Alemanha. Fim dos incentivos aos elétricos origina queda de vendas

Não é novidade que os incentivos à aquisição de veículos elétricos e híbridos têm sido um fator chave na sua performance comercial.

Os incentivos têm o poder de deturpar o mercado e mascarar a real procura por este tipo de veículos, algo que acabou por ficar claro nos números de setembro do maior mercado automóvel europeu, a Alemanha.

Durante o mês de setembro o mercado alemão contraiu muito ligeiramente — apenas 0,1%, totalizando 224 502 unidades —, em comparação com setembro de 2022. Uma contração fomentada especialmente pela queda de 28,6% das vendas de automóveis elétricos (31 714 unidades) e de 45,7% dos híbridos plug-in (15 383 unidades).

Isto porque desde o dia 1 de setembro os incentivos à aquisição de automóveis elétricos por empresas e frotas na Alemanha deixaram de existir — podiam ascender a 4500 euros —, mantendo-se apenas os incentivos à aquisição por particulares.

De notar que durante o mês de agosto, o último mês em que os incentivos estiveram disponíveis, houve uma «corrida» aos elétricos, tendo as vendas disparado 170% em relação a agosto de 2022.

Incentivos aos particulares vai diminuir

Nos próximos meses teremos uma ideia mais concreta sobre o real impacto do fim destes incentivos, mas uma nova ameaça surge no horizonte: a redução dos incentivos para particulares.

A partir de janeiro de 2024, os incentivos à compra de elétricos por particulares será reduzido de 4500 euros para 3000 euros. Além disso, os veículos elegíveis para os receber serão mais limitados, pois terão de ter um preço máximo de até 45 mil euros contra os 65 mil euros atuais.

É muito provável que vejamos, sobretudo em novembro e dezembro, uma nova «corrida» aos elétricos para aproveitar os incentivos mais generosos, com a consequente queda nas vendas nos primeiros meses de 2024.

Incentivos a recuar

A redução e até o fim dos incentivos à aquisição de veículos elétricos é uma tendência que começa a ganhar momento na Europa. O sucesso dos incentivos tem sido inegável, que se traduziu em subidas significativas na venda de elétricos de ano para ano. De janeiro a setembro de 2023 a quota dos elétricos atingiu os 14% do total do mercado (Fonte: ACEA).

Fica por saber o impacto do recuo dos incentivos no ritmo de adoção de veículos elétricos no continente europeu.

Fonte: Automotive News Europe

Fernando Gomes

Entrou no universo dos automóveis através do design, hoje expressa a sua paixão pelo automóvel na escrita.

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