Ensaio Este Citroën C4 X não é elétrico e fica a ganhar por isso

Desde 32 613 euros

Este Citroën C4 X não é elétrico e fica a ganhar por isso

O Citroën C4 X com motor a gasolina é ainda mais racional que a versão 100% elétrica. Tem o mesmo espaço e conforto, mas custa muito menos.

Citroën C4 X 1.2 PureTech 130 EAT-8

7/10

Espaço amplo e conforto a bordo por um preço acessível. Falta alguma coisa ao Citroën C4 X movido apenas a gasolina?

Prós

  • Capacidade da bagageira
  • Conforto de rolamento
  • Preço competitivo

Contras

  • Dinâmica pouco envolvente
  • Escolha de alguns materiais
  • Formato do assento do condutor

O Citroën C4 X, a berlina de três volumes e quatro portas da família C4, tinha prevista a sua chegada ao mercado nacional apenas em modo 100% elétrico. No entanto, isso mudou.

Talvez por a marca ver potencial no modelo, decidiu ampliar a gama às motorizações a combustão, que é precisamente a protagonista deste teste, equipada com o motor 1.2 PureTech a gasolina e não sentimos falta de quase nada.

Por fora e face à versão elétrica que já tive oportunidade de testar, não há praticamente diferenças. Apenas se nota a ausência dos detalhes a azul do ë-C4 X. Tudo o resto é idêntico.

Visto de frente, o Citroën C4 com o X na designação também não inclui grandes diferenças face à opção que não o inclui (dois volumes e cinco portas). No entanto, a marca optou também por adicionar aplicações plásticas adicionais — nas cavas das rodas, por exemplo — e uma altura ao solo generosa, quase como que a «piscar o olho» ao mundo dos SUV.

Espaço e conforto, sem surpresas

No habitáculo, mais uma vez, o Citroën C4 X com motor a gasolina é praticamente idêntico à versão 100% elétrica, tanto no que diz respeito à decoração como ao espaço disponível e até aos inúmeros espaços de arrumação. A posição de condução, que continua a não ser fácil de encontrar logo à primeira, acaba por receber as mesmas críticas.

Sentado no lugar do conduto, contamos com o mesmo volante e comando da caixa de velocidades. Assim como é o mesmo painel de instrumentos totalmente digital de tamanho diminuto, com as informações reduzidas apenas ao essencial. Aqui sim, um visual mais sofisticado até era bem-vindo.

Em termos de espaço, este formato da gama C4 será sempre uma boa aposta. Por um lado, porque na fila traseira há espaço mais do que suficiente, tanto em altura como para as pernas. E depois porque, lá mesmo atrás, está uma bagageira com 510 litros de capacidade disponíveis, sendo apenas necessário ter em conta o tamanho da sua abertura, mais limitada, caso seja necessário transportar objetos de maiores dimensões.

Apenas três cilindros para o C4 X

Nesta versão equipada com o motor 1.2 PureTech de 130 cv, o facto de este ter um tamanho compacto e apenas três cilindros, nunca pareceu ser um problema para os 1364 kg do Citroën C4 X. Até porque, a caixa de velocidades automática de dupla embraiagem soma oito relações, que exploram todo o potencial do PureTech da melhor forma possível. Face ao C4 X elétrico mais acessível, são apenas 6 cv a menos, mas também dispensa quase 300 kg.

Descubra o seu próximo automóvel:

Mesmo com uma lotação quase preenchida, o Citroën C4 X não se nega a uma tirada mais longa de autoestrada. E também não torce o nariz às deslocações diárias mais convencionais com crianças, mochilas, etc…

Os três modos de condução disponíveis mostram apenas uma ligeira diferença na resposta do acelerador e acabei por não usar muito o Eco e o Sport, circulando quase sempre com o Normal — o intermédio — ativo. E desta forma, a média de consumo nem alcança valores descabidos.

Apesar de no final do ensaio ter registado uma média de 7,8 l/100 km, com muita cidade e trânsito à mistura e algumas tentativas de convencer o motor 1.2 PureTech a desenvolver a sua veia de desportivo — nunca correspondidas —, é possível conseguir consumos bem mais em conta.

Adicionem à combinação de trajetos estrada aberta ou autoestrada e um uso moderado do acelerador e vão obter valores confortavelmente abaixo dos seis litros.

Mais confortável que dinâmico

Numa vertente mais dinâmica, há que relembrar que este não é o modelo ideal para enfrentar uma sessão de curvas a um ritmo mais vivo. Para o Citroën C4 X, a marca puxou dos galões e optou antes por adicionar elementos que proporcionassem um nível de conforto elevado e um ambiente a bordo mais sereno.

Por esse motivo, a suspensão conta com a tecnologia de batentes hidráulicos, que ajudam a dissimular muitas das irregularidades do piso que vamos encontrando. Em termos de conforto acústico, a Citroën também parece ter investido mais tempo de desenvolvimento do que o habitual, com um nível de ruído muito controlado, seja este de rolamento ou aerodinâmico.

Mais à medida do nosso mercado

Em outubro do ano passado tive a oportunidade de conduzir a versão 100% elétrica do Citroën C4 X e recordo-me que o preço não era uma das suas principais virtudes. No entanto, este é precisamente o tema em que esta versão com motor a gasolina ganha mais destaque e que regista a maior diferença face à opção elétrica.

Com o nível de equipamento MAX, como na unidade ensaiada, o Citroën C4 X 1.2 PureTech 130 EAT8, o preço base é de 32 613 euros. Se adicionarmos os elementos em Alcantara (200 euros) e a pintura do tejadilho em negro (300 euros), que eram os opcionais do C4 X testado, ficamos com um preço total de 33 113 euros.

Desta forma, o preço já não fica num patamar muito despropositado, principalmente se tivermos em conta a quantidade de coisas que o Citroën C4 X tem para oferecer. Face à versão 100% elétrica, os 10 mil euros de diferença ainda dão para muitos litros de gasolina.

Veredito

Citroën C4 X 1.2 PureTech 130 EAT-8

7/10

Num patamar de preço muito mais acessível do que as versões 100% elétricas, o Citroën C4 X com motor a gasolina demonstrou ser uma opção à altura para uma grande maioria de famílias. Inclui um habitáculo com espaço e um bom nível de conforto, mas também uma motorização que não desilude na grande maioria dos momentos passados ao volante.

Prós

  • Capacidade da bagageira
  • Conforto de rolamento
  • Preço competitivo

Contras

  • Dinâmica pouco envolvente
  • Escolha de alguns materiais
  • Formato do assento do condutor

Especificações técnicas

Versão base:32.613€

IUC: 109€

Classificação Euro NCAP: 4/5

33.113€

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura: 3 cilindros em linha
  • Capacidade: 1199 cm³
  • Posição: Dianteira, transversal
  • Carregamento: Injeção direta com turbo e intercooler
  • Distribuição: 2 a.c.c., 4 válv./cil. (12 válv.)
  • Potência: 130 cv às 5500 rpm
  • Binário: 230 Nm às 1750 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Automática de 8 relações

  • Comprimento: 4600 mm
  • Largura: 1800 mm
  • Altura: 1525 mm
  • Distância entre os eixos: 2670 mm
  • Bagageira: 510 litros
  • Jantes / Pneus: 195/60 R18
  • Peso: 1364 kg

  • Média de consumo: 5,7 l/100 km
  • Emissões CO2: 129 g/km
  • Velocidade máxima: 200 km/h
  • Aceleração máxima: >10,3s

    Tem:

    • Acesso e arranque mãos livres
    • Airbags de Cortina (bancos da frente e traseiros)
    • Ar condicionado automático com filtro de carvão
    • Faróis de nevoeiro dianteiros em LED, com iluminação de curva
    • Gaveta no painel frontal/tabliê
    • Head-Up Display
    • Jantes de liga leve de 18″
    • MyCitroën Drive Plus
    • PACK Drive Assist Plus
    • PACK Vision 360°
    • Retrovisores exteriores elétricos, aquecidos e rebatíveis
    • Retrovisor interior eletrocromático
    • Sistema de vigilância do ângulo morto
    • Smart Pad Support Citroën
    • Touch screen de 10” com navegação 3D
    • Travão de estacionamento elétrico
    • Volante em pele superior com comandos integrados e inserções cromadas

Ambiente Alcantara: 200 €
Tejadilho bi-tom em Preto Perla Nera: 300 €

Sabe esta resposta?
Em que ano Ettore Bugatti começou a desenvolver o seu primeiro automóvel?
Oops, não acertou!

Pode encontrar a resposta aqui:

Foi há 110 anos que nasceu o primeiro automóvel da Bugatti