Ensaio Testámos o Kia Sportage 1.6 CRDi. A antiguidade ainda é um posto?

Desde 40 040 euros

Testámos o Kia Sportage 1.6 CRDi. A antiguidade ainda é um posto?

Nome mais antigo da gama Kia, o Sportage trocou o 1.7 CRDi pelo 1.6 CRDi e recebeu um discreto facelift. Para saber se ainda tem argumentos fomos testá-lo.

© Fernando Gomes / Razão Automóvel

Nascido em 1993, o nome Sportage é atualmente o mais antigo da gama Kia e o único dos modelos da “ofensiva” inicial da marca coreana na Europa que sobreviveu até aos dias de hoje (ainda te lembras dos Shuma, Sephia e até Carnival?) sendo hoje um dos modelos mais vendidos da Kia no Velho Continente.

Não deixa de ser demonstrativo da vitalidade e rápida renovação do segmento, que os três anos de vida desta bem sucedida geração do Sportage, nos permita já o considerar como um veterano no segmento.

Ora, para assegurar que o sucesso se mantém, a Kia não só trocou o 1.7 CRDi pelo novo 1.6 CRDi (as normas anti-poluição a isso obrigaram) como avançou para um (muito) discreto facelift, procurando manter o seu SUV atual num segmento feroz, com mais propostas e cada vez mais competitivo, que ajudou a fundar.

VÊ TAMBÉM: Kia Proceed em dose dupla. Testámos a GT 1.6 T-GDI e a GT Line 1.0 T-GDI

Esteticamente, o Sportage mantém-se praticamente inalterado recebendo apenas alguns retoques nos pára-choques, grelha e faróis redesenhados — continua a manter uns certos “ares” de… Porsche, principalmente quando observado de frente.

Kia Sportage
A renovação estética do Sportage foi (muito) discreta. © Fernando Gomes / Razão Automóvel

No interior do Kia Sportage

Tal como no exterior, também no interior a renovação foi discreta, resumindo-se apenas a um novo volante (com alguns botões com toque metálico), um renovado painel de instrumentos e a discretos retoques estéticos das saídas de ventilação.

Kia Sportage
Apesar do ambiente “soturno”, a qualidade e a ergonomia estão em bom nível. © Fernando Gomes / Razão Automóvel

Assim, as qualidades até agora reconhecidas ao interior do Sportage, como a ergonomia, a robustez e a qualidade de construção mantiveram-se, acontecendo o mesmo com… os “defeitos” como o ambiente algo soturno, um sistema de infotainment com um grafismo antiquado e a falta de espaços de arrumação.

Kia Sportage
Com a adoção de um depósito de AdBlue a capacidade da bagageira decresceu dos 503 l para os 476 l. © Fernando Gomes / Razão Automóvel

Por falar em espaço, com a adoção do novo motor e a chegada de um depósito de AdBlue, a capacidade da bagageira desceu dos 503 l para os 476 l. Já em termos de habitabilidade, há espaço suficiente para quatro adultos viajarem com conforto. Quanto ao quinto lugar o elevado túnel de transmissão prejudica (e muito) o conforto de quem ali viaja.

VÊ TAMBÉM: Mitsubishi Outlander PHEV. Novo motor e já certificado pelo WLTP
Kia Sportage
No banco traseiro há espaço de sobra para dois adultos. © Fernando Gomes / Razão Automóvel

Ao volante do Kia Sportage

Uma vez sentados aos comandos do Sportage não é difícil encontrar uma posição de condução confortável, muito graças às amplas regulações do banco e do volante. A ergonomia volta a revelar-se em bom plano, mas o mesmo não acontece com a visibilidade traseira que se ressente com as grandes dimensões do pilar C.

VÊ TAMBÉM: Kia Stonic. Chegou, viu… e será que vence a guerra do segmento?
Kia Sportage
Encontrar uma posição de condução confortável é fácil. © Fernando Gomes / Razão Automóvel

Já em andamento, o comportamento pauta-se pela previsibilidade, com o Sportage a mostrar-se seguro e estável. A direção é direta e comunicativa q.b, a caixa tem um tato agradável (mas não ao nível do tato da que encontrámos, por exemplo, no CX-3) e é apenas pena que o pedal do travão revele um tato algo esponjoso.

Quanto ao conforto, o Sportage aposta acima de tudo na solidez. Quer isto dizer que apesar de não ser desconfortável, não esperes um amortecimento a fazer lembrar um sofá (ou ao nível do apresentado pelo C5 Aircross), com o Sportage a apresentar um amortecimento mais firme do que acontece com outros concorrentes como o Honda CR-V ou Skoda Karoq.

VÊ TAMBÉM: Renault Twingo. A maior novidade está por baixo… da mala
Kia Sportage
O novo volante oferece uma boa pega que acaba por influenciar a experiência de condução do Sportage. © Fernando Gomes / Razão Automóvel

Por fim, o novo 1.6 CRDi revela-se agradável de usar, suave e até sobe bem de rotação, mas não deixa de acusar alguma “falta de pulmão” nas rotações mais baixas o que acaba por nos obrigar a recorrer mais vezes à caixa do que o necessário, passando a consequente fatura nos consumos (principalmente em meio citadino).

Por falar em consumos, em estrada aberta e em auto-estrada (onde o Kia Sportage se sente melhor) é possível alcançar valores na casa dos 6 l/100 km se andarmos com alguma calma. No entanto, quando decidimos (ou temos de) espremer os 136 cv do 1.6 CRDi ou quando passamos muito tempo em ambiente citadino os consumos sobem para perto dos 7,5 l/100 km.

VÊ TAMBÉM: Testámos o SEAT Ibiza 1.6 TDI 95 cv DSG FR. Quanto valem duas siglas?

É o carro certo para mim?

Com a chegada do novo 1.6 CRDi, um motor que para além de ser mais suave, económico e utilizável que o seu antecessor, é ainda menos poluente, o Kia Sportage viu os seus argumentos reforçados num segmento cada vez mais competitivo e onde, por norma, a antiguidade de um produto se paga bem cara, que é como quem diz, vendas — excetuando o Qashqai, que parece imune à marcha do tempo…

Bem construído, bem equipado e com um visual que permanece atual e distinto — foi lançado em 2016 —, o Sportage revela-se ainda uma opção a ter em conta, oferecendo um comportamento seguro e, com a chegada do novo motor, consumos bem mais agradáveis para a carteira.

VÊ TAMBÉM: Testámos o Hyundai i30 N Line. O que vale a “vitamina N”?
Kia Sportage
© Fernando Gomes / Razão Automóvel

Se é verdade que não é o mais espaçoso do segmento, o mais recente, o mais dinâmico ou o mais evoluído tecnologicamente, não deixa também de ser verdade que o modelo da Kia continua a ser uma opção a ter em conta.

Principalmente se valorizas um bom nível de equipamento, consumos reduzidos (dentro da medida dos possíveis) e a versatilidade acrescida dos SUV, o Sportage continua a ter uma palavra a dizer, ainda para mais tendo em conta a existência de uma campanha promocional da Kia em vigor que permite retirar bastantes milhares de euros ao valor pedido pelo Sportage.

Testámos o Kia Sportage 1.6 CRDi. A antiguidade ainda é um posto?

Kia Sportage 1.6 CRDi TX

6/10

Está há três anos no mercado, e não pararam de surgir concorrentes, mas o Kia Sportage continua a ser uma opção a ter em conta no segmento dos SUV compactos. Bem equipado, espaçoso q.b e com um comportamento previsível e seguro, o SUV sul-coreano viu os seus argumentos reforçados com a chegada do novo 1.6 CRDi.
Apesar de não contar com tração integral, a maior altura ao solo oferece-lhe uma versatilidade acrescida. Se a esta associarmos a boa qualidade de construção e a extensa garantia o Sportage vem provar que, neste caso, a antiguidade ainda é um posto.

Prós

  • Equipamento
  • Qualidade de construção
  • Consumos
  • Ergonomia

Contras

  • Grafismo do sistema de infotainment
  • Amortecimento "duro"

Versão base:€40.040

IUC: €182

Classificação Euro NCAP: 5/5

€40.040

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:4 cilindros em linha
  • Capacidade: 1598 cm3 cm³
  • Posição:Dianteira transversal
  • Carregamento: 2 a.c.c., 4 válv./cil.
  • Distribuição: Injeção Direta Common Rail + Turbo de Geometria Variável + Intercooler
  • Potência: 136 cv às 4000 rpm
  • Binário: 320 Nm entre as 2000 e as 2250 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Manual de seis velocidades

  • Largura: 4485 mm
  • Comprimento: 1855 mm
  • Altura: 1635 mm
  • Distância entre os eixos: 2670 mm
  • Bagageira: 476 l
  • Jantes / Pneus: 245/45 R19
  • Peso: 1576 kg

  • Média de consumo: 5,0 l/100 km
  • Emissões CO2: 164 g/km
  • Velocidade máxima: 180 km/h
  • Aceleração máxima: >11,2 s

    Tem:

    • DBC — Downhill brake control
    • Faróis de nevoeiro
    • FCA — Alerta de Colisão Frontal
    • HAC — Hill Assist Control
    • LKA — Sistema manutenção faixa de rodagem
    • Sensor de chuva
    • Sensores de luz
    • TPMS — Tire Pressume Monitoring Sistem
    • Ar condicionado automático
    • Bancos em tecido e pele
    • Bluetooth
    • Carregador USB dianteiro+AUX
    • Cruise control
    • Espelho retrovisor eletrocromático
    • Sistema de chave inteligente com botão Start
    • Sistema de navegação com ecrã de 7'' + câmara de estacionamento traseira
    • Sensores de estacionamento dianteiros/traseiros
    • Apoio de braço dianteiro com compartimento de arrumação
    • Painel instrumentos Supervision com ecrã de 3,5''
    • Tomada de 12V à frente
    • Travão de mão elétrico
    • Volante e alavanca das velocidades em pele
    • Barras tejadilho
    • Jantes de liga leve 19''
    • Luzes diurnas em LED
    • Luzes traseiras em LED
    • Retrovisores com regulação elétrica/retrateis eletricamente
Sabe esta resposta?
Em que ano foi lançado o Daihatsu Charade GTti?
Oops, não acertou!

Pode encontrar a resposta aqui:

Glórias do Passado. Daihatsu Charade GTti, o mil mais temido