Ensaio Teste ao Mitsubishi Colt que tem dois depósitos para gasolina e GPL

Desde 20 307 euros

Teste ao Mitsubishi Colt que tem dois depósitos para gasolina e GPL

O Mitsubishi Colt conta com um competente sistema de GPL, que continua a ser uma das soluções mais adequadas para quem quer reduzir custos sem ter de ir para um elétrico.

MItsubishi Colt 1.0 MPI-T Bi-Fuel Kaiteki

7.5/10

Quer custos de utilização reduzidos, mas não gosta de elétricos? Este Mitsubishi Colt GPL pode ajudar.

Prós

  • Autonomia máxima
  • Comportamento dinâmico
  • Custos de utilização
  • Preço

Contras

  • Alguns materiais a bordo
  • Interior datado
  • Visibilidade traseira

No papel parece déjà-vu: motor de um litro com três cilindros, traços familiares e o logótipo de uma marca japonesa colado numa base francesa. É verdade, o Mitsubishi Colt foi atualizado com os mesmos argumentos do Renault Clio.

Algumas mudanças são estéticas, mas a mais importante é mesmo técnica. O Mitsubishi Colt Bi-Fuel tem uma carta na manga que poucos se atrevem a jogar em 2025: pode funcionar a gasolina ou GPL. Num mercado obcecado por elétricos, este pequeno utilitário aposta numa solução clássica para enfrentar o aumento do custo de vida. E, surpresa, faz mais sentido do que se pensa.

Mitsubishi Colt GPL - detalhe dos dois pontos de abastecimento
© André Mendes / Razão Automóvel Conjugando a capacidade dos dois depósitos (gasolina e GPL) a autonomia total excede os 1000 km.

Nunca será demais recordar que hoje os sistemas de GPL, em termos de segurança, não têm nada a ver com os do passado. E que deram origem a alguns vídeos preocupantes nas redes sociais. No caso do Colt, o sistema GPL é de origem e instalado diretamente na linha de montagem.

As mudanças visuais do Mitsubishi Colt não são novidade e já as conhecemos de outros testes a este modelo. Ainda assim, as mais evidentes estão na dianteira, com um conjunto de faróis e uma grelha mais sofisticada. Objetivo? Distanciar-se do Renault Clio.

Missão pouco cumprida, como podemos ver nesta galeria de imagens:

Sendo um utilitário de gema, com pouco mais de quatro metros de comprimento, tem na cidade o seu ambiente predileto. Ainda assim, o Mitsubishi Colt está longe de ficar limitado ao ambiente urbano e faz bem o papel de carro de família, até em viagens mais longas.

Tem espaço suficiente (desde que bem gerido) e prestações para aguentar viagens em família sem que ninguém chegue ao destino com cara feia.

Os anos começam a pesar

Apesar de o Mitsubishi Colt ser relativamente recente e de até ter recebido uma nova imagem exterior, não nos podemos esquecer que herda tudo do Renault Clio e este chegou ao mercado no final da década passada — o sucessor deverá ser revelado ainda este ano.

Por esse motivo — e além do painel de instrumentos digital — a grande maioria dos componentes e mesmo a imagem já começam a acusar o peso dos anos.

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Em termos de qualidade, continua a ser criticável a diferença de acabamentos entre os lugares da frente e os traseiros — nem o forro dos assentos é igual. No entanto, para compensar, o espaço disponível continua a ser razoável para um modelo deste segmento.

Quatro adultos podem viajar com uma boa dose de conforto, a posição de condução é boa e apenas temos de procurar os comandos do rádio que continuam a estar numa haste específica do lado direito da coluna da direção, atrás do volante.

O comutador que nos permite optar pela utilização de gasolina ou GPL encontra-se no lado esquerdo, mas do tabliê.

A principal alteração imposta pelo sistema Bi-Fuel, no entanto, está instalada sob o piso da bagageira: o depósito de GPL reduz o volume total disponível. Ainda assim, são 340 litros de capacidade, suficientes para uma rotina diária sem grandes constrangimentos.

Pequeno, mas muito competente

Ao volante, o Mitsubishi Colt cumpre exatamente o que promete. O pequeno motor de três cilindros com um litro de capacidade tem cerca de 100 cavalos de potência. Mas em diversos momentos até parecem ser mais. A entrega de potência é progressiva, a sonoridade discreta e a condução facilitada por uma caixa manual de seis velocidades com um escalonamento adequado.

Além disso, graças a um chassis muito equilibrado, este continua a ser um utilitário muito divertido de conduzir. O alternar entre a gasolina ou o GPL é praticamente impercetível, a menos que estejamos a olhar para a instrumentação. Apenas um eventual «clique» se torna audível em determinados momentos, mas é preciso estar mesmo com muita atenção.

Mais evidente é a média de consumo que, tal como é habitual, é mais gulosa durante a utilização de GPL, do que a gasolina. A grande vantagem, no entanto, continua a ser a mesma: o preço do GPL.

Este conteúdo tem o apoio da BP. Saiba quanto pode poupar se abastecer com a BP.

À data de publicação deste teste, o preço médio de GPL por litro estava ligeiramente acima dos 90 cêntimos, praticamente metade do preço da gasolina.

Durante o nosso ensaio, com um percurso misto — estrada, autoestrada e bastante cidade —, registámos uma média de consumo de 6,5 litros a gasolina e de 8,5 litros a GPL. Apesar da diferença substancial, feitas as contas, acaba por se traduzir num custo de utilização mais reduzido.

Uma fasquia cada vez mais rara

No que diz respeito a automóveis ligeiros de passageiros novos no mercado nacional, um preço em torno dos 20 mil euros é cada vez mais raro e já são poucas as marcas com propostas abaixo desta fasquia.

A Mitsubishi, com o seu Colt, é uma delas e ainda que esse não seja o preço da versão GPL, não está longe…

Já com o extra da pintura metalizada adicionado, o preço final é de 20 757 euros — sendo que os valores indicados não incluem as despesas de legalização, transporte e preparação do veículo.

A unidade ensaiada corresponde ao nível de equipamento Kaiteki, em que já temos direito a um painel de instrumentos digital, ao ar condicionado automático e a um simples sistema multimédia ao qual não falta a compatibilidade com Android Auto e Apple CarPlay.

O preço competitivo, aliado à simplicidade do sistema e à autonomia combinada, faz do Colt Bi-Fuel uma proposta especialmente atrativa para quem percorre muitos quilómetros por mês. E ao contrário de muitas propostas eletrificadas, aqui não há apps, carregadores, nem curva de aprendizagem. Basta abastecer e seguir caminho.

Simples, não é? Também adoro a simplicidade.

Veredito

MItsubishi Colt 1.0 MPI-T Bi-Fuel Kaiteki

7.5/10

Num pacote completo que todos sabemos que origem tem, o Mitsubishi Colt reúne um comportamento dinâmico acima da média com um nível de conforto muito equilibrado para este segmento. Ainda assim, mais do que tudo isso, a grande vantagem desta versão é mesmo o sistema de GPL, a autonomia máxima que proporciona e os seus custos de utilização mais reduzidos.

Prós

  • Autonomia máxima
  • Comportamento dinâmico
  • Custos de utilização
  • Preço

Contras

  • Alguns materiais a bordo
  • Interior datado
  • Visibilidade traseira

Especificações técnicas

Versão base:20.307€

IUC: 111€

Classificação Euro NCAP: 5/5

20.757€

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura: 3 cilindros em linha
  • Capacidade: 999 cm³
  • Posição: Dianteira, transversal
  • Carregamento: Injeção direta, com turbo e intercooler
  • Distribuição: 2 a.c.c. / 4 válvulas por cilindro (12 válv.)
  • Potência: 101 cv entre 4600-5000 rpm
  • Binário: 170 Nm entre 2000-3500 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Manual de 6 velocidades

  • Comprimento: 4053 mm
  • Largura: 1798 mm
  • Altura: 1439 mm
  • Distância entre os eixos: 2583 mm
  • Bagageira: 340 litros
  • Jantes / Pneus: 195/55 R16
  • Peso: 1247 kg

  • Média de consumo: 6,9 l/100 km
  • Emissões CO2: 107 g/km
  • Velocidade máxima: 174 km/h
  • Aceleração máxima: >11,8s

    Tem:

    • Ar condicionado automático
    • Cruise Control com limitador de velocidade
    • Espelhos retrovisores com regulação elétrica, aquecidos, retráteis
    • Sistema de arranque sem chave (KOS)
    • Jante de liga leve 16″
    • Luzes diurnas LED com assinatura visual no para-choques dianteiro
    • Vidros traseiros escurecidos
    • Carregador Wireless para Smartphone
    • Painel de instrumentos digital de 7″
    • Sistema SDA 7″ (c/ Android Auto e Apple CarPlay sem fios)
    • Câmara de estacionamento traseira
    • Sistema de aviso de saída de faixa (LDW)
    • Sistema de mitigação de colisão frontal (FCM)
    • Sistema de Monitorização de Pressão de Pneus (TPMS)
    • Sistema de reconhecimento de sinais de trânsito (TSR)

Pintura metalizada: 450 €

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