Opinião O poder de uma notícia falsa

Autódromo do Estoril

O poder de uma notícia falsa

A mentira tem perna curta mas encontrou nas redes sociais velocidade para tentar «fugir» à verdade. Querem perder esta corrida?

Tem circulado nas redes sociais — e inclusivamente em alguns órgãos de comunicação social — uma imagem (que colocámos em destaque) do Autódromo de Luanda como se fosse o Autódromo do Estoril. Não é o Autódromo do Estoril.

O layout do circuito angolano não tem qualquer semelhança com o circuito português e a geografia do terreno também não. A Serra de Sintra desapareceu e muita gente não deu conta…

Apesar das evidências, a imagem percorreu as redes sociais a uma velocidade incrível, alimentando-se, partilha após partilha, da indignação contra aqueles que se queixam do ruído gerado por esta infraestrutura.

Não vou discutir o mérito da causa — já o fizemos aqui. Quero apenas destacar a velocidade de propagação das notícias falsas. No campeonato da verdade, a mentira dá «10 a 0» a qualquer notícia fundamentada.

Teria sido mais fácil — e eventualmente mais rentável na contabilidade das visualizações — seguirmos esse caminho. Mas não o vamos fazer. Mesmo que não seja uma postura tão popular:

Compreendemos que a verdade às vezes é mais complexa e menos atraente, no entanto, esta é uma corrida que não damos como perdida. Nem nós, nem os milhares de leitores que acompanham, comentam e partilham os conteúdos da Razão Automóvel todos os dias.

É que apesar da mentira ser rápida, a verdade é que o nosso Auto Rádio — um podcast da Razão Automóvel com o apoio do Piscapisca.pt — está no topo das preferências dos portugueses em plataformas como o Spotify e Apple Podcasts.

Ainda assim, suspeito que o alcance das opiniões fundamentadas não tem o mesmo alcance de uma mentira bem contada. Não nos importamos. Usando o vernáculo das corridas: não é sprint, é resistência.