Notícias Euro 7 «mexe» com tudo: das emissões de escape e travões à durabilidade das baterias

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Euro 7 «mexe» com tudo: das emissões de escape e travões à durabilidade das baterias

O Conselho e o Parlamento Europeu chegaram finalmente a acordo sobre o Euro 7 e, apesar de mais suave, determina limites para muito mais que as emissões de escape.

Toyota GR86 jantes dianteiras
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Um ano depois de ter sido anunciado, finalmente se chegou a um acordo sobre o que vai mudar — e o que não vai mudar —, na controversa norma Euro 7.

O novo conjunto de regras que regulam as emissões dos veículos tem vindo a dar muitas «papas na língua» de há um ano para cá.

Recorde que após o anúncio da proposta inicial, foram vários os construtores e os países onde estão sediados, e a ACEA (Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis) que se manifestaram contra a norma, pois colocava um ónus significativo sobre a indústria numa fase em que esta já ruma a passos largos para a eletrificação total.

Volkswagen Golf com equipamento de medição de emissões na estrada
© ADAC

Agora, após um ano de «intensas» discussões, o Conselho e o Parlamento Europeu chegaram finalmente a acordo, havendo já um texto final para a Euro 7.

O que é que vai (ou não) mudar

Como já tinha sido anunciado anteriormente, os limites de emissões de poluentes para os veículos ligeiros que já vinham estipulados na Euro 6, vão ser mantidos. Entre esses poluentes temos os óxidos de azoto (NOx) e o monóxido de carbono (CO), que são os mais prejudiciais à saúde humana. Não esquecendo que o mais popular: o dióxido de carbono (CO2), não entra nestas contas.

Para os pesados — autocarros e camiões —, os limites destas emissões vão ser mais rigorosos. Por exemplo, as emissões NOx vão passar a estar limitadas a 200 mg/kWh nos testes de laboratório e a 260 mg/kWh nos testes em estrada (RDE ou Real Driving Emissions).

Para além disto, o novo acordo limita a emissão de partículas sólidas com um diâmetro a partir de 10 nm (PN10), em vez de 23 nm (Euro 6), para os automóveis de passageiros e comerciais ligeiros.

Não são só os motores a combustão que poluem

A maior novidade da Euro 7 é que também vai limitar as emissões de partículas não provenientes dos gases de escape, nomeadamente dos pneus e travões. Nos ligeiros de passageiros vai passar a existir um limite específico para as emissões de partículas dos travões de 7 mg/km. Nos pesados, esse limite será de 11 mg/km.

Os veículos elétricos não escapam a esta imposição. Foi imposto um limite de 3 mg/km para as emissões de partículas dos travões dos veículos ligeiros elétricos, e de 5 mg/km para veículos elétricos pesados.

No caso dos pneus as emissões de microplásticos vão ser reguladas, no entanto os limites destas emissões ainda não foram definidos.

Elétricos também são afetados pela Euro 7

Não são só as emissões de partículas dos travões que vão afetar futuramente os veículos elétricos. Os elétricos vão ter ainda de obedecer a um “requisito de ciclo de vida”.

A Euro 7 vai estipular limites para a degradação das baterias, tanto para os veículos elétricos como híbridos:

  • Ligeiros de passageiros — manter, pelo menos, 80% da sua capacidade original até cinco anos ou 100 000 km; e 72% até oito anos ou 160 000 km;
  • Ligeiros de mercadorias — manter, pelo menos, 75% da sua capacidade original até cinco anos ou 100 000 km; e 67% até oito anos ou 160 000 km.
Hyundai IONIQ 5
© Hyundai

Quando é que entra em vigor?

Inicialmente estava previsto que a norma Euro 7 entrasse em vigor a partir de julho de 2025 para os novos veículos lançados e dois anos mais tarde para todos os veículos novos à venda. Com os atrasos sofridos na definição da norma, vai chegar mais tarde.

Primeiro o regulamento vai ter de ser ainda aprovado formalmente pelo Conselho Europeu e Parlamento Europeu — o que só irá acontecer algures em 2024. E depois teremos de esperar cerca de dois anos para que seja efetivamente aplicado. Ou seja, nunca antes de 2026. Para os pesados, no mínimo, só em 2027.

Fonte: Conselho Europeu