.

Falta a cereja no topo do bolo…

Já no que diz respeito ao sistema de infoentretenimento, continuamos com o mesmo problema do passado. Comparado com a concorrência europeia, ainda há muito trabalho a fazer, principalmente no que toca à experiência de utilização, que apesar de ser relativamente simples, é pouco refinada e não acompanha a evolução do modelo. O Toyota Corolla merecia mais neste campo.

Se dás muita importância à tecnologia a bordo, não falta nada. Poderás apenas ter alguma dificuldade em lidar com o design mais rudimentar dos menus do sistema de infoentretenimento e painel de instrumentos face a outras propostas, como por exemplo, as alemãs.

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Em Portugal

A revelação do Toyota Corolla em Portugal ocorre já este fim de semana, a 16 e 17 de março, onde os concessionários da marca japonesa terão as portas abertas.

A gama nacional divide-se em três motorizações e três carroçarias, como já vimos, com os preços a iniciarem-se nos 21 299 euros para o hatchback e 22 499 euros para a Touring Sports, ambos equipados com o 1.2 Turbo.

O 1.8 Hybrid começa nos 25 990 euros para o hatchback, 27 190 euros para a Touring Sports e nos 28 250 euros para o Sedan (é a única motorização disponível). O 2.0 Hybrid inicia-se nos 32 805 euros para o hatchback, e nos 34 205 euros para a Touring Sports.

Estes preços não incluem despesas de legalização e transporte.

 

Ao volante dos dois híbridos do Toyota Corolla. Fórmula vencedora?

Primeiras impressões

7/10
O Toyota Corolla é uma excelente proposta e aponta baterias, como nunca, aos concorrentes europeus. A carrinha, visualmente e no que a soluções de versatilidade diz respeito, é, sem dúvida, um produto de destaque na gama. Seria ainda melhor se o sistema de info-entretenimento fosse mais interessante. Não existem automóveis perfeitos.

Data de comercialização: Março 2019

Prós

  • Estilo
  • Materiais Interiores
  • Conjunto Direção/Suspensão

Contras

  • Sistema de info-entretenimento
  • Ruído do motor com CVT
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