Notícias Maserati é dor de cabeça para Mike Manley, o novo CEO da Fiat Chrysler. Porquê?

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Maserati é dor de cabeça para Mike Manley, o novo CEO da Fiat Chrysler. Porquê?

A Maserati está a revelar-se uma dor de cabeça para Mike Manley, o novo CEO da FCA, após abrupta quebra de vendas e lucros durante este ano. O que fazer?

O ano de 2018 não está a ser um bom ano para a Maserati, a histórica marca italiana e atualmente a marca da FCA com posicionamento mais elevado. Uma dor de cabeça para Mike Manley, que tomou o lugar de Sergio Marchionne como CEO da FCA, após o seu falecimento.

O último trimestre revela quedas abruptas nos lucros de 87%, menos 19% de veículos entregues e a margem de lucro foi de apenas 2,4% — no trimestre homólogo julho-setembro de 2017 a margem foi de uns saudáveis 13,8%. O objetivo para 2018 apontava para uma margem de lucro de 14% e de 15% até 2022.

Há varias causas apontadas para esta queda, entre as quais encontramos o WLTP que afetou a performance da marca na Europa e o abrandamento do mercado chinês, um dos principais da Maserati.

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Maserati Levante e Ghibli MY2018 Cascais 2018

Erro de fundo

Mas de acordo com Manley, o problema é mais profundo que isso, como referiu na conferência de divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2018, no final do passado mês de outubro. De acordo com este, terem colocado a Alfa Romeo e a Maserati sob a mesma liderança foi um erro:

Olhando para trás, quando colocámos a Maserati e a Alfa juntas, aconteceram duas coisas. Primeiro, reduziu o foco na marca Maserati. Segundo, a Maserati foi tratada durante um período de tempo como se fosse quase uma marca de volume, que não é e não deveria ser tratada desse modo.

Nesse sentido, uma das medidas já tomadas o mês passado, foi reconduzir Harald Wester, que chegou a ser CEO da marca do tridente entre 2008 e 2016, ao cargo que antes ocupava.

Wester não perdeu tempo, e uma das suas primeiras medidas foi contratar Jean-Phillipe Leloup, um executivo com vasta experiência em marketing e vendas no segmento de luxo, criando a organização Maserati Commercial. Antes deste novo lugar, era o chefe de operações da Ferrari na Europa Central e de Leste.

Onde estão os carros?

Tem sido o calcanhar de Aquiles não só na Maserati como em praticamente todas as marcas do grupo, excetuando a Jeep e Ram, as divisões mais lucrativas. A cadência de novos modelos ou até atualização dos existentes tem sido insuficiente.

As vendas dos três modelos em comercialização Ghibli, Quattroporte e Levante estão em queda, e nem mesmo o Levante está a conseguir aproveitar o “boom” dos SUV. O segmento onde se insere é o único que não está a registar crescimento e este ano assistimos à renovação dos Cayenne, X5 e GLE.

Maserati Gama MY2018

O futuro, de acordo com o plano apresentado em junho, revela a chegada do muito prometido Alfieri — coupé e roadster, e também com versões elétricas —, e um novo SUV posicionado abaixo do Levante, ou seja, no mesmo patamar onde se encontra o Alfa Romeo Stelvio. Faltam é datas concretas para os seus lançamentos. Apenas sabemos que irão chegar no intervalo entre 2018 (que está a terminar) e 2022.

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Objetivos ambiciosos

As metas ambiciosas de Sergio Marchionne estabelecidas em 2014 — vendas de 75 mil unidades para 2018 — foram revistas para 50 mil unidades em junho, um valor mais sustentável. Só que este número parece distante quando observamos as vendas este ano (até setembro) que estão a cair 26% relativamente a 2017, fixando-se apenas nas 26 400 unidades.

No entanto, Manley mantém o objetivo de uma margem de rentabilidade de 15% até 2022. “Não tenho razão para acreditar que a Maserati não a consiga alcançar com o que estou a ver hoje”, respondeu Manley aos analistas, com a reorganização da marca italiana a prosseguir nos próximos meses.

 

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