Notícias Como ganhar quase 30 cv num Dodge Viper GTS de 2000 sem mudar um único componente

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Como ganhar quase 30 cv num Dodge Viper GTS de 2000 sem mudar um único componente

Os anos passam, mas o Dodge Viper GTS continua a impressionar. Mas será que o V10 de 8.0 l continua em «forma» ao fim de 21 anos?

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Foi em 1997 que ficámos a conhecer o Dodge Viper GTS, o coupé do «monstro» norte-americano, que equipava o conhecido motor V10 naturalmente aspirado de 8,0 l de capacidade, que passava a debitar mais 50 cv que o roadster original, fixando-se nuns «gordos» 456 cv de potência.

Este exemplar, do ano 2000, conta com 61 555 km no odómetro e continua a estar totalmente de origem. Será que 21 anos depois, os 456 cv declarados do portentoso bloco de 10 cilindros em “V” continuam a estar todos lá?

Para responder a esta questão, nada melhor do que levar o Viper GTS ao banco de potência.

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Dodge Viper GTS

Mas além do teste em banco de potência, os responsáveis do canal de YouTube Four Eyes aproveitaram a oportunidade para ver se havia possibilidades de melhorar o desempenho do enorme V10, recorrendo apenas a um computador, alterando o mapeamento do mesmo — apesar de antigo, o Viper GTS é recente o suficiente para permitir esse tipo de manipulação, aproveitando até os avanços feitos nesta área nas últimas duas décadas.

O primeiro passo deste exercício foi perceber quanta potência debitava e o resultado foi bastante positivo: 415 cv (410 hp) medidos às rodas. Isto significa que, contando com as perdas de transmissão (por norma entre 10% e 15%), o 8.0 V10 deve estar a debitar à cambota um valor de potência em linha com o declarado em novo — nada mal, considerando os 21 anos.

Contudo, este primeiro teste identificou de imediato uma área onde era possível melhorar o desempenho do V10 e ir buscar mais potência. Num determinado intervalo de rotações constatou-se que a mistura ar-combustível era demasiado rica (está a injetar mais combustível que o necessário), o que provocava uma quebra na curva de binário.

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Um novo mapeamento da unidade de controlo do motor que otimizou a mistura ar-combustível nesses regimes, garantiram logo um aumento de potência de 8 cv às rodas.

Dodge Viper GTS

O próximo passo foi o da otimização da ignição, avançando-a, onde foi possível ir buscar mais 10 cv, aos quais se somam 10 cv adicionais conseguidos através de um novo ajuste da relação ar-combustível.

No total, após cinco «mexidas» na gestão eletrónica do motor, foi possível «arrancar» mais 29 cv ao colossal motor V10 de 8,0 l, que assim passou a entregar 444 cv (e 655 Nm), medidos às rodas, contra os 415 cv (e 610 Nm) do primeiro teste, o que representa um ganho de 6,8% em potência (e 7,3% de binário).

Ou seja, 21 anos depois, este Dodge Viper GTS está a debitar mais potência e binário do que quando saiu de fábrica e tudo isto sem mudar um único componente — só ajustando os «bits e bytes» que os controlam —, o que mostra bem o potencial que este monumental motor V10 tinha quando foi apresentado.

Um pequeno teste de estrada permitiu comprovar os ganhos, medindo o tempo de aceleração do Viper em segunda velocidade, entre as 30 mph e as 80 mph, ou seja, entre os 48 km/h e os 129 km/h — sim, a segunda do Viper é longa. Antes dos testes em banco de potência o tempo foi de 5,9s, baixando depois até aos 5,5s (menos 0,4s) — uma diferença significativa…

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