Porsche 911 sobe vulcão mais alto do mundo e bate recorde

Já passou mais de um ano desde que Romain Dumas e a sua equipa levaram pela primeira vez dois protótipos do Porsche 911 até às encostas íngremes do Ojos del Salado, o vulcão mais alto do planeta (6891 m), no Chile.

O objetivo foi o de testar a utilização de combustíveis sintéticos em algumas das condições climatéricas mais exigentes do planeta, onde o ar é rarefeito, as temperaturas estão muito abaixo de zero e onde nem as plantas conseguem sobreviver.

Apesar das adversidades, o Porsche 911, mesmo conduzido acima dos seis mil metros, passou o desafio com distinção. No entanto, houve um recorde que ficou por bater: o da maior altitude alcançada por um automóvel.

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Por causa disso, a equipa regressou este ano ao Ojos del Salado, com os dois Porsche 911 “Doris” e “Edith” na «bagagem». Para a subida, foram necessárias cerca de duas semanas de habituação à altitude elevada, com subidas suaves a cada dia e acompanhamento médico no local.

Com todas as condições asseguradas, começaram os «exercícios» para encontrar a melhor forma de superar os campos de rochas, com cascalho profundo e cinzas vulcânicas. Ainda assim, com a vantagem de haver menos neve no local do que em 2022.

Depois de algumas tentativas, no dia 2 de dezembro, pelas 15:58, foi alcançado o lugar mais elevado do vulcão possível de aceder, a 6734 metros de altitude, um valor que deixa o Porsche 911 como o recordista mundial da maior altitude alcançada num automóvel. Segundo Dumas, este é mesmo o ponto mais elevado do local, pelo que será difícil voltar a bater este recorde.

Por curiosidade, o recorde anterior, de 6694 metros, também foi registado no vulcão Ojos del Salado, em 2020, por dois Mercedes-Benz Unimog. Na altura, os dois modelos destronaram um Suzuki Samurai bastante modificado, que tinha alcançado os 6688 metros de altitude na mesma zona, em 2007.

Porsche 911 “Doris” e “Edith”

Os dois Porsche 911 presentes no Chile são, como podem imaginar, um pouco diferentes das versões que costumam sair da linha de montagem da marca. Em ambos os casos, a base é a versão Carrera 4S, equipada com um sistema de tração integral, mas com a presença da caixa de velocidades manual de sete relações em vez da automática PDK de dupla embraiagem.

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O motor é o mesmo boxer 3.0 de seis cilindros, com 443 cv. No entanto, em vez da suspensão mais convencional, estes dois 911 incluem eixos com pórticos, com o objetivo de aumentar consideravelmente a distância ao solo, que chega agora aos 35 cm. Além da altura mais elevada, esta configuração tem ainda a vantagem de reduzir as relações de caixa, o que permite uma resposta mais precisa nas acelerações a velocidades mais reduzidas.

A proteção inferior da carroçaria foi construída em fibra Aramid, um material leve, mas extremamente resistente, que permite ao Porsche 911 «escorregar» por cima de rochas. No interior, há assentos em fibra de carbono e cintos de segurança de cinco apoios.

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Uma das grandes novidades foi a adoção de um inovador sistema de direção steer-by-wire num dos 911, desenvolvido pelo Schaeffler Group. Trata-se de uma direção sem ligação mecânica entre o volante e as rodas, mas que se revelou bastante precisa e com um feedback bastante detalhado, segundo explicou Romain Dumas.

André Mendes

Jornalista automóvel desde o final dos anos 90. Assistiu às grandes transformações do setor e acredita que o melhor ainda está para vir.

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