Ensaio BMW 320e. Conduzimos o Série 3 híbrido plug-in mais acessível da gama

Desde 50 360 euros

BMW 320e. Conduzimos o Série 3 híbrido plug-in mais acessível da gama

A família de híbridos plug-in da BMW ganhou mais um elemento e nós já o testámos. Será que é a escolha mais acertada para toda a gente ou apenas interessa a empresas?

BMW-320e

A BMW tem uma nova versão de acesso híbrida plug-in no Série 3, a 320e, que se junta ao já conhecido — e mais potente — 330e. Com um preço base ao nível do modelo equivalente com motor Diesel, o 320d, este 320e tem “tudo para dar certo”.

Se o 330e, que custa quase 5 000 euros mais, conquistou um espaço interessante dentro da gama Série 3, esta nova versão, que até usa o mesmo motor 2 litros turbo a gasolina, chega com argumentos suficientes para ser “levada muito a sério”.

No papel, os trunfos desta nova versão híbrida plug-in do Série 3 chegam para nos convencer, mas será que também cumpre com o prometido na estrada? É precisamente a isso que lhe vou responder nas próximas linhas…

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BMW 320e
Do ponto de vista estético é quase impossível distinguir este 320e de um “irmão” com motorização Diesel ou gasolina. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Mecânica híbrida com 204 cv

A animar este BMW 320e está o mesmo motor a gasolina de quatro cilindros com 2.0 litros que serve de base ao 330e, mas aqui numa derivação com “apenas” 163 cv.

Aliado a este motor de combustão interna está um motor elétrico de 113 cv que permite um rendimento máximo combinado de 204 cv e 350 Nm.

Com o binário a ser enviado na totalidade para o eixo traseiro, o BMW 320e precisa de apenas 7,6s para acelerar dos 0 aos 100 km/h e atinge os 225 km/h de velocidade máxima.

BMW 320e
No modo elétrico estamos limitados aos 140 km/h. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Graças a uma bateria de 12 kW, situada por baixo dos bancos traseiros, é possível percorrer cerca de 55 km em modo 100% elétrico, sendo que a autonomia total é de aproximadamente 550 km.

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Três modos de condução disponíveis

Temos à nossa disposição três modos de condução (Sport, Hybrid e Eletric) com a gestão da bateria a poder ser feita de duas formas distintas: podemos mantê-la, para usar mais tarde, ou podemos forçar o motor a gasolina a carregar a bateria.

BMW 320e
Três modos de condução distintos podem ser selecionados através de comandos rápidos montados na consola central. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

No modo Sport, a direção é afetada, oferecendo mais resistência, bem como a resposta do acelerador e da caixa, que ficam ligeiramente mais imediatos. Na prática, a caixa retarda a passagem à relação seguinte e acelera as reduções.

Neste modo, que é o mais indicado para explorar todo o potencial dinâmico, o 320e usa sempre os dois motores em simultâneo, para nos oferecer a máxima potência disponível.

No modo Hybrid, e desde que a bateria tenha carga suficiente, é possível circular utilizando apenas o motor elétrico. Porém, a gestão eletrónica do sistema acaba sempre por convocar o motor a gasolina por volta dos 100 km/h.

Esta transição é quase sempre suave, mas quando o motor térmico entra em ação, nota-se um aumento do ruído no habitáculo, que apesar de tudo está muito bem isolado e apresenta o refinamento a que a marca de Munique já nos habituou.

Por fim, no modo Eletric o motor a gasolina permanece desligado, deixando o propulsor elétrico encarregar-se da tração do 320e. A suavidade de funcionamento é notável.

Limitado aos 140 km/h, este modo é indicado para uma utilização em cidade e, naturalmente, pouco aconselhável para vias rápidas ou autoestradas, onde a bateria se descarrega muito rapidamente.

BMW 320e
© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Além da possibilidade da dedução da totalidade do valor do IVA (até um máximo de 50 000 euros, valor sem IVA), temos ainda de somar a menor incidência das taxas de tributação autónoma para despesas relacionadas com o automóvel, que descem para metade.

Se por exemplo num BMW 320d a taxa de incidência é de 35%, no caso do 320e híbrido plug-in é de apenas 17,5%.

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Por tudo isto, para empresas, parece-me óbvio que este 320e é uma proposta a ter em conta. Mas será que a escolha é assim tão simples quando se trata de um particular? A resposta é fácil: não. E passo a explicar…

BMW 320e
© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Para particulares, sem os descontos a que as empresas têm acesso, o custo de aquisição deste 320e é quase o mesmo do modelo equivalente a Diesel, o 320d. Neste caso a escolha deve ser feita com base nos custos de utilização e esses variam de acordo com as necessidades de cada um.

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No caso do híbrido plug-in, os custos de utilização mais baixos só podem ser garantidos se houver possibilidade de carregar em casa e se a utilização for maioritariamente citadina ou, no máximo, mista.

Caso não tenham onde carregar diariamente e façam muitos quilómetros diários, talvez seja interessante continuar a olhar para o 320d, que já conta com tecnologia semi-híbrida com 48V e com a possibilidade de desativar por completo a mecânica de 4 cilindros até aos 160 km/h, alcançando consumos muito interessantes.

BMW 320e. Conduzimos o Série 3 híbrido plug-in mais acessível da gama

BMW 320e Berlina

8/10

O novo BMW 320e — como muitos outros híbridos plug-in — apresenta uma excelente combinação entre performances, consumos e refinamento e, apesar do peso extra, conseguiu manter praticamente intactas as aptidões dinâmicas que sempre caracterizaram o Série 3 da BMW. Para clientes empresarias, e tendo em conta os benefícios na aquisição e no uso, parece-me indiscutível que esta é uma das melhores opções do segmento. Já para os particulares, tudo depende do tipo de utilização e das possibilidades de carregamento. Não podendo carregar diariamente em casa e fazendo muitos quilómetros por dia, se calhar é mais interessante "deitar o olho" ao 320d.

Prós

  • Sistema híbrido
  • Conforto
  • Dinâmica
  • Isolamento e refinamento do habitáculo

Contras

  • Bagageira e depósito de combustível diminuíram
  • Alguns opcionais deviam ser de série
  • Consumos com a bateria descarregada

Versão base:€50.360

IUC: €204

Classificação Euro NCAP: 5/5

€60.056

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:4 cilindros em linha; motor elétrico
  • Capacidade: 1998 cm3 cm³
  • Posição:Motor combustão: Dianteira Longitudinal; Bateria: central traseira
  • Carregamento: Motor combustão: Injeção direta, turbo e intercooler. Motor elétrico: bateria de iões de lítio de 12 kWh
  • Distribuição: 2 a.c.c., 4 válv. por cil. (16 válv.)
  • Potência:
    Potência: Motor combustão: 163 cv
    Motor elétrico: 113 cv às 3170 rpm
    Potência máxima combinada: 204 cv
  • Binário: Binário máximo combinado: 350 Nm

  • Tracção: Traseira
  • Caixa de velocidades:  Automática de 8 velocidades

  • Largura: 4709 mm
  • Comprimento: 1827 mm
  • Altura: 1442 mm
  • Distância entre os eixos: 2851 mm
  • Bagageira: 375 litros
  • Jantes / Pneus: 255/35 R19
  • Peso: 1815 kg

  • Média de consumo: 1,3 l/100 km
  • Emissões CO2: 29 g/km
  • Velocidade máxima: 225 km/h
  • Aceleração máxima: >7,6s

    Tem:

    • Combinação Alcantara/Sensatec preto/costuras em azul/preto
    • Friso interior M com acabamentos em Aluminium Tetragon
    • Frisos exteriores Shadow Line BMW M
    • Bancos dianteiros desportivos
    • Luzes LED com conteúdos expandidos
    • PDC-Sensores estacionamento dianteiros/traseiros
    • Assistente de estacionamento
    • Direção desportiva variável
    • BMW Service Inclusive 5 Anos/100000 km
    • Cruise Control com função de travagem
    • Luzes de nevoeiro em LED
    • Monitorização da pressão dos pneus
    • Encostos cabeça traseiros rebatíveis
    • Pneus Runflat

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