Crónicas Demasiado viciado no Gran Turismo e (quase) sem conduzir

Gran Turismo

Demasiado viciado no Gran Turismo e (quase) sem conduzir

Segundo a Playstation, já acumulei mais de 850 horas de jogo na última edição de Gran Turismo. Sendo que a maior parte não foi a conduzir.

© Gran Turismo

Jogo ou simulador, conforme a perspetiva, o Gran Turismo foi criado com o objetivo de oferecer a melhor experiência de condução, seja ao volante ou «ao comando».

Disponível apenas para a Playstation, é responsável por discussões quase clubísticas de que quem defende este ou outro título, nesta ou noutra consola. Só que, esta semana, é impossível não falar mais de Gran Turismo do que qualquer outro título do género.

Para começar, o autor deste título, Kazunori Yamahuchi, comemorou o seu 56.° aniversário no passado sábado. Parabéns Yamauchi-san! Além disso, é também esta semana que estreia no cinema o filme com o mesmo nome.

© Gran Turismo

O enredo de “Gran Turismo” é baseado numa história verídica da GT Academy, que já trouxe diversos pilotos de casa para a pista, incluíndo o português Miguel Faísca, que venceu a edição europeia em 2013. E isso, não são muitos os “jogos” que conseguem.

Um pouco por todo o mundo, há «pilotos» que começam a conduzir desde muito cedo, aprendendo técnicas de condução e as melhores trajetórias de diversos circuitos, muito antes de ter idade para ter carta. Ou ainda mais cedo. E apesar de existirem diversas pistas disponíveis, ainda não deixei de sonhar com a adição do AIA de Portimão ou do nosso querido Autódromo do Estoril.

Porquê o vício?

Claro que já me estou a dispersar do tema que me fez escrever este texto, relacionado com o facto de estar tão viciado no Gran Turismo. O que já se deve ter notado, certo? No entanto, acho que é necessário adicionar um pouco de contexto antes de passar para esse ponto.

Afinal, já sou «cliente» desta saga desde que chegou à Europa, no dia 28 de maio de 1998, destinada à primeira geração da PlayStation. Não só fui uma das muitas pessoas que esteve numa enorme fila para comprar a minha cópia, logo no dia de lançamento – e que ainda hoje guardo religiosamente – como tenho um «histórico» de consolas compradas apenas para jogar este título. Isto, além de ter praticamente todas as versões do jogo lançadas até hoje.

Em alguns casos, consegui mesmo alcançar as desejadas edições de colecionador, daquelas que ainda pertencem ao tempo em que o conteúdo não incluía apenas uma maior dose de “ofertas digitais”. Ou seja, daquelas que, ainda hoje, me dá um imenso prazer abrir, apenas para recordar tudo o que estava incluído dentro da caixa. Ao longo dos anos, o Gran Turismo acabou por me «conquistar».

Sempre com comando

Nota final: ainda hoje jogo com comando. Nada de volantes e assentos específicos. Já experimentei, mas não me consigo entender com aquilo. Para isso, existem os automóveis “a sério”. Só me falta mesmo testar a experiência de Gran Turismo com os novos óculos de realidade virtual.

Apesar disto, não descanso enquanto não tenho todas as licenças com ouro e ganho todas as corridas disponíveis. E no caso do GT7, a mais recente versão, estou apenas a um troféu de distância de conseguir o de Platina e falta-me apenas um carro (para o qual é necessário um convite destinado à sua aquisição), para ficar com a coleção completa.

Nissan GT-R de Gran Turismo
© Sony Entertainment

Até o Nissan GT-R que faz parte do filme e que foi uma oferta para os utilizadores do jogo, já está estacionado na garagem.

Horas em frente à televisão

Tudo isto resumido em quilómetros, deverá dar um valor qualquer em que “absurdo” será a palavra mais indicada para o descrever. No entanto, não será tão elevado como as mais de 850 horas que já passei em frente à televisão.

É que o meu vício mais recente no Gran Turismo nem sequer inclui conduzir. Aquilo que me toma mais horas, atualmente, é a possibilidade de personalizar e, especialmente, decorar todo e qualquer modelo dos que fazem parte do jogo.

Na parte da personalização e da afinação, já poderiam ser adicionados mais elementos e componentes, de forma a deixar cada automóvel ainda mais ao nosso gosto. Mas para compensar, as possibilidades de decoração são praticamente infinitas.

Além dos gráficos do jogo nos mostrarem automóveis que quase parecem reais, a ideia de os decorar com algumas das pinturas mais icónicas do mundo automóvel, faz com que perca horas a «pintar» cada carro.

E uma vez que há diversas pessoas em todo o mundo com o mesmo vício, as hipóteses são praticamente ilimitadas. No caso de não existir alguma das formas ou logótipos desejados, há sempre a hipótese de criar uma imagem vetorial e fazer um upload para a nossa conta do jogo.

As minhas escolhas preferidas

Entre os temas mais usados estão as decorações da “Martini Racing” ou da “Alitalia”, mas também as da “Gulf Racing” ou da “Jägermeister”. Na lista de «projetos» que gostaria de tentar em breve, estão temas inspirados nas cores da “John Player Special” ou da “Marlboro”.

Depois de tudo isto, ainda não desisti de criar um Porsche numa versão “Pink Pig”, um Jaguar da “Silk Cut” ou um BMW “Original Teile”. Ou então, os Mercedes-Benz com as cores da “D2” ou da “ProMarkt”, relembrando duas das decorações inspiradas nos carros do DTM dos anos 90.

Por trabalhar nas instalações da Sportclasse, há também outras decorações em que me acabei por inspirar para alguns projetos. Além de diversas ideias que quero experimentar um dia destes.

O problema principal são mesmo as horas que não tenho disponíveis e as hipóteses de que ainda não me lembrei ou descobri. Provavelmente, deveria começar a incluí-las a todas numa lista à medida que isso fosse acontecendo, para não me esquecer de nenhuma. Para começar, vou aguardar pelas sugestões que possam surgir nos comentários a esta crónica.

É que este está mesmo a ser um vício «terrível»…