Primeiro Contacto Conduzimos o Ferrari 12Cilindri Spider e é impossível resistir-lhe

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Conduzimos o Ferrari 12Cilindri Spider e é impossível resistir-lhe

Para quem pode, o ideal é aproveitar os últimos motores de 12 cilindros da história. O do Ferrari 12Cilindri Spider deve-se ouvir sem capota.

Ferrari 12Cilindri Spider

Primeiras impressões

9/10

Data de comercialização: Maio 2025

De cabelos ao vento com um motor V12 atmosférico de 830 cv e sotaque italiano. O Ferrari 12Cilindri Spider é uma ode ao prazer de condução.

Prós

  • Comportamento eficaz e equilibrado
  • Interior desportivo
  • Prestações
  • Sonoridade do V12

Contras

  • Alguns plásticos no volante
  • Consumos
  • Preço
  • Sem modo de condução individual

Para quem se pode dar a esse luxo, o ideal é aproveitar estes últimos grandes V12 atmosféricos da história. E o Ferrari 12Cilindri Spider está entre os melhores exemplos dessa linhagem em vias de extinção. Porque, com ele, é possível ter tudo: performance, som, exclusividade… e cabelos ao vento.

Tal como o 12Cillindri Coupé — que já conduzimos —, o novo Spider respeita a melhor tradição da marca, com o motor V12 atmosférico em posição central dianteira, a configuração mecânica mais «pura» já adotada pela Ferrari, que pode ser encontrada no primeiro Ferrari a sair da linha de montagem de Maranello, o 125 S em 1947.

Ferrari 12Cilindri Spider - vista superior
© Ferrari O Ferrari 12Cilindri Spider mede 4,73 m de comprimento, 2,18 m de largura (inclui retrovisores) e 1,29 m de altura. A distância entre eixos de 2,7 m é 2 cm mais curta que a do 812 GTS, o antecessor.

Em relação ao antecessor direto, o 812 GTS, o novo 12Cillindri Spider cresce em todos os sentidos, mas a distância entre-eixos é 2 cm mais curta. É também mais pesado, mas não muito — são mais 35 kg. Tem agora 1620 kg, mas é a seco e na configuração mais leve possível, que é opcional. A repartição das massas é de 47,8% à frente e 52,2% atrás.

Até a capota é rápida

A diferença mais evidente em relação ao 12Cilindri Coupé, claro que é a capota rígida retrátil. Esta solução é mais pesada, mas é justificada por ser a melhor em termos de conforto acústico e térmico.

Para mitigar o problema, foi integrada uma nova barra de proteção de alumínio atrás dos assentos, que permite ter um mecanismo completo que é «apenas» 40 kg mais pesada do que se fosse uma capota convencional. Além disso, faz com que fiquem disponíveis 200 litros de capacidade na bagageira — menos 80 litros do que no Coupé.

A capota permite baixar apenas o painel de vidro traseiro, potenciando a ligação acústica entre o condutor e o escape. E se sentir frio quando circula com a capota aberta, há um aquecedor para o pescoço.

O novo Ferrari 12Cillindri Spider promete uma rigidez torcional similar à do coupé, fruto do intenso trabalho de reforço estrutural, e é 15% mais elevada que a do 812 GTS.

As soleiras laterais — combina três tecnologias de fabrico de alumínio — são mais grossas e contam com um método de montagem específico para o Spider.

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Ambiente de corridas por dentro

O interior é marcado por uma equilibrada simbiose de superfícies em Alcantara e carbono. O tabliê estende-se horizontalmente, com uma separação clara entre os elementos da parte superior e inferior.

Do lado do condutor está o painel de instrumentos (15,6”) e do lado do passageiro há um pequeno visor (8,8”) com diversas informações. Em ambos os casos, ladeados pelas saídas de ventilação e com gráficos modernos e precisos. Ainda assim, é aconselhável investir algum tempo para se familiarizar com todas as funções e menus.

Ferrari 12Cilindri Spider - interior
© Ferrari Há conectividade com Apple CarPlay e Android Auto — muito útil, tendo em conta que o carro não tem sistema de navegação próprio — e uma plataforma de carregamento sem fios na consola central.

Há ainda um terceiro ecrã, em posição central e tátil, com 10,25″, onde acedemos às funções mais importantes da nova interface.

Já os assentos são revestidos em pele macia, sendo possível optar por outros mais desportivos, com um maior apoio lateral e estrutura em fibra de carbono.

O volante está repleto de botões — inclui o conhecido manettino —, que serão frequentemente usados em condução rápida e precisa, mas apresentam um plástico de inferior qualidade ao dos rivais. Além disso, também esconde alguns comandos e informações.

E a Ferrari ainda não oferece um head-up display para colocar a informação mais importante diretamente no nosso campo de visão.

Um coração que nunca mais acaba

Como costuma acontecer com os Ferrari de 12 cilindros, o motor é a estrela. As origens do F140-HD remontam ao Ferrari Enzo (2002), mas aqui apresenta-se com 6,5 l (como o antecessor), mas produz agora 830 cv.

É o V12 atmosférico mais potente num modelo de produção em série na marca de Maranello — o Daytona SP3 tem mais 10 cv com o mesmo motor, mas é de produção limitada —, e pode atingir um pico de 9500 rpm.

Ferrari 12Cilindri Spider - motor
© Ferrari Obra de arte mecânica: 6,5 l, V12, naturalmente aspirado, 830 cv às 9250 rpm (limitador às 9500 rpm) e 678 Nm às 7250 rpm. Faz mais 600 rpm que o 812 GTS devido ao uso de bielas de titânio, bem como de pistões e cambota um pouco mais leves.

O binário máximo de 678 Nm só é atingido às 7250 rpm. Este último número não impressiona na era da propulsão elétrica em que estamos a entrar progressivamente, mas mais relevante será o facto de 542 Nm estarem disponíveis logo às 2500 rpm.

A aceleração do Ferrari 12Cilindri Spider é alucinante desde as mais baixas rotações: de 0 a 100 km/h em 2,95s e de 0 a 200 km/h em 8,2s — 0,3s mais lento que o Coupé. E mesmo com um binário relativamente modesto, a natureza atmosférica do motor garante resposta imediata e tende a empurrar os ocupantes com ímpeto contra o encosto do banco.

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Em busca da melhor experiência de condução

Já muito foi dito sobre o contraste dinâmico entre o 12Cilindri e o 812, o antecessor. Apesar da performance alucinante é mais suave, calmo e progressivo.

A suspensão Magnaride permite conviver com o 12Cilindri Spider diariamente em asfaltos que não estejam perfeitos, especialmente no programa Sport (o mais moderado), mas mesmo no modo Race a afinação não se sente demasiado dura.

Joaquim Oliveira ao volante do Ferrari 12Cilindri Spider
© Ferrari Tudo o que já apreciámos na condução do coupé é intensificado com a possibilidade de conduzir de cabelos ao vento no 12Cilindri Spider.

Dito isto, continua a ser um Ferrari: temos um eixo traseiro direcional e a função Lateral Slip Control (SSC) permite até curvar rapidamente com um certo grau de sobreviragem. A direção mostra-se sempre rápida e precisa.

A aderência do Spider é garantida por pneus de igual tamanho aos do Coupé — 275/35 à frente e 315/35 atrás, que envolvem jantes de 21″. Atrás encontramos discos de travão carbo-cerâmicos de série. E quem achar que o curso do pedal do travão é muito curto, é devido ao sistema brake-by-wire, que substitui a bomba convencional por um sensor de pressão que envia o sinal correspondente ao sistema hidráulico.

Ainda assim, e relembrando que os engenheiros da Ferrari confiam muito mais na sua experiência do que no critério dos seus clientes para decidir qual a melhor configuração do carro em cada ocasião, não é possível misturar e combinar os parâmetros de condução.

Por exemplo, combinar uma suspensão mais suave com uma velocidade de resposta intermédia do motor/caixa de velocidades — não é possível. Além disso, a resposta da direção não se altera em função do modo de condução selecionado.

Uma nota final para os consumos. Em ciclo combinado (WLTP) é de 15,9 l/100 km. Previsivelmente quando o ritmo de condução aumenta, o consumo dispara muito acima desse valor. Mas a consciência do condutor não vai pesar porque o Ferrari não mostra a média averbada em lado nenhum.

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Mais de 600 mil euros

O preço do Ferrari 12Cilindri Spider supera o do coupé em algumas dezenas de milhares de euros, mas com um preço a começar um pouco acima dos 600 mil euros — antes de nos perdermos nas possibilidades infinitas de personalização —, os potenciais clientes nem devem notar a diferença.

O rival mais próximo é o britânico Aston Martin Vanquish Volante, que tem números para acompanhar o italiano — V12 biturbo com 835 cv e 1000 Nm —, mas com preços a começar num patamar à volta de 100 mil euros inferior (!).

Veredito

Ferrari 12Cilindri Spider

Primeiras impressões

9/10
Com performances alucinantes, fruto de uns inesgotáveis 830 cv libertados por um «coração» V12 atmosférico, o 12Cilindri Spider consegue juntar o ambiente desportivo e exclusivo do interior às sensações únicas de rodar de cabelos ao vento, tudo com uma qualidade de rolamento com conforto suficiente para o dia a dia.

Data de comercialização: Maio 2025

Prós

  • Comportamento eficaz e equilibrado
  • Interior desportivo
  • Prestações
  • Sonoridade do V12

Contras

  • Alguns plásticos no volante
  • Consumos
  • Preço
  • Sem modo de condução individual

Especificações técnicas

Ferrari 12Cilindri Spider
Motor
Arquitetura12 cilindros em V
PosicionamentoCentral dianteiro, longitudinal
Capacidade6496 cm3
DistribuiçãoDOHC/48 válvulas
AlimentaçãoInjeção direta com admissão variável
Potência830 cv às 9250 rpm
Binário678 Nm a partir das 7250 rpm
Transmissão
TraçãoTraseira
Caixa de velocidadesAutomática (dupla embraiagem) de 8 vel.
Chassis
SuspensãoFR: Independente, MacPherson com amortecedores eletrónicos variáveis
TR: Independente, Multilink com amortecedores eletrónicos variáveis
TravõesFR: Discos ventilados, carbo-cerâmicos;
TR: Discos ventilados, carbo-cerâmicos
DireçãoAssistência elétrica, eixo traseiro direcional
Dimensões e Capacidades
Comp. x Larg. x Alt.4733 mm x 2176 mm x 1292 mm
Distância entre eixos2700 mm
Capacidade da mala200 l
Capacidade do depósito92 l
PneusFR: 275/35 R21; TR: 315/35 R21
Peso1620 kg (a seco)
Prestações e consumos
Velocidade máxima340 km/h
0-100 km/h2,95s
0-200 km/h8,2s
Travagem 200-0 km/h122 m
Travagem 100-0 km/h31,4 m
Consumo misto15,9 l/100 km
Emissões de CO2360 g/km