Desde 59 950 euros
Testámos o Mercedes-Benz GLC Coupé mais barato que podes comprar
Um novo motor Diesel e atualizações estéticas e tecnológicas são os destaques do atualizado Mercedes-Benz GLC Coupé 200 d.

Este é o novo Mercedes-Benz GLC Coupé? Parece igual… — foi alguns dos comentários que ouvi. Também não admira, porque a verdade é que não é 100% novo, mas sim não é mais que típica atualização a meio do ciclo de vida que viu os argumentos tecnológicos, mecânicos e estéticos da gama reforçados.
E se por fora as diferenças até poderão passar despercebidas, apesar de extensas, por dentro são mais evidentes. Destaque para o novo volante multi-funções, a introdução do MBUX e um novo comando touchpad para o controlar, prescindindo do anterior comando rotativo — não me queixo, o touchpad funciona bem e é de rápida adaptação… melhor do que o sistema similar da Lexus, por exemplo.
A outra grande novidade encontra-se por baixo do capot, com a gama GLC a contar agora com os préstimos do (ainda) novo OM 654, o 2.0 Diesel tetra-cilíndrico da marca da estrela.
VÊ TAMBÉM: Mercedes-Benz GLC Coupé. Renovação traz novos motores
Ponto de acesso
O motor OM 654 está disponível em várias versões, ou diversos níveis de potência, com o “nosso” a ser o mais “fraquinho” — 163 cv e 360 Nm — que, como iria descobrir, de fraquinho não tem nada. O Mercedes-Benz GLC Coupé 200 d que testei é, assim, o GLC Coupé mais barato que podes comprar.
Claro que, com um preço a começar em cima dos 60 mil euros, o termo barato é relativo. A ajudar a essa percepção de ser o mais barato, e ao contrário do que é habitual em carros de teste, este GLC Coupé vinha com quase nenhuns extras, mas não deixava de estar muito bem equipado.

As únicas opções resumiam-se à pintura metalizada (950 euros), aos acabamentos interiores numa muito agradável madeira de freixo preta (500 euros) e ao Pack Advantage que, por substanciais 2950 euros, fazem com que o ecrã do sistema MBUX cresça para as 10,25″ e adiciona o sistema de ajuda ao estacionamento que inclui o PARKTRONIC — sim, estaciona sozinho e fá-lo de forma muito competente.
Estradista nato…
Que melhor forma de averiguar as competências do GLC Coupé do que uma viagem de quase 300 km e outros tantos de regresso, por autoestradas, estradas nacionais e municipais? Acreditem, não desiludiu…
Se 163 cv soa a pouco para os mais de 1800 kg que temos de colocar em marcha — na realidade seriam umas sólidas duas toneladas, ao ter quatro pessoas a bordo —, em nenhuma situação o 200 d deixou a desejar em termos de performance.

Fosse nas velocidades de cruzeiro elevadas conseguidas em autoestrada, fosse nas ultrapassagens a camiões nas nacionais, fosse na conquista de alguns declives mais pronunciados, o motor Diesel parecia ter sempre reservas de força. O mérito não é só do muito competente, mas não muito cativante motor — a caixa automática de nove velocidades é um excelente aliado.
Raramente apanhada em falso, parecia estar sempre na relação certa — a exceção só mesmo ao esmagar o acelerador, onde o cérebrozinho eletrónico da dita demorava uma fração de tempo a mais a reagir e a “meter” uma ou duas abaixo. Não foi preciso muito para também esquecer o modo manual. São nove velocidades e é fácil perdermo-nos… E a caixa tem vontade própria, acabando por assumir o controlo, caso bem o entenda.
… e muito confortável
Como qualquer bom estradista, o conforto a bordo é um dos destaques. Curiosamente, a ausência de um rol de extras pode ser um dos fatores para o muito bom conforto a bordo — reparem nas rodas. Sim, são grandes, mas já viram a altura do pneu (perfil 60)? Com “almofadas” de ar deste calibre, muitas irregularidades do asfalto desaparecem como por magia.
O conforto é também potenciado pelo muito bom nível de silêncio a bordo. A qualidade de montagem é elevada, bastante robusta, sem ruídos parasitas; o motor, regra geral, é apenas um longínquo murmúrio; o ruído de rolamento é contido e quando circulamos a velocidades elevadas, os ruídos aerodinâmicos são eficazmente suprimidos.
E atrás? Este SUV acha que é um coupé e o seu arqueado teto demonstra-o por fora. No entanto, os ocupantes traseiros — um deles com 1,8 m de altura — não se queixaram da falta de espaço para a cabeça ou do conforto proporcionado. Não é, contudo, o local mais alegre para se estar, algo sombrio. As janelas são baixas — tudo em nome do stil (estilo)…

Genes desportivos? Nem vê-los…
É um mundo estranho aquele que vivemos, onde os SUV querem ser coupés, e até desportivos. O Mercedes-Benz GLC Coupé não é diferente — basta recordar o ensaio do Guilherme ao absurdo, mas com um poder magnético de atração — vê-oito… — GLC 63 S by AMG:
Estes vídeos é só “más” influências… ambos chamam-se GLC Coupé, mas até podiam vir de construtores diferentes tal é aquilo que os separa. A expetativa de que alguns dos seus genes marcassem presença no 200 d seriam rapidamente destroçadas — não leram acima o quanto é confortável? Claro que acabaria por comprometer outros aspetos da sua dinâmica.
Não me interpretem mal, o GLC Coupé, aqui com apenas duas rodas motrizes, não se comporta nada mal — praticamente sempre neutro e progressivo nas reações quando queremos descobrir os limites. E continua a impressionar a forma como estas criaturas corpulentas mantém tão saudável compustura.
Mas aptidões dinâmicas apuradas? Esqueçam… Primeiro, caracteriza-se por ser algo bamboleante, com alguma dificuldade em gerir as transferências de massas; e este motor, pelo menos nesta variante, não é nada dado a ritmos de “faca nos dentes”.

Nota especial para a direção, e não pelas melhores razões. Não é apenas a falta de tato ou feedback — demasiado comum nos dias que correm —, mas sobretudo a sua ação, algo estranha, provocando até queixumes dos restantes ocupantes. Tudo devido ao peso inconstante que oferece durante o ato de curvar (ou mudar de faixa de rodagem). Acabamos por ter que fazer pequenas correções ao volante durante o processo, com consequentes (pequenas) sacudidelas a perturbarem os passageiros.
Curiosamente, é a velocidades moderadas e no modo de condução Comfort que este traço mais se evidencia — os ajustes à nossa ação sobre o volante acabam por ser frequentes. A velocidades mais elevadas e no modo Sport, a direção responde de forma mais consistente, sendo mais linear na sua ação.

É o carro certo para mim?
O GLC Coupé 200 d é um confortável estradista, adepto de andamentos moderados e condução suave — talvez não o que esperarias ler sobre o GLC Coupé, aquele que, supostamente, seria o mais desportivo/dinâmico dos GLC.
Para os que procuram um SUV com uma experiência de condução mais acutilante, é melhor procurar noutro local — o Alfa Romeo Stelvio, Porsche Macan ou até o BMW X4 são muito mais convincentes nesse capítulo.

Sabendo ao que vão, poderão apreciar o muito bem “afinado” conjunto motor-caixa, perfeitamente em sintonia com a sua missão de estradista — performance q.b. e consumos bastante moderados. É possível fazer consumos na casa dos cinco litros e uns trocos a 80-90 km/h — a média final da viagem ficou-se pelos 6,2 l/100 km (autoestradas e nacionais), sem preocupações de qualquer tipo para obter bons consumos. Numa condução urbana, registei entre 7,0-7,3 l/100 km.
Acaba por se tornar difícil de justificar racionalmente a escolha pelo GLC Coupé, quando não parece oferecer nada a mais que o mais espaçoso, prático e versátil GLC regular, aparte a carroçaria de contornos distintos. Talvez o desenho diferenciado seja o suficiente para alguns, mas sinceramente, estava à espera de mais para justificar os compromissos gerados pelo seu teto arqueado.


Preço
unidade ensaiada
Versão base: €59.950
IUC: €259
Classificação Euro NCAP:
- Motor
- Arquitectura: 4 cil. em linha
- Capacidade: 1950 cm3
- Posição: Dianteira longitudinal
- Carregamento: Inj. Direta, Common Rail, Turbo de geometria variável, Intercooler
- Distribuição: 2 a.c.c., 4 válv./ cil.
- Potência: 163 cv entre as 3200 rpm e as 4600 rpm
- Binário: 360 Nm entre as 1600 rpm e as 3000 rpm
- Transmissão
- Tracção: Traseira
- Caixa de velocidades: Automática de 9 vel. (conversor de binário)
- Capacidade e dimensões
- Comprimento / Largura / Altura: 4742 mm / 1890 mm / 1602 mm
- Distância entre os eixos: 2873 mm
- Bagageira: 500 l
- Jantes / Pneus: 235/60 R18
- Peso: 1810 kg
- Consumo e Performances
- Consumo médio: 5,1 l/100 km
- Emissões de CO2: 152 g/km
- Vel. máxima: 208 km/h
- Aceleração: 8,7s
-
Equipamento
- Estofos em Pele ARTICO Preto
- Câmara para marcha-atrás
- Airbag de joelho
- Cruise control
- Ar Condicionado THERMATIC
- Active Brake Assist
- Sensor de chuva no pára-brisas
- Sistema de Navegação MB
- Patilhas de selecção da caixa de velocidades integradas no volante
- Faróis LED
- Vidros escurecidos
- Portão traseiro EASY-PACK TAILGATE
- DYNAMIC SELECT
- Volante multifunções desportivo em pele
Avaliação
- Consumos
- Conjunto motor-caixa
- Conforto elevado
- MBUX
- Dinâmica mais SUV que Coupé
- Direção pouco comunicativa e inconsistente
- Visibilidade traseira
- Bagageira com altura útil limitada
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Qual a lotação máxima do Mercedes-Benz GLB?
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Mas podes descobrir a resposta aqui:
O novo Mercedes-Benz GLB já tem preços para PortugalEm cheio!!
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