Clássicos Glórias do Passado. Fiat Coupé 2.0 20v Turbo, o fim da linhagem

Glórias do Passado

Glórias do Passado. Fiat Coupé 2.0 20v Turbo, o fim da linhagem

O Fiat Coupé foi apresentado em 1993. Ninguém diria, quando olhamos para as ousadas linhas do Coupé. Recordamos aqui o modelo que ainda hoje é o mais rápido Fiat de produção da história.

Fiat Coupe

É longa a história da Fiat nos (verdadeiros) coupés. Como também já é longo o tempo em que um coupé não faz parte do portefólio da Fiat. Foi em 1993 — há 25 anos (NDR: à data da publicação original deste artigo) — que assistimos ao lançamento do último coupé da marca italiana, simplesmente denominado de Fiat Coupé, que deixou de ser produzido no ano 2000.

A importância do modelo tem crescido nos últimos anos — não é só o último coupé feito pela marca, como, na sua variante 20V Turbo, continua a ser o mais rápido Fiat de série alguma vez produzidoSe encontrarem uma unidade em estado original hipotequem e casa e comprem-no.

Mas o interesse no Coupé não acaba aqui. Já olharam bem para o carro? O seu design, de estilo original e ousado, é da autoria de Chris Bangle — sim, o mesmo que tanta controvérsia gerou quando revolucionou o design da BMW.

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Como o próprio já afirmou, o Fiat Coupé foi, na realidade, o último carro desenhado diretamente por ele, antes de sair da Fiat para assumir o papel de diretor de design na BMW, onde as funções de orientação e gestão da equipa de design assumem prioridade.

Quanto a mim, o design do Fiat Coupé superou a mais dura das provas: a passagem do tempo.

A ousadia e originalidade do desenho ainda hoje é notável e, contra todas as expetativas, envelheceu bastante bem — arrisco a dizer que se fosse lançado hoje, apenas alterando alguns detalhes de época por outros mais contemporâneos (óticas LED e rodas de maior dimensão), ninguém diria que o desenho já carregava sobre os seus ombros mais de duas décadas de vida.

Também o interior marcava pontos pelas originalidade — desenhado pela Pininfarina, e mais consensual que o exterior, era marcado por uma faixa colorida, da mesma cor da carroçaria, que atravessava todo o tabliê, estendendo-se pelas portas. Ainda hoje um dos seus mais fortes argumentos visuais.

Estilo e… muita substância

O Fiat Coupé não era só para “show”. Havia real substância nesta máquina, que o tornavam numa das referências dinâmicas na altura. O chassis provinha do humilde Tipo — um tudo à frente —, mas a base em si era muito saudável.

Saudável o suficiente para comportar o mesmo motor do Lancia Delta Integrale. Sim, o mesmo quatro cilindros em linha Lampredi de 2.0 l com Turbo —, mas a debitar 195 cv e não os 210-215 cv do “Deltona”.

No acesso à gama estava uma versão naturalmente aspirada deste motor com 139 cv.

As criticas foram unânimes sobre as competências dinâmicas e prestacionais do Coupé — era um dos poucos tração dianteira existentes com um diferencial autoblocante e a suspensão era independente tanto à frente como atrásMas o melhor ainda estava para vir.

Um senhor cinco cilindros

Em 1996, o Fiat Coupé recebia novas motorizações. Adeus ao 2.0 quatro cilindros — naturalmente aspirado e turbocomprimido —, olá ao Pratola Serra com cinco cilindros e 2.0 l de capacidade. Também disponível sem e com turbo — o acesso à gama era efetuado agora pelo mesmo 1.8 do Fiat Barchetta.

Fiat Coupé
A motorização mais desejada.

Todas as atenções estavam, obviamente, sobre o Turbo — Fiat Coupé 2.0 20v Turbo era o seu nome. Debitava 220 cv e 310 Nm (+25 cv e 20 Nm do que antes), tornando-o, durante um breve período de tempo, o mais rápido tração dianteira do mercado…

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Os 250 km/h de velocidade máxima assim o ditavam e eram o seu cartão de visita, mas os 6,5s dos 0 aos 100 eram também muito respeitáveis. Valor que seria reduzido para 6,3s, quando em 1998 a caixa manual de cinco velocidades foi trocada por uma de seis — primeiro no Limited Edition e posteriormente de série em todos os Turbo. Ainda hoje é o Fiat de produção mais rápido de sempre.

Fiat Coupe

Regresso possível?

A Fiat nunca parou de atualizar o Coupé 20v Turbo até ao final da sua produção — receberia um sistema de travagem majorado da Brembo, pneus mais largos (225/45 sempre com jantes de 16″), barra anti-aproximação da Sparco, bancos Recaro, botão de arranque e diversos apêndices visuais.

O Fiat Coupé era realmente um desportivo — muitos foram os comparativos contra os Corrado, Impreza, 200 SX, Celica e Calibra — e ninguém estranhava quando o italiano era declarado o justo vencedor. Para muitos, era, ousadamente, até uma melhor proposta que o contemporâneo e “irmão” Alfa Romeo GTV 3.0 V6…

Fiat Coupé

Haverá possibilidades de vermos alguma vez a Fiat voltar a fazer um coupé de ADN desportivo? No contexto atual, é difícil. O mercado pede crossover e SUV, e tudo o que tenha menos de quatro portas, cada vez vende menos — mas quem sabe? Nunca digam nunca…

Fiat Coupé
A última edição especial, devidamente denominada Last Edition

Sobre o “Glórias do Passado”. É a rubrica da Razão Automóvel dedicada a modelos e versões que de alguma forma se destacaram. Gostamos de recordar as máquinas que outrora nos fizeram sonhar. Embarquem connosco nesta viagem no tempo na Razão Automóvel.

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