Notícias Autódromo do Estoril vai ser vendido. Concurso avança com próximo Governo

Autódromo do Estoril

Autódromo do Estoril vai ser vendido. Concurso avança com próximo Governo

A Parpública vai lançar concurso público internacional para vender o Autódromo do Estoril, assim que o novo Governo entrar em funções.

circuito estoril

O Autódromo do Estoril vai ser posto à venda pela Parpública, avançou uma fonte da empresa ao ECO. O concurso será lançado quando o novo Governo subir ao poder.

Segundo o atual presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, a empresa Circuito do Estoril S.A. (que gere o autódromo) está avaliada num valor inferior a “10 milhões de euros”, que o próprio considera “um valor muito baixo” em declarações à mesma publicação.

Relembre que o Autódromo Fernanda Pires da Silva esteve quase a ser vendido à Câmara Municipal de Cascais, em 2015, por 4,92 milhões de euros.

© Emidio Copeto

Porém, na altura, o Tribunal de Contas anulou o contrato. Isto porque os juízes consideraram que o autódromo “desenvolve atividades com o intuito exclusivamente mercantil e a sua aquisição pela Câmara de Cascais, não terá salvaguardado os interesses da população do município”, como referiu o Público na altura.

Para além de ter acolhido o Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1 entre 1984 e 1996, o Autódromo do Estoril atualmente acolhe outros tipos de eventos para além dos desportivos, como “as apresentações das marcas Porsche, Honda, Toyota e BMW“.

Vende-se, mas não para já

De acordo com o ECO, antes do autódromo ter sido posto à venda, “esteve em cima da mesa a possibilidade de ser concessionado, mas a nova administração da Parpública optou pela venda da empresa que gere o imóvel.”

Carlos Carreiras afirmou ainda que o objetivo da Parpública era ter lançado o concurso “até ao final do primeiro trimestre de 2023”, e que existem “três grupos interessados em investir”, dos quais “dois são totalmente portugueses, e um consórcio de empresas portuguesas e estrangeiras”.

No entanto, uma vez que de momento temos um governo de gestão, o processo de alienação só vai arrancar depois da tomada de posse do novo Executivo.

A Parpública esteve durante mais de um ano a preparar o lançamento do concurso público, depois de ter sido dada, “de forma informal, luz-verde para avançar com o processo”, contou ao ECO Carlos Carreiras.

De acordo com a sociedade, o autódromo “está classificado como ativo para venda”, porém, até agora o processo ainda não arrancou. Sendo que não foram previstas quaisquer razões para este atraso.

Foi ainda adiantado pelo ECO, que a Câmara Municipal de Cascais se iria opor à venda do autódromo caso o objetivo fosse dar lugar a projetos imobiliários. No entanto, a Parpública garantiu que “a manutenção da pista do Circuito do Estoril será assegurada”.

O Público estima que entre 1997 e 2016 o Executivo tenha investido mais de 68 milhões de euros no autódromo.

Dívidas, e mais dívidas

O Autódromo do Estoril entrou na esfera pública em 1997, depois da Grão-Pará, a empresa que o geria, ter cedido 51% das ações deste ao Governo, na altura liderado por António Guterres. Ação justificada para conseguir regularizar as dívidas estimadas em 20 milhões de contos (100 milhões de euros) ao Fisco, Segurança Social, Tesouro e Fundo de Turismo.

Em 2002, a Grão-Pará cedeu então os restantes 49% à Caixa-Geral de Depósitos (CGD) como forma de saldar as dívidas que ultrapassavam os 10 milhões de euros.

No entanto, depois de alguma ponderação a CGD “entendeu não estar vocacionada para estar representada na SGA, o então ministro das Finanças, Oliveira Martins, deu ordens à Parpública, para adquirir o capital entregue pela Grão-Pará a esta instituição bancária, a troco de 17,4 milhões de euros”, como se pode ler no Público.

O Estado tem participação total ou parcial através da Parpública em 21 empresas, sendo a Circuito do Estoril S.A. uma delas. O passivo desta empresa é de 3,2 milhões de euros.

Fonte: ECO