Primeiro Contacto Kamiq. Já conduzimos o “baby-SUV” da Skoda

Chega em fevereiro de 2020

Kamiq. Já conduzimos o “baby-SUV” da Skoda

Kodiaq, Karoq, e agora… Kamiq. Fomos conhecer in loco o mais recente esquimó da família SUV da Skoda, não na Gronelândia, mas em plena Alsácia francesa.

skoda kamiq

Skoda Kamiq. Soa-te estranho? É natural; tal como Karoq, trata-se de uma palavra do dialeto do povo esquimó Inuit, para descrever algo onde nos sentimos bem — foi isso mesmo que a Skoda quis fazer, ao conceber o seu novo SUV de segmento B.

No entanto, e embora a marca checa pareça rendida à língua esquimó, a verdade é que o Kamiq dá mostras de ser bem mais alemão… além de checo. Desde logo, porque tem por base a genuinamente alemã matriz MQB-A0 do grupo Volkswagen, já utilizada em propostas como o Volkswagen T-Cross ou o SEAT Arona, e cuja competência está por demais confirmada.

Quanto aos genes checos, começam por fazer-se notar nas dimensões exteriores, com o Kamiq a superar todos os seus “primos” no confronto da fita métrica. Conseguindo mesmo, com os seus 2,651 m, a melhor distância entre eixos do segmento!

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Um esquimó bem moderno

Relativamente à imagem exterior, a continuação da linguagem de design hoje em dia seguida nos produtos do construtor checo, marcada não só pela solidez, mas também pelos planos cortados e um certo ar desportivo.

Com o Kamiq a juntar a esta imagem de família pormenores muito próprios, como é o caso da opção pela iluminação dianteira bi-partida, com as luzes diurnas em LED pela primeira vez acima das óticas, na continuação da alongada grelha frontal — não deixa de fazer lembrar um pouco o Citroën C4 Spacetourer, mas, ainda assim, é bonito.

Igualmente a favorecer a estética… e a modernidade, jantes em liga leve cujas dimensões variam entre as 16″ e as 18″, piscas dinâmicos a “correr” de dentro para fora e barras de tejadilho.

Além das já tradicionais soluções mais imaginativas, ou — como a marca gosta de chamar — Simply Clever, como é o caso das proteções recolhíveis que protegem os rebordos das portas, do portão da bagageira com sistema de abertura/fecho elétrico, ou da bola de reboque também de acionamento elétrico — nem tudo tem presença garantida no equipamento de série.

Habitáculo, tipicamente Skoda

Por falar em equipamento, são dois os níveis — Ambition e Style —, e podemos garantir-te, desde já, que, com o Style, terás um ambiente totalmente à altura daquilo que são, tradicionalmente, os produtos Skoda.

Bem construído e com materiais agradáveis, com bastante espaço para quatro ocupantes — o túnel de transmissão impõe-se, mesmo com o Kamiq a prometer as melhores cotas de habitabilidade do segmento, por exemplo, ao nível dos ombros —, mas também com um design, equipamento e funcionalidade, capaz de fazer inveja a muitos rivais.

Vamos por partes: com uma posição de condução agradavelmente baixa e amplas regulações, gostei da ergonomia do tablier — cujo frontal, diz a Skoda, replica a linha da frente do Kamiq —, da forma fácil como se acede ao habitáculo e à maioria dos comandos, assim como da boa visibilidade e leitura, tanto do painel de instrumentos 100% digital (opcional), como do ecrã tátil a cores do novo sistema de infotainment já estreado no Scala — dimensões podem ser de 6,5″, 8,0″ e 9,2″; só experimentámos o maior, proposto no Style.

O layout agradou, assim como o grafismo da navegação (similar a outros Volkswagen…), mas também o facto do Kamiq estar permanentemente ligado sem custos acrescidos em termos de dados para o proprietário. Possui ainda Apple CarPlay e Android Auto, pode ser acedido remotamente (por exemplo, para permitir que o serviços de entregas deixe as compras no carro…) e poder tornar-se um hotspot para dispositivos móveis.

Sendo que a Skoda garante igualmente que o sistema contará ainda com uma assistente virtual, a Laura, capaz de falar e atender aos pedidos do condutor. Amiga da Mercedes, certamente…

Menos convincente é o posicionamento, não muito acessível ou funcional, dos botões (sistema de modos condução, incluído) colocados junto à manete da caixa de velocidades, o facto de já só possuir entradas USB-C e até o posicionamento da própria manete. A qual, talvez por estar um pouco recuada, nos levava a bater com o cotovelo nas laterais salientes do (bom) banco, sempre que engrenávamos uma relação par.

 

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Finalmente, lá mais atrás, na bagageira, uma capacidade de carga que começa nos 400 l, com um piso amovível a esconder um alçapão a toda a área do espaço, mas que também pode chegar aos 1395 l, uma vez rebatidas as costas dos bancos traseiros. Dúvidas apenas quanto ao generoso e funcional portão de acionamento elétrico, o qual ainda não se sabe se fará parte do equipamento de série. Em caso afirmativo, será (mais) uma novidade no segmento…

Equipamento, check, check, check…

Quanto ao equipamento, ainda não é possível confirmar a composição final dos dois níveis de equipamento (Ambition e Style) para o mercado português. Mas a oferta será ampla, não apenas nas várias soluções tecnológicas (generoso ecrã tátil do sistema de infotainment, destacado do tablier; virtual cockpit em tudo idêntico às soluções já conhecidas de outros produtos do grupo; quatro modos de condução); como também nas mais recentes tecnologias de segurança e ajuda à condução.

Entre estes últimos, está o Front Assist com Predictive Pedestrian Protection, o Lane Assist e o Multi-Collision Brake, todos propostos de série e a funcionar sem mácula, aos quais é ainda possível acrescentar o Side Assist, Crew Protect Assist, Rear Traffic Alert e Adaptative Cruise Control com actuação até aos 210 km/h — completíssimo!

Motores competentes

Proposto com a mesma gama de motores do “primo” Volkswagen T-Cross e também do “irmão” Scala, a começar no 1.0 TSI a gasolina de 95 cv e 115 cv, seguindo-se um provável (ainda aguarda homologação) 1.5 TSI de 150 cv e, a terminar, o já bem conhecido Diesel 1.6 TDI de 115 cv; todos disponíveis, tanto com caixa manual, como automática DSG.

Skoda Kamiq

Os mais de 200 km que fizemos pelas estradas de montanha e autoestradas da região francesa da Alsácia, ao volante tanto do 1.0 TSI de 95 cv, como do 1.6 TDI de 115 cv, acabaram por demonstrara a competência dos motores do Skoda Kamiq. O qual acabou por confirmar igualmente as expetativas anunciadas pelo responsável da marca checa em Portugal, segundo as quais será o 1.0 TSI de 95 cv, a fazer o grosso das vendas.

Razões para esta confiança? A a competente resposta do pequeno tricilíndrico acoplado à caixa de apenas cinco velocidades (11,1s nos 0-100 km/h, 181 Km/h de velocidade máxima), progressivo na forma como evolui, mas também com genica desde os regimes iniciais, cerca das 2000 rpm.

Skoda Kamiq

Parece poucos cavalos para um SUV de dimensões algo generosas? O Kamiq é tem um peso contido, pouco mais de 1200 kg.

O 1.6 TDI de 115 cv, acoplado a uma caixa manual de seis velocidades, revela maior fôlego (10,2s nos 0-100 km, 193 km/h), mas também maior sonoridade e até vibração; isto, numa altura em que o mercado dá mostras cada vez mais, e neste segmento B em concreto, de uma transição do Diesel para a gasolina.

A terminar, referir apenas que no line-up faz igualmente parte uma versão a Gás Natural Comprimido (GNC), 1.0 G-TEC, a qual, embora prevista para alguns mercados, não deverá constar do catálogo em Portugal. Justificação? A falta de postos de carregamento, a par do fraco interesse dos portugueses neste combustível.

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Comportamento certinho, direitinho

Dinamicamente, temos a boa resposta de uma suspensão um pouco mais firme, que controla eficazmente as transferências de massas — o Skoda Kamiq revelou-se eficaz em todos os trajetos, ágil, seguro e sem oscilações acentuadas da carroçaria.

O SUV checo poderá ainda receber um Dynamic Package com Sport Chassis Control, o qual, além de reduzir a distância ao solo em 10 mm, propõe dois tipos distintos de setup: Normal e Sport — infelizmente não houve oportunidade para o testar, mas a suspensão de série, já se revelou bastante agradável.

Os modos de condução, ou o Driving Mode Select — Normal, Sport, Eco e Individual —, justifica a sua presença com atuações distintas e perceptíveis no aproveitamento das capacidades do motor e resposta da direção.

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Preços? Ainda não há, mas…

Com chegada ao mercado nacional prevista apenas para fevereiro de 2020, o Skoda Kamiq continua, para já, sem preços definidos para o nosso país. Segundo o que conseguimos apurar junto dos responsáveis nacionais da marca, a expetativa aponte no sentido de que o novo B-SUV da Skoda venha a apresentar uma estrutura de preços idêntica à do Scala — com o qual partilha a plataforma.

Traduzido para miúdos, preços a começar nos 22 mil euros, sensivelmente. O que, não fazendo deste o B-SUV mais barato do mercado, deixa-o, também fruto do design, espaço, equipamento e desempenho, em boa posição para vingar.

Kamiq. Já conduzimos o “baby-SUV” da Skoda

Primeiras impressões

8/10
Personalizado nas linhas exteriores e a prometer equipamento bastante completo, o Skoda Kamiq apresenta-se como um esquimó capaz de dar-se bem em regiões mais temperadas, como Portugal, graças também à funcionalidade de um habitáculo bem construído, funcional e espaçoso, uma boa bagageira e um comportamento convincente. Claramente equilibrado nos argumentos, resta saber se o preço (também) ajuda.

Data de comercialização: Fevereiro 2020

Prós

  • Habitáculo funcional e versátil
  • Equipamento
  • Motor 1.0 TSI de 95 cv

Contras

  • Posicionamento dos botões sobre o túnel de transmissão
  • Espaço para pernas no lugar do meio
  • Alguns plásticos
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