Crónicas Obrigado, pai, por me teres feito gostar de automóveis

Dia do Pai

Obrigado, pai, por me teres feito gostar de automóveis

Longe de ser um "petrolhead", o meu pai foi decisivo para a minha paixão pelos automóveis e por isso só lhe posso agradecer.

Opel Corsa dia do pai
© João Delfim Tomé / Razão Automóvel. Edição: © Sofia Teixeira / Razão Automóvel

No primeiro «Dia do Pai» em que não desempenho apenas o papel de filho, quero aproveitar para agradecer ao meu pai por me ter feito apaixonar por automóveis sem sequer se ter apercebido.

Vendedor de profissão, o carro para ele não é uma paixão, mas uma ferramenta. Já conduzir, sim, é uma paixão, e foi graças a vê-lo a conduzir durante largas horas que me apaixonei por automóveis.

Longe de ser um petrolhead tradicional as qualidades que valoriza num carro não são a performance ou o comportamento dinâmico, mas antes a frugalidade dos consumos e a fiabilidade da máquina.

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Lada Niva
Hoje em dia «esgoto» a paciência do meu pai quando lhe peço ajuda na tentativa de devolver este Lada Niva à estrada. © João Delfim Tomé / Razão Automóvel. Edição: © Sofia Teixeira / Razão Automóvel

Paciência de pai

Só quando comecei a falar pelos cotovelos sobre carros é que o meu pai começou a dar mais atenção ao mundo automóvel. Pacientemente, foi-me respondendo a todas as questões que lhe colocava, muito antes de sequer poder sentar-me ao volante de um carro. E assim, ia alimentando o meu sonho de conduzir…

Não lhe pedia para me ler livros de fantasia ou outra qualquer história quando era pequeno, mas sim para me contar as aventuras e desventuras que teve ao volante de carros como os saudosos Renault 4L, SEAT Ibiza, Volkswagen Polo ou, claro, os «eternos» Opel Corsa B que continuam a fazer parte da nossa família.

A minha paixão por automóveis foi crescendo e o meu pai fomentou-a, levando-me a todos os eventos do mundo automobilístico que houvesse à nossa volta, fosse a partida do Dakar ou os saudosos Salões Automóvel na FIL.

Já com a carta «na mão», em vez de me passar o carro para ir até ao café no fim da rua, o meu pai pôs-me à prova num «teste de fogo»: numa viagem ao Alentejo disse-me “agora levas tu o carro até casa”. Foram perto de 300 km nos quais aprendi mais do que em seis meses a tirar a carta de condução.

Desde então deu-me a confiança e acima de tudo a liberdade para usar o carro da família como se fosse só meu. Assim passei a viajar de norte a sul do pais só com uma condição: dizer-lhe quando chegava ao destino para que não ficasse preocupado.

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Ser pai de um petrolhead «obriga» a alinhar nestas brincadeiras para concorrer a concursos das revistas de automóveis. © João Delfim Tomé / Razão Automóvel. Edição: © Sofia Teixeira / Razão Automóvel

Agora, passados estes anos todos, a paixão por automóveis continua forte em mim e cresceu no meu pai, também por inerência de eu trabalhar num sítio onde todas as semanas levo um carro diferente para casa.

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Hoje não sou eu que lhe coloco as questões, mas sim ele, pois os carros com que ando diariamente são bem mais sofisticados do que aqueles a que estava habituado. Graças a isso tem-se habituado a andar a bordo de carros elétricos, híbridos, SUV ou jipes. E curiosamente começou aos poucos a transformar-se num petrolhead tal como eu já sou.

Por isso, hoje, neste «Dia do Pai» resta-me só agradecer-lhe por me ter feito apaixonar por automóveis e por me ter passado o objetivo de transmitir à minha filha a mesma paixão.

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