Opinião Os portugueses que conduzem melhor estão nos Açores e na Madeira

Condução

Os portugueses que conduzem melhor estão nos Açores e na Madeira

Os açoreanos e madeirenses conduzem melhor do que os portugueses do continente. E não é por pouco, a diferença é substancial.

Mitsubishi pick-up em estrada na ilha do Pico, Açores
© Razão Automóvel

Se abriram esta crónica na expectativa de encontrar argumentos científicos para sustentar o título, não vão encontrar. Mas isso não abala a minha convicção: os açoreanos e madeirenses são os portugueses que conduzem melhor. E nem é por pouco… é por muitíssimo.

Algarvios, nortenhos, ribatejanos, alentejanos, beirões e transmontanos, não me levem a mal. Digo isto com a calma de quem cresceu pacificamente nas planícies alentejanas a rir de anedotas sobre as suas origens.

Esta convicção de que os melhores condutores portugueses estão nas ilhas não surgiu do nada. Seis visitas aos arquipélagos sustentam a minha opinião. A última das quais, até teve direito a vídeo no nosso canal de YouTube.

Um vídeo que, apesar do magnífico trabalho da nossa equipa, não faz jus a tudo o vimos. Obrigado Açores!

Mas vamos regressar à Madeira, ainda me lembro da primeira vez que conduzi no Funchal. Entrei na autoestrada e passou por mim um Mitsubishi Space Star com a «faca nos dentes».

Dirão que conduzir rápido não é sinónimo de conduzir bem — e estamos de acordo. Mas há «conduzir rápido» e «conduzir com convicção». Os insulares conduzem com a convicção de quem sabe o que está a fazer. Parecia que estava numa etapa do rali da Madeira.

Cada visita que fiz às ilhas só serviu para consolidar esta percepção. Isso e a percepção que tenho de voltar mais vezes. A ilha do Pico foi o match perfeito para o meu “alentejano state of mind“.

Dir-me-ão que a minha opinião é subjetiva — têm toda a razão. Mas há motivos objetivos para os açoreanos e madeirenses conduzirem melhor do que nós. A geografia do terreno, a tipologia das estradas e condições climatéricas variáveis.

Se os Açores fossem um circuito, eram o Nürburgring-Nordsheleife: um inferno verde. Desafiante, variável e rápido.

Nota-se que sabem conduzir, que têm o chamado golpe de volante. Tenho a mesma sensação sempre que conduzo na Escandinávia.

Querem mais exemplos? Não travam nas descidas, usam a caixa para «segurar» o carro. Algo muito raro de se ver no continente — quem desce quase todos os dias o viaduto Duarte Pacheco, a entrar em Lisboa, sabe do que estou a falar.

Finalmente há outro fator: gostam de automóveis. Não tenho dados para sustentar o que estou a afirmar mas tenho aquele feeling que há uma cultura automóvel muito forte. A maneira como vivem os ralis, os carros que encontramos, os comentários que recebemos e as histórias que nos vão contando, tudo isto aponta nesse sentido.

Se não concordam comigo, tudo bem. Mas comprem um bilhete de avião e vão até lá. Depois falamos sobre isso aqui: