Crónicas Admitam. Há elétricos que vale a pena conduzir

Elétricos

Admitam. Há elétricos que vale a pena conduzir

Os amantes de automóveis andam de costas voltadas. Há quem não admita que os carros elétricos podem ser interessantes de conduzir.

Hyundai Ioniq 5 N
© Hyundai Motor Group

Eu sei… aí vou eu para o «olho do furacão» nas redes sociais. Onde milhares de pessoas rasgam as vestes na defesa, ou no ataque, aos carros elétricos.

Como dizem os brasileiros «eu estou de boa». Gosto das duas soluções e defendo que é o consumidor que deve ter a última palavra. Mas parece que a moderação tirou férias e é preciso apontar sempre o bom, o mau e o vilão.

Mas falando de vilões, sinceramente, nem culpo as redes sociais. Há entidades com maiores responsabilidades a contribuirem mais para a crispação, nomeadamente europeias. Os anúncios de proibições, de multas e demais ataques ao automóvel, não ajudam.

Afinal de contas, está em causa a mobilidade de 500 milhões de pessoas. É natural que parte da população se sinta atacada, mais ainda quando os carros estão mais caros que nunca. A válvula de escape para todo este ódio acaba por ser, muitas das vezes, os carros elétricos.

Relacionado CEO da Renault escreveu uma carta para “dizer a verdade” aos europeus

Feito este à parte, há quem, mesmo assim, continue irredutível, afirmando categoricamente que elétricos nunca: antes a pé. Futebolizando — acho que a palavra não existe… —, este é um assunto que podia ser mais pacífico. Há carros elétricos que vale a pena conduzir.

Não estou a falar de conduzir para ir do ponto A ao ponto B, nem de vantagens ou desvantagens financeiras e ambientais dos carros com motor elétrico. Estou mesmo a falar de conduzir «à séria». De retirar prazer da condução.

Vamos atacar a questão. Pode um carro elétrico ser considerado um desportivo? A minha resposta é sim.

Depois de uma primeira fase — que começou há mais de uma década — onde os elétricos mais excitantes tinham nomes tão enfadonhos como Zoe, Leaf ou Model S, começaram finalmente a chegar ao mercado propostas veradeiramente excitantes. Não apenas para andar a direito, onde os elétricos normalmente são muito bons, mas para atacar umas curvas com um sorriso no rosto.

No topo desta hierarquia encontramos dois modelos de marcas bem distintas: Porsche e Hyundai. A Porsche com o Taycan e a Hyundai com o IONIQ 5 N. Dois modelos que passaram recentemente pelo YouTube da Razão Automóvel.

Mesmo baixando um pouco a potência e suavizando a abordagem à condução, não faltam modelos que nos mostram que os elétricos são merecedores de um lugar na garagem… até de quem gosta de conduzir. Aliás, ter garagem (ou lugar onde carregar) é um bom princípio para ter um elétrico.

Mais um exemplo recente, sem entrar em extremos: o Volvo EX30. Podem trazer os modelos equivalentes a combustão que quiserem (um Hyundai Kauai N-Line, por exemplo), no final do dia vou escolher sempre o modelo sueco. Ainda para mais está relativamente barato, face ao produto premium que é.

Volvo EX30 CPNE - 3/4 de frente
© Volvo Portugal Digam lá que não ficou engraçado. A Volvo pegou no EX30 e «espetou-lhe» uma decoração histórica. É assim que este modelo vai competir no Campeonato de Novas Energias em Portugal.

E acreditem, não vale a pena escolher a versão Twin Motor Performance (dois motores elétricos e mais de 400 cv). A versão Single Motor com 272 cv de potência é mais que suficiente. Os 5,3 segundos dos 0-100 km/h corroboram as minhas palavras.

Adiante, desconcentrei-me. Admitir que há carros elétricos interessantes de conduzir não é pecado. E admitir que os carros com motor de combustão merecem existir também não. São duas verdades que não deviam doer a ninguém.

Por isso, tenho uma proposta. Vamos esquecer este tema e aproveitar para conduzir enquanto ainda podemos, seja qual for a energia que nos move. Por aqui é o prazer de conduzir.

Sabe esta resposta?
O formato da grelha frontal dos primeiros modelos da Bugatti era baseado em quê?
Oops, não acertou!

Pode encontrar a resposta aqui:

Bugatti. Grelha em forma de ferradura afinal é um… ovo