Ensaio O Peugeot e-208 GT ganhou potência e nós fomos conduzi-lo

Desde 40 360 euros

O Peugeot e-208 GT ganhou potência e nós fomos conduzi-lo

Uma tonalidade mais viva para a carroçaria da versão GT é algo que apoiamos. Mas o melhor deste Peugeot e-208 está mesmo na potência extra.

Peugeot e-208 GT

7/10

A versão GT do Peugeot e-208 tem agora mais 20 cv de potência. Chega para se tornar um «hot hatch» elétrico?

Prós

  • Visual da versão GT
  • Dinâmica mais apurada
  • Habitáculo original

Contras

  • Preço
  • Espaço nos lugares traseiros
  • Bagageira mais acanhada

De todos os modelos 100% elétricos atuais da Peugeot, o e-208 continua a ser o mais compacto. Agora, depois de uma atualização estética e da adição de um motor elétrico mais potente, o e-208 GT passou também a ser o mais «rebelde».

A atualização do Peugeot e-208 distingue-se pela presença de «garras» em vez das anteriores «presas» na assinatura visual dianteira em LED. E na secção traseira, os grupos óticos mantêm as três linhas paralelas, mas estas estão agora na horizontal e não na vertical.

Além destes detalhes, o Peugeot e-208 recebeu finalmente o novo logótipo da marca, mas apenas na grelha frontal. Lá atrás, em vez do leão, estão agora apenas as letras que formam o nome da marca.

A versão GT continua a ser a mais completa das três disponíveis para o Peugeot e-208 e a que apresenta um «tom» mais desportivo. E não, não estou a falar da cor da carroçaria. Nesta versão, há para-choques com linhas mais vincadas e novas jantes de diâmetro mais generoso (17″).

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Mesmo visual, mais tecnologia

Ao volante do Peugeot e-208 GT as diferenças face à anterior versão são bem mais discretas, continuando a ser caracterizado pela presença do i-Cockpit. Ou seja, temos um volante bastante compacto e o painel de instrumentos visível apenas por cima deste.

É uma solução que ainda requer alguma adaptação, mas que acaba por fazer sentido. Ao fim de uns quilómetros, até a posição de condução alcança o estatuto de “primeiro estranha-se, depois entranha-se”.

Na versão GT que testei, há materiais de melhor qualidade e uma decoração específica. Em contrapartida, o comando da caixa e dos modos de condução é precisamente o mesmo que vemos em tantos outros modelos da Stellantis, o que retira alguma individualidade a este «leão». A solidez do conjunto que já caracterizava o 208 mantém-se com esta atualização.

Outra das semelhanças — neste caso, felizmente — é a presença do atualizado sistema de infoentretenimento. Organizado por widgets, é simples e intuitiva a forma de organizar o conteúdo do ecrã central, mas também do painel de instrumentos em 3D. E este, acaba mesmo por ser um dos elementos de visual mais sofisticado a bordo do e-208 GT.

Em termos de espaço, o 208 continua a estar atrás das referências do segmento. Na frente não se nota tanto, mas quem viaja lá atrás certamente iria desejar mais uns centímetros disponíveis para as pernas.

Na mala acontece precisamente o mesmo, uma vez que estão disponíveis apenas 265 litros para bagagens e cabos de carregamento. Menos 44 litros que a mala dos Peugeot 208 a combustão.

Peugeot e-208 GT pode ser um hot hatch?

Com esta atualização, o e-208 GT ganhou um motor com mais 20 cv — são agora 156 cv ou 115 kW — para um peso de «apenas» 1530 kg (excesso de peso é um problema ainda sem resolução à vista nos elétricos).

Apesar disso, este ganho de potência trouxe prestações mais interessantes — menos 0,8s na aceleração dos 0 aos 100 km/h (demora 8,2s) em comparação com a versão elétrica de 136 cv ou 100 kW — e um desempenho dinâmico que não passou despercebido. Aliás, no capítulo dinâmico, foi onde o 208 elétrico acabou mais por surpreender pela positiva.

Além disso, com a presença no nível de equipamento GT, há jantes maiores e pneus de perfil mais reduzido, acompanhadas de uma afinação de suspensão ligeiramente mais firme.

Elementos suficientes para enfrentar uma sequência de curvas com mais ânimo e ir explorando a melhor forma de colocar tudo o que o e-208 GT tem para oferecer diretamente no asfalto. Se é um hot hatch? Não. Mas estamos cada vez mais perto…

Podia ser mais poupado

Nesta toada mais «animada», no entanto, o gasto de energia vai ser maior e não vamos conseguir alcançar os 400 km de autonomia declarados pela marca. No entanto, com uma condução dita «normal» e sem grandes exageros, o Peugeot e-208 GT também permitiu manter a média de consumo nos 16,6 kWh/100 km com que fechei este ensaio.

Com uma dose de cuidado adicional e com bastante trânsito citadino à mistura — que é o ambiente perfeito para os 100% elétricos —, cheguei mesmo a registar valores que ficaram ligeiramente acima dos 13,5 kWh/100 km. E com margem para melhorar, confesso.

O «peso» do equipamento

A versão de 156 cv do Peugeot e-208 está apenas disponível com o nível de equipamento mais recheado da gama, o GT. Tem a vantagem de incluir o visual mais desportivo — especialmente com o tom Amarelo Águeda na carroçaria —, mas é penalizado pelo preço.

O Peugeot e-208 GT começa nos 40 360 euros, mas se adicionarmos os opcionais que estavam presentes na unidade ensaiada — quase todos, incluindo assentos de comando elétrico e com massagens —, o valor final passa para uns menos apetecíveis 42 260 euros. É certo que o equipamento fica bastante completo, mas já é um valor proibitivo para o segmento dos utilitários.

Como alternativa, a Peugeot continua a ter disponível o motor menos potente, com «apenas» 136 cv. E esse sim, está disponível nos três patamares de equipamento (Active, Allure e também como GT), com preços entre os 33 960 euros e os 37 860 euros.

Veredito

Peugeot e-208 GT

7/10

O Peugeot e-208 GT, de visual mais desportivo, começa por cativar com uma cor mais original e uma dinâmica que explora o acréscimo de potência de uma forma muito interessante. No entanto, a inclusão de todos os elementos da versão GT e dos opcionais disponíveis elevam o preço para patamares excessivos.

Prós

  • Visual da versão GT
  • Dinâmica mais apurada
  • Habitáculo original

Contras

  • Preço
  • Espaço nos lugares traseiros
  • Bagageira mais acanhada

Especificações técnicas

Versão base:40.360€

Classificação Euro NCAP: 4/5

42.260€

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura: Um motor elétrico
  • Posição: Dianteira, transversal
  • Carregamento: Bateria: 51 kWh (48,1 kWh utilizáveis)
  • Potência: 115 kW (156 cv)
  • Binário: 260 Nm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Automática de relação fixa

  • Largura: 4055 mm
  • Comprimento: 1745 mm
  • Altura: 1430 mm
  • Distância entre os eixos: 2540 mm
  • Bagageira: 265 litros
  • Jantes / Pneus: 205/45 R17
  • Peso: 1530 kg

  • Média de consumo: 14,4 kWh/100 km; Autonomia: 400 km
  • Velocidade máxima: 150 km/h
  • Aceleração máxima: >8,2s

    Tem:

    • Acesso e ligação mãos-livres com sistema proximity
    • Airbags frontais e laterais
    • Ar condicionado automático
    • Cruise Control com limitador de velocidade
    • i-Cockpit® com ecrã digital 10“ HD e Mirror Screen sem fios
    • Jantes em liga leve de 17″
    • Retrovisores exteriores com regulação elétrica
    • Retrovisor interior electrocromático sem moldura
    • Sistema de iluminação Peugeot Full LED Technology
    • Vidros traseiros escurecidos

Bomba de calor: 450 €
Carregador de bordo trifásico (11 kW): 400 €
Navegação conectada com ecrã tátil de 10″ HD e Wireless Mirror Screen: 400 €
Pack Drive Assist Plus: 500 €
Tecido em Alcantara com pespontos em verde Adamite e Tramontane: 1200 €
Teto Black Diamond: 300 €
Teto panorâmico com cortina em tecido e comando manual: 1000 €
Vision Pack: 200 €

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