Primeiro Contacto O maior pesadelo da Tesla? Conduzimos o Porsche Taycan Turbo GT em pista

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O maior pesadelo da Tesla? Conduzimos o Porsche Taycan Turbo GT em pista

O Taycan recebeu a tão aguardada versão «afinada» pela divisão GT da Porsche e o resultado era o que muitos já esperavam: um míssil elétrico!

Porsche Taycan Turbo GT Weissach Package

Primeiras impressões

9/10

Data de comercialização: Abril 2024

O Taycan Turbo GT é o Porsche de estrada mais potente de sempre, mas é muito mais do que isso.

Prós

  • Comportamento dinâmico
  • Performance
  • Poder de travagem
  • Fator «wow»

Contras

  • Preço
  • Utilidade limitada

Depois de meses de rumores e fotos-espia, a Porsche apresentou finalmente a versão mais potente e radical do Taycan, denominada Turbo GT.

Com mais de 1000 cv em modo overboost, o Taycan Turbo GT começa por convencer logo pelos números que apresenta, mas isso é só parte da história… A outra conta-se em pista, onde este Taycan dá (muitas) cartas.

Será que isso chega para justificar os mais de 252 000 euros que a Porsche pede por este «super elétrico»? Conduzimos o Taycan Turbo GT em pista para descobrir a resposta. Veja o vídeo:

Disponível em dois «sabores» distintos — GT e GT com pacote Weissach —, o novo Taycan Turbo GT também se faz notar pela imagem, que é especial, sobretudo quando decorado com a pintura exclusiva Violeta Céu (nas imagens).

A somar a isso, destaque para as jantes específicas forjadas de 21’’ e para os travões carbocerâmicos (PCCB) com pinças em tom exclusivo Ouro Vitória — e que retiram 2 kg.

Porém, o que mais salta à vista é a asa traseira fixa em fibra de carbono, que consegue gerar até 140 kg de força descendente à velocidade máxima de 305 km/h — no total são 220 kg de downforce.

Taycan Turbo GT
© Porsche À velocidade máxima o pacote aerodinâmico da versão com pacote Weissach é capaz de gerar até 220 kg de downforce

A ela ainda se junta um novo difusor de ar traseiro, um novo splitter dianteiro e claro, vários elementos em carbono (frisos do pilar B, molduras superiores dos retrovisores, inserções das saias laterais, entre outros).

Dieta rigorosa

A dieta à base de fibra de carbono também se faz sentir no interior, quer ao nível das bacquets (de série) quer ao nível dos lugares traseiros, que são suprimidos no pacote Weissach. No seu lugar há um revestimento que serve de compartimento de arrumação.

Taycan Turbo GT
© Porsche A versão com pacote Weissach dispensa por completo os dois lugares traseiros

Mas há mais. A Porsche eliminou a função soft close da bagageira, os vidros especiais com isolamento acústico e térmico, o sistema de som surround da Bose e parte do material de isolamento, tudo a bem do peso.

Contas feitas, o Taycan Turbo GT com pacote Weissach é 75 kg mais leve do que o Taycan Turbo S, sendo que a ausência de bancos traseiros permitiu poupar por si só 22 kg.

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O mais potente de sempre

Na atualização mais recente do Taycan todas as versões ficaram mais potente e mais rápidas. Só que nesse capítulo, nenhuma versão se aproxima deste Taycan Turbo GT, que tem uma potência de pico de 1108 cv e um binário máximo de 1340 Nm.

Para isso conta com um motor elétrico traseiro mais potente, um inversor com 900 A (amperes) — no Turbo S tem apenas 600 A) e com uma caixa de (duas) velocidades reforçada e relações específicas.

A potência contínua está fixada nos 580 kW ou 788 cv. Com o Launch Control, a potência aumenta para os 760 kW (1033 cv) em overboost, sendo que durante dois segundos é possível atingir uma potência de pico de 815 kW (1108 cv).

Graças a isso, o Taycan Turbo GT com o pack Weissach acelera dos 0 aos 100 km/h em 2,2s, o que o torna 0,2s mais rápido do que o Taycan Turbo S. Já o sprint dos 0 aos 200 km/h faz-se em 6,4s (-1,3s).

Quanto à autonomia, mesmo sabendo que isso está longe de ser prioridade num elétrico mais orientado para uma utilização em pista, é de 555 km, graças à nova bateria de 105 kWh que a Porsche introduziu na mais recente atualização do Taycan.

Porsche Taycan Turbo GT
© Porsche Com ou sem pack Weissach? É mesmo uma questão de gosto, porque o preço de ambas as versões é exatamente o mesmo

Como é conduzi-lo em pista?

Melhor do que analisar o autêntico desfile de números que é este Taycan Turbo GT, é mesmo conduzi-lo… em pista. Foi precisamente isso que tivemos oportunidade de fazer, na apresentação internacional dinâmica deste modelo, realizada no Circuito Monteblanco, nos arredores de Sevilha (Espanha).

Apesar das condições difíceis — chuva e muita água acumulada em algumas curvas —, não foram precisas muitas voltas para percebermos todo o poderio deste elétrico, mas que começa por impressionar pelo tato de todos os comandos.

Taycan Turbo GT volante
© Porsche Do volante ao acelerador, passando pelo pedal do travão, tudo está calibrado de forma exímia, tal como se exige a um modelo com a sigla GT da «casa» de Estugarda

Apesar dos 2295 kg,mostra-se sempre muito ágil em pista e, acima de tudo, muito previsível. Mesmo quando a traseira começa a fugir, é relativamente fácil ir «buscá-la». E tivemos várias ocasiões para o testar.

Impressiona, depois, a eficácia com que este elétrico coloca todo o binário no asfalto. Fizemos vários “Launch Control” e é notável perceber tudo o que está a ser feito para nos ajudar a lançar, ainda que com o asfalto molhado o eixo traseiro se tenha mostrado mais vivo do que o esperado.

detalhe comandos no volante
© Porsche Quando ativado o Attack Mode, através de um botão no volante, temos disponíveis mais 120 kW (163 cv) durante 10 segundos

Mesmo assim, o impacto da aceleração é incomparável com todos os carros de estrada que já conduzi. Nem mesmo o Tesla Model S Plaid consegue estar a este nível. Pelo menos ao nível do «coice» que sentimos quando esmagamos o acelerador a fundo, como podem ver no vídeo acima.

Faz sentido existir?

Não precisamos de uma calculadora para perceber que os 252 795 euros que a Porsche pede pelo Taycan Turbo GT são suficientes para levar um 718 Cayman GT4 RS para casa. E ainda sobram 34 000 euros. E por mais 2500 euros podem escolher um 911 GT3.

Por isso mesmo, há uma questão que se impõe: faz sentido comprar um Porsche Taycan Turbo GT? Para mim faz. E é fácil explicar porquê.

Taycan Turbo GT frente
© Porsche A cor exclusiva Violeta Céu dá a derradeira dose de agressividade ao Taycan Turbo GT

Isto porque ao conduzir o Turbo GT percebi que a Porsche colocou o mesmo nível de esforço e atenção ao detalhe que coloca num 911 GT3 RS ou num 718 Cayman GT4 RS. O melhor que a marca germânica tem para oferecer num carro elétrico está aqui. E isso tem um preço.

Não é só mais uma versão do Taycan. É muito mais do que isso. É uma afirmação de poder por parte da Porsche, que mostra a marcas como a Tesla ou a Lucid Motors que a experiência ainda faz diferença.

Fazer um elétrico muito potente e rápido em linha reta é fácil. Muitas marcas conseguem. Torná-lo igualmente competente em curva, sobretudo em circuito, é uma conversa totalmente diferente. Por isso mesmo, depois de conduzir este Taycan Turbo GT, só me resta dizer uma coisa: Parabéns, Porsche!

Veredito

Porsche Taycan Turbo GT Weissach Package

Primeiras impressões

9/10
O Taycan Turbo GT até pode ser o Porsche de estrada mais potente de sempre,mas é muito mais do que isso. É uma afirmação de força e é mais um exemplo da excelência que é a divisão GT da marca de Estugarda. Se deixarmos de parte os hipercarros, não há elétrico de estrada tão entusiasmante de conduzir quanto este.

Data de comercialização: Abril 2024

Prós

  • Comportamento dinâmico
  • Performance
  • Poder de travagem
  • Fator «wow»

Contras

  • Preço
  • Utilidade limitada