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Ensaio Conduzimos o Volvo XC60 T6 Recharge. Ainda em forma ou já a acusar a idade?

Desde 65 373 euros

Conduzimos o Volvo XC60 T6 Recharge. Ainda em forma ou já a acusar a idade?

O XC60 é o modelo mais vendido da Volvo e voltou a passar pela "nossa" garagem, na versão T6 Recharge. O que mudou na mais recente atualização?

Volvo XC60 T6 Recharge
© Miguel Dias / Razão Automóvel — editado por Thomas V. Esveld

O Volvo XC60 foi o protagonista do primeiro ensaio em vídeo da Razão Automóvel, no longínquo ano de 2018, e agora voltou a passar-nos pelas mãos, na versão T6 Recharge.

A verdade é que os anos passam mas esta geração (a segunda) do SUV sueco continua em grande forma. E a derradeira prova disso é que este continua a ser, ano após ano, o modelo mais vendido da Volvo.

Há cerca de um ano sofreu uma atualização que lhe retocou a imagem e que lhe deu um novo sistema de infoentretenimento Android. Foram alterações ligeiras, mas será que foram suficientes?

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Volvo XC60 T6 Recharge traseira
Secção traseira não sofreu alterações visuais. © Miguel Dias / Razão Automóvel — editado por Thomas V. Esveld

Visual (muito) familiar

Esteticamente destaca-se apenas a nova grelha frontal e o pára-choques dianteiro redesenhado, apesar de com esta renovação a Volvo também ter apresentado novos desenhos de jantes e novas cores para a carroçaria.

Volvo XC60 T6 Recharge
Grelha dianteira foi redesenhada, ainda que continue a ser muito familiar. Para-choques frontal também foi retocado. © Miguel Dias / Razão Automóvel — editado por Thomas V. Esveld

No interior, as principais mudanças estão relacionadas com novos acabamentos e materiais, mas é precisamente lá que este XC60 esconde a sua maior novidade.

Sistema Android faz diferença

Com esta renovação, o XC60 passou a contar com o novo sistema de infoentretenimento Android (estreado no XC40), desenvolvido em parceria com a Google, que conta com funcionalidades e aplicações da empresa tecnológica integrados.

Volvo XC60 T6 Recharge volante
Habitáculo recebeu novos acabamentos e novos materiais. Mas a forma não se alterou. © Miguel Dias / Razão Automóvel — editado por Thomas V. Esveld

Este sistema oferece acesso a apps e serviços Google, como Google Assistant, Google Maps ou outras funcionalidades via Google Play, tudo sem ser necessário recorrer a um smartphone.

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Pode parecer um pequeno detalhe, mas a verdade é que transforma por completo a experiência ao volante deste Volvo, sobretudo se forem utilizadores frequentes do Google Maps, que está integrado com o sistema e que pode ser apresentado da forma que nos for mais conveniente.

Podemos, por exemplo, colocar a navegação em grande destaque no ecrã multimédia central de 9” ou no painel de instrumentos de 12”, atrás do volante, sendo que em qualquer um dos casos “recebemos” todas as indicações no sistema de head-up display.

Só motores eletrificados

A Volvo já confirmou que até 2030 toda a sua gama será 100% elétrica e que, antes disso, em 2025, quer que 50% das suas vendas sejam de veículos 100% elétricos, com os restantes 50% a serem híbridos plug-in.

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Este objetivo está bem presente na gama atual da marca sueca e este renovado XC60 não é exceção, uma vez que agora se apresenta apenas com versões eletrificadas.

Volvo XC60 T6 Recharge
O badge “Recharge” na traseira não deixa dúvidas: este é um XC60 híbrido plug-in. © Miguel Dias / Razão Automóvel — editado por Thomas V. Esveld

Por isso mesmo, está disponível nas propostas mild-hybrid Diesel B4 (197 cv) e B5 (235 cv) e nas variantes Recharge, que identificam as propostas híbridas plug-in da gama: T6 Recharge (350 cv) e T8 Recharge (455 cv).

Espaço disponível convence?

Em termos de espaço, este XC60 T6 Recharge convence bastante. Quer seja ao nível dos bancos traseiros, que acomodam de forma confortável dois adultos com mais de 1,80m de altura, quer seja ao nível da bagageira, que oferece uma volumetria de 468 litros, que podem “crescer” até aos 1395 litros com os bancos traseiros rebatidos.

E ao volante?

Assim que nos sentamos ao volante deste SUV escandinavo, a primeira coisa em que reparamos é na posição de condução, bastante confortável, suficientemente elevada e com uma boa visibilidade para a dianteira.

Volvo XC60 T6 Recharge bancos
Graças às múltiplas regulações elétricas do banco do condutor, é relativamente fácil encontrar uma boa posição de condução. © Miguel Dias / Razão Automóvel — editado por Thomas V. Esveld

A unidade testada, a T6 Recharge — com o nível de equipamento Inscription, conta com um sistema motriz híbrido que combina um motor a gasolina de 4 cilindros com 2.0 litros (com 253 cv) com um motor elétrico (107 kW) montado na traseira (garante tração integral) e com uma bateria de 18,8 kWh de capacidade, montada em posição central.

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Contas feitas temos à nossa disposição uma potência máxima combinada de 350 cv, que nos permite acelerar até aos 100 km/h em 5,7s e chegar aos 180 km/h de velocidade máxima, um limite eletrónico transversal a todos os novos modelos da marca sueca.

Volvo XC60 T6 Recharge
© Miguel Dias / Razão Automóvel — editado por Thomas V. Esveld

O sprint até aos 100 km/h é notável, mas mais interessante ainda é a forma como a potência é entregue, sempre de forma muito progressiva, o que torna a utilização deste modelo muito agradável.

Foco no conforto

Durante este ensaio senti sempre que a direção era pouco comunicativa, ainda que muito confortável e suficientemente precisa. Por outro lado, destaque bastante positivo para a tração deste modelo, mesmo fora de estrada.

Volvo XC60 T6 Recharge jantes
Unidade testada estava equipada com jantes de 19”. © Miguel Dias / Razão Automóvel — editado por Thomas V. Esveld

Já a velocidades mais elevadas, em autoestrada, por exemplo, destaca-se acima de tudo pela enorme estabilidade que apresenta e pelo conforto com que sempre nos brinda, mesmo nas viagens mais longas.

Quanto ao tato do pedal do acelerador, é bastante reativo. Já o pedal do travão, que costuma ser um dos problemas em grande parte dos híbridos plug-in, mostra uma boa calibração, dando-nos um feeling muito natural.

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É notório um foco no conforto, o que faz com que este XC60 não faça particular questão de andar mais rápido e em troços com mais curvas.

Volvo XC60 T6 Recharge frente
Imagem elegante e sóbria deste XC60 combina na perfeição com a toada mais serena e calma que sentimos ao volante. © Miguel Dias / Razão Automóvel — editado por Thomas V. Esveld

Porém, uma coisa é certa: ele “mexe-se” sempre muito bem, ainda que sejam notórios os movimentos laterais da carroçaria. Mas mesmo assim, e graças à potência elevada e à facilidade que este modelo tem em colocar toda a força no asfalto, é relativamente fácil sair rápido das curvas quando adotamos um registo mais desportivo.

E os consumos?

Nos dias em que estive com este Volvo XC60 T6 Recharge percorri 802 km, grande parte deles em autoestrada. E nesse cenário, com a bateria completamente descarregada, fiz uma média de 7,9 l/100 km.

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Ainda assim, quando temos a bateria carregada e optamos por uma gestão automática do sistema híbrido, é fácil fazer consumos bastante mais baixos: consegui andar em cidade com consumos em torno dos 2,5 l/100 km.

Volvo XC60 T6 Recharge
Numa wallbox de 3,7 kW este XC60 demora cerca de 5 horas a cumprir um carregamento completo. © Miguel Dias / Razão Automóvel — editado por Thomas V. Esveld

Porém, o maior trunfo deste Volvo XC60 T6 Recharge é mesmo a sua autonomia em modo 100% elétrico, que de acordo com a Volvo pode ir até aos 79 km. Contudo, no chamado “mundo real”, não consegui aproximar-me deste valor. Mas podem contar facilmente com mais de 50 km de autonomia 100% elétrica por carga.

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É o carro certo para si?

Não há outra forma de o dizer, este Volvo XC60 T6 Recharge tem nas propostas alemãs os seus grandes — e únicos, quase… — rivais. Sobre eles tem a vantagem (para alguns) de ter uma imagem menos agressiva e um interior que grita “calma” e “serenidade”.

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A somar a isso, apresenta um foco óbvio no conforto, o que pode agradar a quem procura uma proposta menos orientada para um comportamento mais desportivo.

Volvo XC60 T6 Recharge interior
Acabamentos deste XC60 destacam-se pela elegância e por serem muito suaves ao toque. © Miguel Dias / Razão Automóvel — editado por Thomas V. Esveld

Por outras palavras, este Volvo XC60 T6 Recharge faz muitas coisas de maneira diferente dos seus equivalentes da Audi, BMW e Mercedes-Benz. Mas, a meu ver, ainda bem que o faz. Porque é precisamente isso que o torna relevante.

É muito agradável de usar, é muito confortável, cumpre com larga margem as responsabilidades familiares ditas “normais” — para uma família média — e apresenta-se com uma “roupagem” elegante e com um interior muito bem acabado, quase a fazer lembrar um moderno loft de Estocolmo.

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Contra si tem o facto de não ser particularmente comunicativo com o condutor, sobretudo quando “apertamos” o ritmo e tentamos usar os seus 350 cv de potência máxima de maneira mais desportiva. Mas, em sua defesa, não foi para isso que ele foi pensado.

Volvo XC60 T6 Recharge traseira
© Miguel Dias / Razão Automóvel — editado por Thomas V. Esveld

Quanto a esta motorização, e tal como digo sempre quando escrevo sobre um híbrido plug-in, só faz sentido se tiverem onde carregar regularmente, para que grande parte das vossas deslocações semanais — sobretudo se forem em ambiente urbano — possam ser feitas em modo 100% elétrico.

Caso contrário poderá ser interessante “deitar o olho” às versões Diesel com sistemas mild-hybrid, que certamente vos darão consumos bem mais baixos.

Conduzimos o Volvo XC60 T6 Recharge. Ainda em forma ou já a acusar a idade?

Volvo XC60 T6 Recharge

8/10

Sereno, muito agradável de utilizar e com um habitáculo acolhedor. É assim que vejo este Volvo XC60, que nesta versão T6 Recharge alia a tudo isto a possibilidade de percorrer até 79 km em modo 100% elétrico e nos brinda com uma potência máxima combinada de 350 cv. O comportamento não é tão envolvente quanto o de alguns rivais germânicos, mas também não é suposto ser. Este SUV sueco apresenta argumentos diferentes e é precisamente isso, a meu ver, que o torna uma alternativa a considerar, ainda que esta geração já esteja connosco desde 2018.

Prós

  • Conforto
  • Agradável de usar
  • Materiais do interior
  • Potência

Contras

  • Dinâmica de condução
  • Consumos quando a bateria se esgota

Versão base:€65.373

IUC: €204

Classificação Euro NCAP: 5/5

€73.657

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:4 cilindros em linha
  • Capacidade: 1969 cm3 cm³
  • Posição:Motor combustão: Dianteira Transversal; Motor elétrico: Traseira Transversal; Bateria: Central
  • Carregamento: Motor combustão: Injeção direta, turbo, compressor e intercooler. Motor elétrico: bateria de iões de lítio de 18,8 kWh
  • Distribuição: 2 a.c.c., 4 válvulas por cilindro (16 válv.)
  • Potência:
    Motor combustão: 253 cv às 5500 rpm
    Motor elétrico: 107 kW (145 cv)
    Potência máxima combinada: 350 cv
  • Binário:
    Motor combustão: 350 Nm entre as 1700 e as 5000 rpm
    Binário máximo combinado: N.D.

  • Tracção: Integral
  • Caixa de velocidades:  Automática de oito velocidades

  • Largura: 4688 mm
  • Comprimento: 1902 mm
  • Altura: 1658 mm
  • Distância entre os eixos: 2865 mm
  • Bagageira: 468 litros (1395 litros)
  • Jantes / Pneus: 235/55 R19
  • Peso: 2161 kg

  • Média de consumo: 1,1 l/100 km; Autonomia elétrica: 79 km (WLTP)
  • Emissões CO2: 24 g/km
  • Velocidade máxima: 180 km/h
  • Aceleração máxima: >5,7s

    Tem:

    • Cruise control
    • Direção assistida adaptativa
    • Faróis LED
    • Painel de instrumentos digital de 12''
    • Assistência ao estacionamento (traseira)
    • Espelhos retrovisores exteriores elétricos rebatíveis
    • Suporte para recibos
    • Assistência à manutenção na faixa de rodagem
    • Informação de sinais de trânsito
    • Oncoming Lane Mitigation
    • Jantes liga leve 19’’ e Pneus 235/55 R19
    • Interior em Couro antracite

Pintura Branco Cristal — 1513 €
Pack Power Seats — 492 €
Pack Lighting — 984 €
Pack Park Assist — 701 €
Pack Lounge — 886 €
Bancos dianteiros aquecidos — 394 €
Fecho de segurança elétrico portas traseiras — 117 €
Vidros traseiras escurecidos — 461 €
Bancos de criança integrados — 283 €.

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Qual era a potência máxima combinada do Polestar 1?