Especial As carrinhas desportivas mais radicais de sempre: Audi RS2

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As carrinhas desportivas mais radicais de sempre: Audi RS2

Tal como anunciámos, vamos voltar a dar destaque às carrinhas desportivas mais radicais de sempre. Inevitavelmente, tínhamos de começar pela Audi RS2.

Há mais de vinte anos, carrinhas com pendor desportivo era um conceito que na mente da esmagadora maioria das marcas não fazia muito sentido.

A Audi achou o contrário. Achou que o conceito não era assim tão disparatado e foi até Estugarda bater à porta da Porsche com uma ideia em mente: desenvolver um modelo que oferecesse em simultâneo as prestações de um derradeiro desportivo e a versatilidade de um familiar — em boa verdade, de familiar só tinha mesmo o aspeto e o espaço.

À época, apenas havia uma proposta capaz de acompanhar a RS2 em linha reta, chamava-se BMW M5 Touring (geração E34). Era a proposta que mais se aproximava da RS2, ainda assim, longe dos níveis de radicalismo desta. Mais do que uma carrinha desportiva, a M5 era uma carrinha rápida… muito rápida.

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A RS2 demorava menos de 1,5s dos 0-50 km/h. A RS2 conseguia assim ser mais rápida do que um tal de McLaren F1. Já ouviram falar?

audi rs 2

Deste caderno de encargos acabaria por nascer a primeira carrinha do mundo verdadeiramente desportiva: a Audi RS2.

Com ela nasceu muito mais do que isso: nasceu a tradição de modelos RS na marca de Ingolstadt — sigla que deriva da palavra alemã Rennsport, que pode ser traduzida para português como “corridas”. Hoje o expoente máximo da sigla RS continua a ser uma carrinha: a diabólica Audi RS6.

Manipulação genética, perdão… mecânica!

Para servir de base a este monstro com espaço para “5 pessoas, um labrador e uma geleira” a Audi mandou para Estugarda uma Audi S2 Avant quattro. Uma carrinha de tração integral com corpo de Audi 80, equipada com o célebre motor 2.2 turbo que equipou modelos como o Audi Quattro e o Audi 100 em algumas versões.

Foi sob esta base que a Porsche trabalhou para criar aquilo que melhor sabe fazer: desportivos com pedigree. E (hoje em dia) SUV’s, a Porsche também faz bons SUV’s. Sabiam que o modelo mais vendido da Porsche é o Macan? Pois… adiante.

Audi RS2 Motor
O penta-cilíndrico, preparado pela Porsche

O motor foi todo revisto, a caixa de velocidades foi trabalhada exaustivamente, o diferencial traseiro recebeu um autoblocante e substituiu-se as jantes, pneus e suspensões por elementos vindos diretamente do Porsche 968 Clubsport. Por outras palavras,”tinha tudo do bom e do melhor”. Obrigado Porsche!

O resultado foi um mutante genético, perdão! um mutante mecânico. Irmão do 968, primo direito do 911, filho do Audi 80 e bisneto do Volkswagen Carocha.

Para subir dos 230 cv da S2 para os 315 cv da RS2 foi preciso algum trabalho de engenharia por parte da Porsche. Uma das alterações mais drásticas foi a adopção de um turbo KKK, com 1.4 bar de pressão (mais 30% que o valor de origem).

A Audi RS2 recebeu ainda um intercooler de maiores dimensões, injetores de maior débito, novo sistema de admissão, linha de escape especifica e centralina Bosch.

A aceleração ainda impressiona, mesmo quando colocamos a RS2 frente-a-frente com modelos mais recentes. Graças à tração integral e aos 315 cv de potência, a RS2 cumpria os 0-100 km/h em apenas 4,8s, atingindo 262 km/h de velocidade máxima.

Audi RS2

Não ficaram impressionados? Saibam que um teste da Autocar revelou que a RS2 demorava menos de 1,5s dos 0-50 km/h. Mais rápida do que um tal de… McLaren F1. Sim, Sua Alteza Real “o” McLaren F1!

Como devem calcular, num automóvel pensado para desafiar as curvas, travar é uma tarefa tão ou mais importante quanto acelerar. A Porsche não facilitou nesse aspeto e equipou a RS2 com travões Brembo e discos ventilados nas quatro rodas.

Audi RS2

Bonita por dentro e por fora

Seria uma pena se o desempenho da RS2 não fosse acompanhado por um visual arrebatador.

Mais uma vez, a Porsche recorreu a diversos elementos oriundos dos seus modelos, nomeadamente jantes, emblemas e até os pára-choques foram inspirados nos desportivos de Estugarda. O body kit é mais agressivo, há emblemas Porsche espalhados pelo carro, as jantes também são da Porsche e havia a belíssima cor Azul Nogaro (nas imagens) como opção.

Por dentro era o volante de três raios e os bancos fornecidos pela Recaro que criavam o ambiente desportivo. O interior sisudo do 80 ganhou ares mais esportivos forrados a couro preto, volante menor, de três raios, detalhes em fibra de carbono. Mudava o escritório da Razão Automóvel para o seu interior…