Há muitas novidades no Mercedes-Benz Classe G 2024

O Mercedes-Benz Classe G é o todo o terreno mais anguloso do mundo, mas também o veículo com maior margem de lucro que a Mercedes-Benz fabrica há 45 anos.

Mesmo que não pareça, a verdade é que o mais clássico dos jipes está a ser preparado para os novos tempos. Ganha agora as primeiras motorizações mild-hybrid e prepara-se para receber uma inédita variante elétrica dentro de ano e meio.

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O certo é que enquanto outros 4×4 foram desaparecendo ao longo destas mais de quatro décadas, o Classe G prossegue a sua carreira comercial desde 1979, tendo sido já feitas mais de 450 mil unidades. Algumas compradas por capricho, por quem quer marcar a diferença na estrada (e fora dela) e não se incomoda por pagar pequenas fortunas para isso.

O Classe G 100% elétrico promete vir seduzir um tipo de cliente totalmente novo e melhorar os seus muito competentes atributos para chegar «ao infinito e mais além». Para isso, irá contar com um motor elétrico em cada roda, que serão muito úteis a superar os mais exigentes e duros troços de todo o terreno.

Chega em 2024

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Press-Inform / Joaquim Oliveira

Pequenas diferenças

Enquanto esse momento não chega, por agora ficamos com uma leve atualização da geração atual, que está no mercado há quase cinco anos.

Para perceber as diferenças há, por isso, que estar munido de uma lupa para perceber os retocados contornos das óticas, da grelha e dos ligeiramente mais finos pilares dianteiros.

No interior existem novos ecrãs de 12,3” para o painel de instrumentos e sistema de infoentretenimento, e um reforçado elenco de sistemas de assistência à condução.

Tecnicamente, há pequenas modificações nas motorizações do Classe G de 2024, mas nada mudou no seu robusto pacote básico composto por chassis de longarinas, três bloqueios mecânicos de diferencial, redutoras e combinação de eixo rígido na traseira com suspensão dianteira independente.

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Para além disto existem ainda novidades no chassis, que passa a dispor de estabilização hidráulica e amortecimento eletrónico variável (neste caso, de série), que podem ser especificados individualmente ou integrados em pacotes de todo o terreno.

Os componentes deste sistema hidráulico substituem as barras estabilizadoras mecânicas convencionais. Os amortecedores adaptativos estão ainda munidos de duas ligações hidráulicas, uma na fase de compressão e outra na de extensão de cada amortecedor.

Capô Invisível

As funções individuais são mais fáceis de operar no chamado Cockpit Offroad, que fornece uma visão geral dos dados mais relevantes para a condução 4×4, tanto na instrumentação como no ecrã central.

O conteúdo é exibido em vários blocos, que podem ser alterados usando as setas de direção ou deslizando o dedo. Existem também botões para acesso rápido a determinadas funções do veículo relevantes para a condução todo o terreno.

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Os dados exibidos incluem horizonte virtual, posicionamento, bússola, altitude, ângulo da direção, binário, potência, pressão e temperatura dos pneus, bem como o funcionamento dos bloqueios do diferencial.

Para uma experiência de condução fora de estrada ainda mais confortável existe uma função “capô transparente” que, em conjunto com a câmara de 360°, permite uma visão virtual daquilo que existe debaixo da frente do veículo.

Essa visualização permite assim ao condutor antecipar o desvio de obstáculos como rochas ou buracos mais profundos que não sejam visíveis através do para-brisas.

Subsiste, no entanto, a capacidade de escalada de até 100%, uma distância ao solo entre os eixos de pelo menos 24,1 cm, uma profundidade máxima de travessia de 70 cm e inclinações até 35º. Os ângulos de todo o terreno são de 31º, 30º e 26º, respetivamente, ataque, saída e ventral.

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Mild-hybrid para todos

O atualizado Geländewagen passa a oferecer apenas motorizações mild-hybrid de 48 V a gasolina e gasóleo. A nova componente elétrica é composta por um motor/gerador, que é capaz de fornecer um impulso de curto prazo de 15 kW (20 cv/200 Nm). Assiste nos arranques e ajuda a mitigar (ligeiramente) os consumos.

O Mercedes-Benz G 500 recorre a um motor de seis cilindros em linha biturbo com 3,0 l de capacidade — substitui o anterior V8 —, sendo capaz de gerar 449 cv e 560 Nm (além dos 15 kW e 200 Nm adicionais do motor elétrico). Anuncia ainda consumos de 15,7–14,7 l/100 km.

O Mercedes-Benz G 450 d — toma o lugar do anterior G 400 d —, traz um bloco Diesel, também com seis cilindros em linha e 3,0 l de capacidade, e apresenta um rendimento de 367 cv e 750 Nm (mais os potenciais 15 kW e 200 Nm do motor elétrico).

Com o devido cuidado no uso do pedal da direita, poderá ser o único Classe G a conseguir um consumo médio abaixo dos 10 litros (a média homologada é de 8,7 l/100 km a 10 l/100 km).

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Qualquer das versões delega na caixa automática de nove velocidades a missão de fazer chegar o binário aos dois eixos, com 40% deste a ser direcionado para o eixo dianteiro e 60% para o eixo traseiro. A embraiagem multidisco inteligente tem como missão gerir essas transições (atua como um diferencial autoblocante automático).

O Mercedes-AMG G 63 — a versão que mais circula no mundo — com o seu sensacional motor V8 chegará uns meses depois do G 500 e G 450 d. O bloco biturbo de 4,0 l e oito cilindros em “V” produz 585 cv e um binário máximo de 850 Nm, mas também passará a estar associado a um sistema mild-hybrid.

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Com o pacote de Performance correspondente, a versão desportiva do «rústico» Classe G pode acelerar de 0 a 100 km/h em 4,3s e atingir uma velocidade máxima de 240 km/h (20 km/h mais do que sem o pacote Performance).

Quanto vai custar?

A Mercedes-Benz ainda não divulgou os preços deste Classe G melhorado. Também ainda não há data prevista de chegada, mas sabe-se que os primeiros a chegar serão os G 500 e G 450 d, seguidos do G 63. Por último, no início de 2026 prevê-se a revelação do Mercedes-Benz Classe G elétrico.

Joaquim Oliveira

Com mais de 30 anos de carreira, Joaquim Oliveira é um dos mais reputados jornalistas do setor automóvel. Colabora com a Razão Automóvel desde 2019.

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