Reequilíbrio de poderes na Aliança. Renault vende 5% das ações da Nissan

A Renault colocou 28,4% das suas ações na Nissan num fundo fiduciário, com o objetivo de vender gradualmente a sua participação. Sendo que atualmente já pôs à venda 5% das suas ações na marca nipónica.

Esta venda irá significar para a marca francesa uma perda no seu investimento inicial de até 1,5 mil milhões de euros. No entanto, a marca japonesa, que tem direito a uma primeira oferta sob as ações, vai comprar de volta esta participação de 5%.

Sabe-se ainda, através de um comunicado, que a Nissan planeia cancelar as ações que está a comprar à Renault.

Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi

Como consequência do processo de reestruturação que a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi já anunciado, a marca francesa irá diminuir a sua participação na marca nipónica de 43% para 15%. Com isto, em julho ficou acordado que ambas as marcas só poderão ter uma participação cruzada de até 15%.

De acordo com a marca gaulesa, a venda destas ações está avaliada em 765 milhões de euros e será realizada esta quarta-feira. Sendo que, a perda de 1,5 mil milhões de euros afetará o resultado líquido da empresa em 2024, mas não afetará o seu lucro operacional.

Com a venda de uma parte da sua participação na Nissan, a Renault espera melhorar a sua classificação no grau de investimento. Uma medida que faz parte de uma reformulação mais ampla da empresa que irá incluir ainda a listagem da Ampere, a sua nova divisão de veículos elétricos, no mercado, em 2024.

De acordo com uma análise feita pela Bernstein, ao vender 28% da sua participação na marca japonesa, a Renault pode aumentar o seu fluxo de caixa até 4,2 mil milhões de euros, de acordo com os preços atuais de mercado.

Já a Nissan declarou que o custo de aquisição destas ações seria de cerca de 119,95 mil milhões de ienes (mais ou menos 763 milhões de euros) e que seria financiado com o seu fluxo de caixa líquido.

Mariana Teles

O universo das «quatro rodas» entrou na sua vida por intermédio da Razão Automóvel. É a sua primeira volta no mundo do jornalismo e promete não parar.

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