Volkswagen Amarok 2023. Tudo o que já sabemos sobre a nova geração

São grandes as expectativas em relação à nova geração da Volkswagen Amarok, que o construtor alemão desenvolveu com a Ford nos últimos três anos, dando também origem a uma nova geração da Ranger, já revelada.

Enquanto a anterior Amarok ainda estava a sair da linha de montagem na Argentina, há muito que a produção da pick-up em Hanover (Alemanha) fazia parte da história — teve de ser convertida para produzir o elétrico ID.Buzz, cuja produção foi iniciada esta semana.

A próxima geração da Amarok passará a vir, assim, da África do Sul, onde será produzida ao lado da Ford Ranger, e terá como destino a Europa, Médio Oriente e Oceania. Para a América Latina, curiosamente, a produção da primeira Amarok continuará na Argentina, ainda que numa versão melhorada.

Lars Krause, membro do conselho de vendas da Volkswagen Veículos Comerciais, não esconde o enorme contributo da Ford e da Ranger para a nova Amarok: “é evidente que sem um parceiro de cooperação não teria havido uma nova geração da Amarok. E também é verdade que nos sentimos um pouco orgulhosos por a nossa pick-up anterior ter sido a referência no desenvolvimento da nova Ranger para os nossos colegas da Ford, além de que isso significa que as duas marcas dão importância aos mesmos atributos”.

Mesmo sendo visualmente muito diferentes, a nova Ford Ranger e a iminente Volkswagen Amarok são tecnicamente muito idênticas. A Ranger já se está a estabeleceu bem em todos os mercados onde é vendida — é a pick-up n.º1 na Europa — e a segunda geração da Amarok terá a sua revelação mundial no início de julho, devendo chegar às mãos dos primeiros clientes europeus antes do final do ano.

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A primeira geração foi um modelo de sucesso para a Volkswagen — mais de 830 mil unidades vendidas desde 2010 —, apesar dos custos de produção elevados nas fábricas de General Pacheco (Argentina) e Hanover (Alemanha).

Nem só de trabalho vive a Amarok

“Queremos atrair clientes profissionais e particulares”, assegura Lars Krause, distinguindo-se de muitos de seus colegas da indústria que consideram essa mistura de veículo de todo o terreno e de transporte de mercadorias, com uma área de carga aberta, principalmente como uma ferramenta de trabalho para jardineiros e paisagistas ou empresas de construção.

A maioria dos testes da nova Amarok foram feitos na África do Sul, porque é lá que é fabricada, mas também porque foi lá que teve lugar parte substancial do seu desenvolvimento. Mas claro que há outros lugares no planeta onde os testes dinâmicos foram feitos, porque a Amarok se vende em vários continentes.

Isso tornou possível dar uma vista de olhos num protótipo de testes quase final que passou (junto com outras três unidades) pela Alemanha. “As peças comuns na carroçaria dos dois modelos são muito poucas — espelhos retrovisores, tejadilho e o óculo traseiro — o resto é completamente independente e foi criado pela nossa equipa de design”, explica Lars Krause.

Pelo seu lado, Albert-Johann Kirzinger, designer-chefe da Volkswagen Veículos Comerciais, é da opinião que “a nova Amarok se destaca pela secção dianteira muito marcante e que o seu design em X enfatiza a sua pretensão de liderança”.

Diesel de início, mas elétrico também caminho

A gama de motores é semelhante à do modelo antecessor. Haverá unidades Diesel de quatro cilindros com 2,0 l e V6 com 3,0 l para a maioria dos países — potências esperadas de 180 cv a 240 cv — e com transmissões manual e automática. A médio prazo, porém, Ford e Volkswagen deverão fazer uma versão elétrica.

Mercados particularmente sensíveis ao preço também poderão encomendar uma versão a gasolina com caixa manual de cinco velocidades e cabina simples — a maioria das novas Amarok serão, sobretudo, de cabina dupla. Isso também explica a razão pela qual as versões básicas dispõem de um travão de mão manual e as variantes posicionadas mais acima contam com um elétrico.

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Dependendo do motor, a nova Amarok estará disponível com tração traseira, 4×4 conectável (em andamento) e 4×4 permanente. A capacidade de carga será de 1,2 toneladas (superior a quase todos os concorrentes) e poderá rebocar até 3,5 toneladas.

Muito mais espaço interior

Comparada com o modelo antecessor, a nova pick-up de 5,35 m de comprimento é 10 cm mais comprida, 9 cm mais larga (1,86 m) e também 5 cm mais alta (1,88 m). Mas o maior crescimento verifica-se na distância entre eixos, que aumentou nada menos do que 17,5 cm, para 3,27 m.

Enquanto isso, os olhais de amarração na área de carga suportam 500 kg e o teto pode carregar uns generosos 350 kg.

Por mais rústica que possa parecer por fora, por dentro a nova Volkswagen Amarok é bastante acolhedora, segundo o que pudemos ver num dos protótipos.

Os assentos são confortáveis, o espaço é amplo para até cinco pessoas, as versões mais equipadas têm dois ecrãs digitais — um para a instrumentação e outro, central vertical, para infoentretenimento — e bancos dianteiros com regulação elétrica.

Se desejado, nem sequer falta um poderoso sistema áudio da Harman Kardon. O que não se estranha porque este tipo de veículo que, no passado, era visto como «um burro de carga sobre rodas» tem hoje ambições de estilo de vida.

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Dependendo do mercado, podem existir até cinco níveis de equipamento/acabamento: Amarok, Life, Style, Panamericana (vocacionada para 4×4) e Aventura (mais urbana).

Expectativas

A chegada da Amarok II é aguardada na Volkswagen Veículos Comerciais com muita ansiedade porque pode ajudar a recuperação económica da empresa juntamente com o início das vendas do elétrico ID. Buzz — que já começou a chegar aos concessionários na Europa.

Em 2020 a Volkswagen Veículos Comerciais teve prejuízos financeiros de 454 milhões de euros e o plano de recuperação apontava para 2022 como o do regresso aos lucros, mas foi possível consegui-lo um ano antes. Em 2021 as vendas foram de 360 000 veículos em todo o mundo e teve um pequeno lucro, de 73 milhões de euros (numa faturação de 500 mil milhões de euros).

E agora que os novos modelos vão começar a chegar ao mercado, as expectativas são as melhores. Isso enquanto a empresa se vai preparando para o futuro, como confirma o seu presidente, Carsten Indra: “em 2030, mais de metade dos Volkswagen comerciais serão 100% elétricos”.

Quando chega?

Em Portugal as derradeiras unidades da primeira Volkswagen Amarok foram entregues a 31 de maio ao Instituto de Socorros a Náufragos, para patrulhamento das praias não vigiadas na nossa costa.

A nova geração tem chegada prevista para o primeiro trimestre de 2023, com uma particularidade: a primeira unidade a chegar será a número 3000, já que se venderam precisamente 2999 unidades em Portugal da primeira geração.

Joaquim Oliveira

Com mais de 30 anos de carreira, Joaquim Oliveira é um dos mais reputados jornalistas do setor automóvel. Colabora com a Razão Automóvel desde 2019.

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