Ensaio
Testámos o Mazda2 Advance Navi. Mais equipamento, mais apetecível?
Apresentado em 2015, o atual Mazda2 procura manter-se apetecível, desta feita, através de uma nova versão Advance. Será suficiente?

Numa época em que tudo aquilo que é novo tem um carácter cada vez mais efémero, até mesmo os automóveis estão obrigados a viver num esforço de atualização constante, como forma de manter-se à tona de um mercado que, não todos os anos ou meses, mas praticamente todos os dias, dá conhecer novas versões, soluções, tecnologias e equipamentos.
Este esforço, que abarca desde os modelos mais acessíveis até às propostas exclusivas — estas últimas, ainda assim, menos permeáveis a esta tendência —, não deixa sequer de fora os fabricantes mais pequenos, como a Mazda, os quais, mesmo sem o arcaboiço financeiro dos gigantes da indústria, não podem deixar de tentar manter-se atuais e sob as luzes do palco, como forma de fugir ao esquecimento.
Tempo de renovação
Presente num dos segmentos mais competitivos do mercado automóvel, o dos utilitários, o Mazda2 está entre as propostas mais expostas a este risco, não somente devido à dimensão da marca a que pertence, mas também à enorme concorrência com que se debate. Motivo pelo qual, depois de ter sido dado a conhecer na atual geração no início de 2015, recebe agora nova valorização, centrada no equipamento.
RELACIONADO: Mazda CX-3 1.5 SKYACTIV-D 2WD. Contra factos…Denominada Advance, posicionada acima do intermédio Evolve, só que, em termos de preço, pouco mais representa que um acréscimo de cerca de 400 euros — 19 018 euros, contra 18 618 euros do Evolve.

Assim e num conjunto cujas linhas e dimensões contidas permanecem sem qualquer alteração, novidade é a inclusão, sem custos extra, das jantes em liga leve de 16″, faróis de nevoeiro em LED, vidros escurecidos traseiros e antena tipo “barbatana de tubarão”. Ao passo que, no interior do habitáculo, de fácil acesso, as diferenças residem no revestimento em pele do volante e manípulo de caixa manual de velocidades, e o ar condicionado automático.
A mesma qualidade, funcionalidade e espaço
Igualmente a favor do pequeno japonês, continua a jogar um habitáculo funcional e bem insonorizado, muito parecido no aspeto ao do irmão Mazda3, e com uma melhor qualidade de construção, que propriamente de materiais. Ainda que os plásticos rijos e não muito resistentes sejam uma característica mais de todo o segmento, que propriamente deste Mazda2.
Já no que à habitabilidade diz respeito, os cerca de 4,06 m de comprimento e quase 1,7 m de largura até poderiam fazer antever, à partida, mais espaço, mas a verdade é que, nos lugares de trás, particularmente para as pernas, tal não abunda. A altura razoável, junto com o banco de assento plano, dispostos tipo anfiteatro, ajudam a desanuviar o ambiente.
Iguais restrições, na capacidade da bagageira, cujos 280 l garantem um posicionamento dentro daquilo que é a média do segmento, melhor até que com as costas dos bancos traseiros rebatidas, altura em que a capacidade sobe até aos 950 l — valor que, ainda assim, não será propriamente referencial…
A privilegiar a condução e, principalmente, o condutor
Bem mais convincente, a posição de condução que facilmente adotamos como nossa, graças não apenas a regulações amplas, e convincente integração no cockpit a partir de um banco com razoável apoio lateral, mas também a um fácil acesso à maioria dos comandos e funcionalidades. Inclusive, as integradas no ecrã a cores de 7” do sistema de info-entretenimento MZD Connect. O qual, infelizmente, só é tátil com o carro imobilizado — tem o comando rotativo, é certo, mas, ainda assim não é a mesma coisa… —, além de não contar com os cada vez mais vulgares sistemas de emparelhamento Apple CarPlay e Android Auto.
De elogiar, pelo contrário, o acréscimo de equipamentos de apoio à condução que esta versão Advance garante, como é o caso dos sensores de humidade, luminosidade e chuva, os sensores e câmara de apoio ao estacionamento traseiro (ambos importantes num carro cuja visibilidade traseira não é muita…), cruise control, limitador de velocidade ajustável e aviso de Transposição Involuntária da Faixa de Rodagem (LDW — Lane Departing Warning System).
Presente no nosso carro, mas pago à parte, o pack Navi, sinónimo de Navegação, com um custo extra de 400 euros, e a pintura exterior, no caso de ser metalizada, por mais 400 euros.

Muita agilidade, para pouca impetuosidade
Mas se o equipamento evoluiu, já os argumentos relacionados com o desempenho, pouco ou nada mudaram, com este Mazda 2 Advance Navi a contar apenas e só, com o já conhecido 1.5 SKYACTIV-G, naquela que é a sua versão intermédia, de 90 cv — é certo que existem ainda mais dois níveis de potência, de 75 e 115 cv, disponíveis com outros níveis de equipamento que não este Advance.
Conjugado de série com uma ótima caixa manual de cinco velocidades, precisa e agradável no acionamento, este quatro cilindros atmosférico garante um desempenho agradável, suave e pouco sonoro, ainda que não propriamente emocionante. Exigindo inclusivamente uma intervenção mais frequente da transmissão, de forma a garantir retomas um pouco mais lestas.
A confirmar estas impressões, uma capacidade de aceleração dos 0 aos 100 km/h que a Mazda fixa em 9,4s, a par de uma velocidade máxima de 184 km/h, isto com consumos de 4,9 l/100 km e 111 g/km de emissões de CO2. Tudo isto, valores oficiais, dos quais apenas os relativos aos consumos temos alguma dificuldade em aceitar; até porque, nas nossas mãos, as médias nunca desceram dos 6…
Felizmente, a contrabalançar, a garantia de um desempenho ágil, fiável, seguro, mais até do que confortável, quando por pisos mais degradados. Graças não somente a um chassis e suspensões eficazes, mas também a uma direção precisa, óptimo complemento num utilitário que, fruto também das dimensões compactas, apetece, desde logo, explorar.
Contudo e a partir do momento que decidimos colocar verdadeiramente à prova o conjunto e as tecnologias de ajuda à condução que a versão Advance inclui, são as limitações do quatro cilindros que rapidamente vêm ao de cima, com o 1,5 l SKYACTIV-G de 90 cv às 6000 rpm a mostrar-se mais vocacionado para andamentos mais tranquilos, do que para quaisquer brilharetes na estrada. Preferindo, sem dúvida, aparecer mais pelo look, que pelas prestações…
Preço
unidade ensaiada
Versão base: €19.018
IUC: €135
Classificação Euro NCAP:
- Motor
- Arquitectura: 4 cil. em linha
- Capacidade: 1496 cm3
- Posição: Transversal dianteira
- Carregamento: Injeção direta
- Distribuição: 2 a.c.c., 4 valv. cil.
- Potência: 90 cv às 6000 rpm
- Binário: 148 Nm às 4000 rpm
- Transmissão
- Tracção: Dianteira
- Caixa de velocidades: Manual de cinco velocidades
- Capacidade e dimensões
- Comprimento / Largura / Altura: 4060 mm / 1695 mm / 1495 mm
- Distância entre os eixos: 2570 mm
- Bagageira: 280 l
- Jantes / Pneus: 185/60 R16
- Peso: 1050 kg
- Consumo e Performances
- Consumo médio: 4,9 l/100 km
- Emissões de CO2: 111 g/km
- Vel. máxima: 183 km/h
- Aceleração: 9,4s
- Garantias
- Pintura e corrosão: 3 anos sem limite de quilómetros / 12 anos sem limite de quilómetros
- Mecânica: 3 anos ou 100 000 km
-
Equipamento
- Jantes em liga leve de 16 polegadas
- Câmara de visão traseira
- Volante e manípulo da caixa em pele
- Sensores de luminosidade, chuva e estacionamento traseiro
- Cruise control
- Limitador de velocidade ajustável
- Ar condicionado automático
- Vidros escurecidos traseiros
- Lane Departing Warning System - LDW
- Faróis de nevoeiro de LED
- Antena tipo “barbatana de tubarão”
Avaliação
- Comportamento
- Posição de condução
- Equipamento
- Desempenho do motor
- Habitabilidade traseira
- Visibilidade traseira
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