Ensaio Dacia Bigster tem preço canhão. Vamos esquecer o Duster?

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Dacia Bigster tem preço canhão. Vamos esquecer o Duster?

O novo Dacia Bigster é uma espécie de Duster XXL, mais espaçoso e robusto. Mas estreia uma motorização híbrida mais potente, com 155 cv.

Dacia Bigster Hybrid 155

8.5/10

Vale a pena pagar mais pelo Bigster ou o Dacia Duster continua a ser a escolha a fazer?

Prós

  • Espaço e versatilidade
  • Preço
  • Sistema híbrido
  • Consumos

Contras

  • Não é o mais entusiasmante de conduzir
  • Materiais

Já foi quase tudo dito sobre o novo Dacia Bigster: é o maior modelo de sempre da marca e aponta diretamente a um segmento onde nunca tinha ousado entrar antes: o C-SUV, que todos os anos gera cerca de três milhões de vendas na Europa.

Apesar desta ambição, a Dacia manteve-se fiel à fórmula que tantos frutos tem dado nos últimos anos: um modelo simples, robusto e com um preço praticamente imbatível, sobretudo quando olhamos para a versão híbrida.

Será que chega para justificar a diferença de preço entre este modelo e o seu irmão mais pequeno, o popular Dacia Duster? Fomos conduzi-lo e descobrir a resposta:

O tamanho importa

Com 4,57 m de comprimento, o Bigster é 23 cm mais comprido do que o Duster, e isso dá-lhe outro tipo de argumentos em espaço e versatilidade. É mesmo um dos SUV mais espaçosos do segmento: oferece muitos centímetros para as pernas nos bancos traseiros e nesta versão híbrida tem uma bagageira com 546 litros de capacidade, cerca de 120 litros a mais do que o Duster equivalente.

Se optarem pelas outras motorizações — mild-hybrid ou GPL — este número pode ser maior, com o Bigster a garantir até 667 litros de capacidade de carga. Eu fiz as contas e posso dizer que não vai ter problemas de espaço quando for de férias.

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As coisas mudaram…

Longe vão os dias em que optar por um Dacia era sinónimo de fazer várias concessões ao nível do conforto e da tecnologia. Hoje essa questão não se coloca, oferecendo aquilo que qualquer cliente atual espera encontrar num modelo novo.

Falo de vários sistemas de ajuda à condução, como travagem automática de emergência ou cruise control adaptativo, mas também de mordomias como Android Auto e Apple CarPlay (disponível sem fios em todas as versões), ar condicionado automático bizona e um painel de instrumentos digital com 10,1”.

Interior Dacia Bigster
O interior é muito semelhante ao do Duster, mas o refinamento a bordo é superior.

É certo que o interior continua a seguir a lógica da simplicidade que encontramos em todos os modelos da marca, mas está no melhor nível em que a Dacia já esteve. E apesar das muitas semelhanças estéticas com o Duster, nota-se uma clara melhoria ao nível da insonorização e do conforto dos bancos.

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O maior trunfo do Bigster…

… é o seu sistema híbrido, que é uma estreia completa dentro do Grupo Renault. O sistema híbrido que encontramos no Duster (e em muitos modelos da Renault) evoluiu e deixou de assentar num motor de 1,6 litros atmosférico de 94 cv, para passar a dispor de um bloco com 1,8 litros, também atmosférico, mas com 107 cv.

Os motores elétricos não sofreram alterações (o de propulsão conserva os 49 cv e o que faz de motor de arranque mantém os 20 cv), mas a bateria é ligeiramente maior, tendo passado de 1,2 kWh para 1,4 kWh.

O resultado é uma potência máxima de 155 cv, mais 15 cv do que o anterior sistema híbrido, que encontramos, por exemplo, no Duster. E olhando para o tamanho deste SUV, esta potência extra veio mesmo a calhar.

O Bigster está disponível com mais três motorizações, todas assentes num motor com 1,2 litros de três cilindros com 130 cv.

A gerir tudo isto continua a estar a já conhecida caixa multi-modo do Grupo Renault, mas está melhor que nunca. Está mais suave, mais rápida e menos errática do que a que encontramos no Duster Hybrid.

Isto resulta numa experiência de utilização mais agradável e, acima de tudo, em consumos muito interessantes.

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Por falar em consumos

Fiz cerca de 1000 km aos comandos do Dacia Bigster e a larga maioria — cerca de 750 km — foram em autoestrada. Sempre a velocidades em torno dos 120 km/h e sempre com o ar condicionado ligado, e os consumos foram sempre inferiores a 6 l/100 km.

Os restantes 250 km foram feitos por estradas secundárias e ambientes urbanos e os consumos foram significativamente melhores: é relativamente simples ficar na casa dos 4,5 l/100 km.

Só muda uma coisa para o Duster

Em estrada aberta, do ponto de vista do comportamento dinâmico, não senti grandes diferenças entre o Bigster e o Duster. Mas outra coisa não seria de esperar, afinal estes modelos partilham entre si a plataforma e o esquema de suspensão (McPherson à frente e barra de torção atrás).

perfil Dacia Bigster
© Razão Automóvel

Dito isto, a suspensão passiva é bastante versátil, permitindo-nos sair de estrada e aproveitar os 19,5 cm de altura ao solo, ao mesmo tempo que se mostra muito competente quando nos mantemos no asfalto.

Não é um SUV entusiasmante de conduzir, mas também ninguém lhe pede que o seja. Por outro lado, é fácil de conduzir e muito equilibrado, revelando-se sempre muito previsível. E isso dá confiança a quem o conduz.

Mantendo a comparação para o Duster, o Bigster é um pouco mais refinado, algo que se explica, quase em exclusivo, pelo trabalho de isolamento acústico adicional que a Dacia lhe dedicou.

Preço imbatível

O Dacia Bigster está disponível em Portugal, na motorização bifuel (gasolina + GPL), por 24 250 euros, um preço imbatível se tivermos em conta o espaço e o equipamento que oferece.

Mas esse argumento também é válido para a versão que testámos, a Hybrid 155, que arranca nos 29 500 euros, mais 2000 euros do que o Duster equivalente. A versão mais equipada, como a que testámos — Journey e Extreme têm o mesmo preço —, tem preços a começar nos 32 505 euros.

E sinceramente, a menos que espaço não seja mesmo uma necessidade, acho que faz todo o sentido pagar este diferencial e optar pelo Bigster. Afirma-se, sem qualquer sombra de dúvida, como um dos melhores modelos que uma família pode comprar.

Veredito

Dacia Bigster Hybrid 155

8.5/10

Era um dos modelos mais esperados do ano e agora que o conduzimos, não desiludiu. A Dacia pegou na fórmula do Duster e aplicou-a ao segmento acima: o resultado é um SUV robusto, com espaço para tudo e mais qualquer coisa, com a tecnologia indispensável e, acima de tudo, com um preço imbatível. É mais um produto vencedor da Dacia.

Prós

  • Espaço e versatilidade
  • Preço
  • Sistema híbrido
  • Consumos

Contras

  • Não é o mais entusiasmante de conduzir
  • Materiais

Especificações técnicas

Versão base:32.505€

IUC: 221€

Classificação Euro NCAP: 3/5

33.555€

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:4 cil. linha,
  • Capacidade: 1793 cm³
  • Posição:Dianteira Transversal
  • Carregamento: Inj. direta; Bateria: 1,4 kWh
  • Distribuição: 2 a.c.c. / 4 válvulas por cilindro (16 válv.)
  • Potência:
    Motor de combustão: 107 cv
    Motor elétrico 1 (gerar corrente elétrica e impulsionar as rodas): 36 kW (50 cv)
    Motor elétrico 2 (Gerador): 15 kW (20 cv)
    Rendimento total do sistema: 155 cv
  • Binário:
    Motor de combustão: 172 Nm
    Motor elétrico 1: 205 Nm
    Motor elétrico 2: 50 Nm
    Rendimento total do sistema: N.D.

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Automática: Multimodo

  • Comprimento: 4570 mm
  • Largura: 1813 mm
  • Altura: 1662 mm
  • Distância entre os eixos: 2702 mm
  • Bagageira: 546-1851 litros
  • Jantes / Pneus: 215/60 R18
  • Peso: 1562 kg

  • Média de consumo: 4,7 l/100 km
  • Emissões CO2: 106 g/km
  • Velocidade máxima: 180 km/h
  • Aceleração máxima: >9,7s

Jantes de liga leve 19″ semi-diamantadas: 300 €
Azul-indigo: 600 €
Pintura bi-tom: 150 €