Ensaio Testámos o Honda CR-V Hybrid. Diesel para quê?

Desde 43 900 euros

Testámos o Honda CR-V Hybrid. Diesel para quê?

Na nova geração do Honda CR-V, o Diesel deu lugar a uma versão híbrida. Para descobrir se o motor a gasóleo faz falta, pusemos à prova o CR-V Hybrid.

Honda CR-V Hybrid
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Desde o desaparecimento do Insight e do CR-Z que a oferta híbrida da Honda na Europa se resumia a apenas um modelo: o NSX. Agora, com o surgimento do CR-V Hybrid, a marca nipónica voltou a contar com um “híbrido para as massas” no velho continente ao mesmo tempo que oferece, pela primeira vez na Europa, um SUV híbrido.

Destinado a ocupar o lugar deixado vago pela versão Diesel, o Honda CR-V Hybrid recorre ao moderno sistema híbrido i-MMD ou Intelligent Multi-Mode Drive para oferecer no mesmo carro os consumos de um Diesel e (quase) a suavidade de funcionamento de um elétrico, tudo isto recorrendo a uma motorização a… gasolina e a um sistema híbrido.

Esteticamente falando, apesar de manter um visual discreto, o Honda CR-V Hybrid não esconde as origens nipónicas, apresentando um design onde proliferam os elementos visuais (ainda assim mais simples que o do Civic).

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Honda CR-V Hybrid
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

No interior do CR-V Hybrid

No interior, também é fácil perceber que estamos dentro de um modelo da Honda. Tal como acontece com o Civic, o habitáculo é bem construído e os materiais usados são de qualidade, sendo de destacar ainda outra característica partilhada com o Civic: uma ergonomia melhorável.

O problema não está na “arrumação” do tablier, mas sim nos comandos periféricos (principalmente os do volante) que controlam funções como o cruise control ou o rádio e no comando da “caixa” (o CR-V Hybrid não possui caixa de velocidades, tendo apenas uma relação fixa).

Nota ainda para o sistema de infotainment que para além de se mostrar confuso de usar apresenta um grafismo desatualizado.

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Honda CR-V Hybrid
Bem construído e confortável, no interior do CR-V Hybrid espaço é coisa que não falta. É de lamentar o facto de o sistema de infotainment revelar um grafismo algo datado. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Quanto ao espaço, o Honda CR-V Hybrid faz valer as suas dimensões e não só é capaz de transportar confortavelmente quatro adultos como tem espaço suficiente para as respetivas bagagens (sempre são 497 l de capacidade da bagageira). Há ainda a destacar os muitos espaços de arrumação que encontramos dentro do CR-V.

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Honda CR-V Hybrid
O Honda CR-V Hybrid oferece a possibilidade de selecionar o modo Sport, Econ e o EV, que permite forçar o recurso apenas e só às baterias para deslocação. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Ao volante do Honda CR-V Hybrid

Uma vez sentados ao volante do CR-V Hybrid depressa encontramos uma posição de condução confortável. Aliás, o conforto acaba por ser a tónica principal quando estamos ao volante do CR-V Hybrid com o amortecimento a privilegiar o conforto e os bancos a revelarem-se bastante cómodos.

Em termos dinâmicos, o Honda CR-V Hybrid aposta num comportamento seguro e previsível, mas a experiência de condução não entusiasma como no Civic — não se retira grande prazer em apressar o CR-V em troços mais enrolados. Ainda assim, o adornar da carroçaria não é excessivo e a direção é comunicativa q.b, e, verdade seja dita, mais não podemos pedir a um SUV de características familiares.

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Honda CR-V Hybrid
Seguro e previsível, o CR-V Hybrid prefere rolar calmamente em auto-estrada do que enfrentar estradas cheias de curvas. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Face às características dinâmicas do CR-V Hybrid o que este mais nos convida a fazer são longas viagens em família. Nestas, o evoluído sistema híbrido i-MMD permite obter consumos notáveis — a sério, conseguimos valores entre os 4,5 l/100 km e e os 5 l/100 km em estrada —, revelando-se apenas barulhento quando aceleramos a fundo.

Já em cidade, o único “inimigo” do Honda CR-V Hybrid são as suas dimensões. De resto, o modelo da Honda apoia-se no sistema híbrido para oferecer uma paz de espírito e uma suavidade apenas ultrapassada pelos modelos elétricos. Por falar em eletricidade, pudemos comprovar que os 2 km de autonomia em modo 100% elétrico se forem bem geridos chegam quase aos 10 km.

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É o carro certo para mim?

Se procuras um SUV económico mas não queres um Diesel, ou achas que os híbridos plug-in são uma complicação desnecessária, o Honda CR-V Hybrid acaba por ser uma muito boa alternativa. Espaçoso, confortável, bem construído e bem equipado, com o CR-V Hybrid a Honda conseguiu reunir num só carro a economia de um Diesel e a suavidade de um elétrico, tudo isto com o “pacote da moda”, um SUV.

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Honda CR-V Hybrid
Graças à maior altura ao solo, o CR-V Hybrid permite circular por estradões de terra sem preocupações e até em silêncio caso se ative o modo 100% elétrico. © Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Depois de andarmos alguns dias com o Honda CR-V Hybrid é fácil perceber o porquê da Honda ter abandonado o Diesel. É que o CR-V Hybrid é tão ou mais económico que a versão Diesel e consegue ainda oferecer uma facilidade de utilização e uma suavidade com a qual o Diesel só pode sonhar.

No meio de tudo isto, só lamentamos que num carro com um pacote tecnológico tão evoluído como o sistema i-MMD, a presença de um sistema de infotainment que deixa tanto a desejar. Já a ausência da caixa de velocidades, é uma questão de hábito que acaba por ter mais prós que contras.

Testámos o Honda CR-V Hybrid. Diesel para quê?

Honda CR-V Hybrid Lifestyle 2.0 i-MMD 2WD e-CVT 5 lugares

8/10

Bem equipado, bem construído e económico, o Honda CR-V Hybrid revela-se uma proposta muito tentadora entre os SUV familiares. Com uma aposta clara no conforto, o CR-V Hybrid revela-se um bom companheiro para quem precisa de fazer muitos quilómetros sendo ainda capaz de oferecer consumos reduzidos em cidade, onde conduzi-lo torna-se até divertido à medida que tentamos esticar a autonomia do modo 100% elétrico.
A verdade é que face às qualidades do sistema híbrido e à boa conjugação entre o CR-V Hybrid e o sistema i-MMD, torna-se difícil justificar a escolha de um CR-V sem esta motorização.

Prós

  • Qualidade de construção
  • Nível de equipamento
  • Refinamento e funcionamento do sistema i-MMD
  • Consumos

Contras

  • Sistema de infotainment
  • Dinâmica pouco apurada

Versão base:€43.900

IUC: €204

Classificação Euro NCAP: 5/5

€43.900

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:4 cil. em linha
  • Capacidade: 1993 cm3 cm³
  • Posição:Dianteira transversal
  • Distribuição: 4 válvulas por cilindro
  • Potência: 184 cv (potência máxima é alcançada com o motor elétrico)
  • Binário: 315 Nm (binário máximo é alcançado com o motor elétrico)

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Relação fixa (não tem caixa de velocidades)

  • Largura: 4600 mm
  • Comprimento: 1855 mm
  • Altura:  1689 mm
  • Distância entre os eixos: 2663 mm
  • Bagageira: 497 l
  • Jantes / Pneus: 235/60 R18
  • Peso: 1614 kg

  • Média de consumo: 6,9 l/100 km
  • Emissões CO2: 122 a 190 g/km
  • Velocidade máxima: 180 km/h
  • Aceleração máxima: >8,8s

    Tem:

    • Assistência ao arranque em subidas (HSA)
    • Avisador de colisões dianteiras
    • Sistema de assistência à manutenção na faixa de rodagem
    • Alerta de saída de faixa
    • Limitador inteligente da velocidade
    • Cruise control adaptativo
    • Sistema de reconhecimento de sinais de trânsito
    • Função de seguimento a baixa velocidade
    • Informação de Ângulo morto incluindo Monitorização de Trânsito lateral
    • Sistema inteligente de acesso e arranque sem chave (Smart Entry & Start)
    • Bancos em pele
    • Volante em pele
    • Modo ECON
    • A/C automático com controlo duplo da climatização
    • Limpa-vidros automáticos (dianteiro) com sensor de chuva
    • Faróis automáticos com sensor de luz
    • Câmara traseira de auxílio ao estacionamento
    • Bancos aquecidos (frente)
    • Honda CONNECT NAVI Garmin (ecrã tátil de 7", Apple CarPlay/Android Auto, rádio via internet, aplicação Aha™ e navegador de internet)*
    • 2 entradas USB à frente
    • 2 entradas USB atrás
    • Sistema de telefone mãos-livres (HFT) Bluetooth
    • Barras no tejadilho
    • Faróis em LED
    • Iluminação em curva ativa
    • Sistema de suporte de máximos (máximos automáticos)
    • Lava-faróis
    • Luzes dianteiras de nevoeiro (LED)
    • Jantes 18" em liga leve
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Glórias do Passado. Honda Accord Type R, o mais “adulto” dos Type R