Crónicas Sim, isto existe. Conduzi o tuk-tuk da Audi

Tuk-tuk

Sim, isto existe. Conduzi o tuk-tuk da Audi

Durante a visita da fábrica da Audi em Bruxelas, conduzi um dos «e-tron» mais originais de sempre, o E-Rickshaw, um tuk-tuk elétrico.

Audi E-Rickshaw - 3/4 frente
© Audi

A eletrificação e a mobilidade são duas das palavras mais utilizadas atualmente, mas nestes dois temas, há algumas realidades que muitos de nós podemos desconhecer.

E uma delas relaciona-se com este tuk-tuk da Audi, um riquexó elétrico (E-Rickshaw) que usa baterias em «segunda vida» de um Audi e-tron.

Audi E-Rickshaw - lateral em andamento
© Audi

Não fosse a decoração criada especificamente para este projeto, e este tuk-tuk elétrico passava perfeitamente despercebido pelos outros que costumamos ver pelo centro da cidade.

Tem o lugar do condutor bem destacado, com um guiador em forma de bumerangue, um seletor da caixa e comandos para as luzes e buzina.

Infelizmente, a meteorologia não colaborou e fez com que o teste não fosse no exterior, como previsto. Por isso, a Audi levou-nos para uma zona da fábrica com mais espaço, onde o E-Rickshaw já estava à espera.

Aos comandos do E-Rickshaw

Sento-me aos comandos e o assento é bastante largo, muito mais do que o de uma moto, por exemplo. Afinal, é por baixo deste que se escondem as quatro células de bateria necessárias para locomover o E-Rickshaw e os restantes módulos necessários neste sistema.

Audi E-Rickshaw - baterias
© Audi

Do lado direito do painel de bordo deste tuk-tuk, está um sofisticado monitor onde são indicadas, em tempo real, os valores de tensão e temperatura do sistema elétrico. Mas a sofisticação termina quando nos dizem para ter cuidado com o pedal do travão, que é o original dos anos 70.

Lá atrás, há espaço para duas, três, ou mesmo quatro pessoas, dependendo da «criatividade», mas na frente, só pode estar mesmo o condutor. Ou seja, eu, durante uns minutos, pelo menos.

Altura de me por a andar. Começo por passar o seletor da caixa para a posição “D” e rodo o punho direito bastante devagar.

Afinal, além de ter pessoas à minha frente, estou dentro de uma fábrica e com mais máquinas em movimento… algumas que o fazem até de forma autónoma.

De súbito, o tuk-tuk arranca, ao jeito de um elétrico, mas muito menos suave do que o previsto — e sem acertar em nada…

É uma estranha primeira impressão. Começar em curva num veículo de apenas três rodas e com uma grande vontade de se inclinar.

A direito, por um dos corredores da fábrica, chegamos rapidamente à velocidade em que o sistema deixa de acelerar por estar no limite da relação selecionada. E até podia ter uma ideia da velocidade a que ia… mas o velocímetro não estava a funcionar.

Foram apenas uns metros, percorrendo dois sentidos de um corredor, mas suficientes para ficar a pensar como seria a outra relação da caixa e uma condução pelo meio da cidade.

Algo como Delhi ou Bombaim, ficando apenas na Índia, para onde estão destinados tuk-tuks elétricos como este. São cidades onde os tuk-tuks fazem parte de todo o caos mais ou menos organizado que é o trânsito nessas mega-cidades e só é pena que não sejam todos elétricos.

Audi E-Rickshaw leva a mobilidade a quem precisa

Já tinha ouvido falar deste projeto, criado pelos alunos da Audi, da fábrica de Neckarsulm, em parceria com a Nunam. Trata-se de uma startup (sem fins lucrativos) que tem uma missão muito nobre: aproveitar baterias usadas para fazer chegar eletricidade onde ela ainda não existe.

O E-Rickshaw «e-tron» vem no seguimento deste projeto, estando a caminho da índia, com o objetivo de permitir o transporte de mercadorias entre as aldeias mais pequenas e os mercados principais.

Serão três, para já, as unidades que vão viajar até à Índia, mas isso não quer dizer que, no futuro, não existam mais ideias semelhantes para a utilização deste tipo de solução.

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