Crónicas Como estragar a produtividade? Abrir um site de classificados de automóveis

Italianos e afins

Como estragar a produtividade? Abrir um site de classificados de automóveis

Sempre que abro um site de classificados perco a noção do tempo. Mas não é só isso que perco...

Se nunca perdeste horas de vida – perdeste não… investiste! –  a navegar em sites de classificados à procura de automóveis que nunca, NUNCA(!) vais comprar, então podes dar meia volta… este artigo não é para ti.

Não é nada pessoal, só que não vais entender nada do que aqui está escrito. Esta crónica é sobre a minha experiência pessoal, mas aposto que também podia ser sobre a tua.

Na empresa onde trabalhava, antes de ter tomado a decisão de uma vida (até agora…) que foi dedicar-me profissionalmente a 100% a isto – e por “isto” entenda-se um dos maiores sites de automóveis do país, membro do prémio World Car of The Year e mais uma série de novidades que estão para muito breve (sim, sim… convencido do caraças!) – bloquearam as redes sociais nos computadores. Não me fez diferença nenhuma…

Onde eu estourava uma parte substancial das minhas horas de trabalho era em sites de automóveis ! Nomeadamente sites de classificados. E se querem saber, superei sempre todos os objetivos.

Era uma droga

O meu vício era procurar raridades, pechinchas e outros automóveis que jamais tive verdadeira intenção de comprar. Porquê?! Não sei. Mas sei que há mais viciados como eu… sim, estou a falar de ti. Não franzas o sobrolho rapaz!

Hoje estou melhor. Admitir este problema aqui faz parte deste processo de «desintoxicação automóvel». Esta mudança de mentalidade devo-a, em parte, à Razão Automóvel, que tem alimentado de forma produtiva este meu vício que agora está controlado. Tem sido um verdadeiro escape (nunca esta expressão fez tanto sentido…).

Da negação à tomada de consciência

Percebi que tinha um problema quando decidi trocar de carro. Precisava de um substituto para a minha Volvo V40 – um modelo que tinha tudo para ser uma verdadeira salada russa (motor francês, plataforma japonesa e carroçaria sueca) e acabou por ser um dos automóveis mais fiáveis que me passou pelas mãos – e comecei à procura nos dealers do costume. Por vezes pesquisava em sites estrangeiros.

Caderno de encargo para a substituta da minha saudosa Volvo V40? Simples. Tinha de ser um carro barato (com a Razão Automóvel a dar os primeiros passos, exigia-se contenção orçamental…), tinha de gastar pouco e tinha de ter ar-condicionado e cruise-control. Os mínimos olímpicos portanto.

Ao fim de quatro ou cinco pesquisas já me tinha esquecido do caderno de encargos. Dava por mim a procurar clássicos e neoclássicos de tração traseira, seis cilindros, volante à direita e a pensar com os meus botões “talvez seja mesmo isto que eu preciso”. Não, não era! Foi por pouco que não comprei mesmo um BMW M3 (e36) importado de Inglaterra.

Ainda hoje me arrependo de não o ter comprado – se tens algum arrependimento destes deixa um comentário.

De consumidor a produtor

Vamos ser francos. Desde que controlado, o vício dos automóveis, seja expresso através pesquisas em sites de classificados, gosto pela mecânica, projetos pessoais de tuning, Stance, OEM+ ou outros movimentos semelhantes, não tem problema nenhum. Até é saudável…

A mim mudou-me a vida. Passei de consumidor ávido de conteúdos sobre automóveis a produtor. Foi uma reviravolta e tanto. Hoje dedico-me de corpo e alma à Razão Automóvel, numa dedicação diária para que cada vez mais pessoas leiam e ouçam falar da Razão Automóvel.

Espero que de forma regrada, hoje a Razão Automóvel também contribua de forma saudável para quebrar a vossa produtividade, ou melhor… que constitua uma forma de descanso entre tarefas, de modo a restabelecer os índices de produtividade. Copo meio cheio rapazes… copo meio cheio!

Temos um orgulho imenso nas secções especiais da Razão Automóvel como a Autopédia, os Clássicos, os Testes ou mesmo nestes textos, sobre tudo e mais alguma coisa. Dos camiões de Dakar, aos carros de Le Mans, passando por uma «salganhada» de Fórmula 1 com ralis.

Começar em alhos e acabar em bugalhos

Este texto acabou por não ser nada do que estava à espera. Não foi clickbait acredita – algo que nós tentamos ao máximo evitar, apesar da pressão das visualizações – foi… sexta-feira.

A vontade de “conversar” com vocês, sobrepôs-se à vontade de escrever sobre automóveis e pronto… acabou nisto. O dia não foi fantástico. E como não tenho um Mazda MX-5 à porta como no outro dia, decidi ficar por aqui e escrever.

Só mais um subtítulo…

Acabei por não vos contar qual é que foi o carro eleito para substituir a Super-Volvo V40 1.9d CR de 2001. Foi um Renault Mégane Break 1.5 dCi (82 cv) de 2003. Podem desmanchar-se a rir, já estou habituado.

Sim, oh senhores arautos da desgraça, que têm o vício de andar pelos fóruns a decretar as maleitas de todos os modelos (outro vício…). Eu também perdi horas em fóruns a ler sobre os problemas das capas das bielas, dos injetores, dos sensores da cambota, dos vidros elétricos, e outros problemas “crónicos” deste modelo e desta motorização, mas acabei por comprá-la.

Para vosso descanso, saibam que tem sido uma máquina! Talvez volte a falar dela dentro em breve. O que é que acham? E já agora… ainda está alguém está a ler isto?!


Nota: Este artigo foi ilustrado com imagens do Instagram de George Basdos. Vale a pena seguir!