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Quantos automóveis não são produzidos devido à crise dos chips?

Apesar da crise dos chips estar a desagravar este ano, o impacto ainda continua a ser sentido nas fábricas de todo o mundo.

Tesla Model 3
© Tesla

O impacto da crise dos semicondutores ou chips na produção automóvel ainda se faz sentir, ainda que em menor escala do que em 2021 e 2022.

Como é que esse impacto se traduz em números? A consultora S&P Global Mobility fez as contas e estima que 9,5 milhões de automóveis não tenham sido produzidos em 2021 devido à falta de chips. Em 2022 o valor estimado foi de três milhões de unidades.

semicondutores

O ano de 2023 está a ser melhor, mas não tanto como a indústria desejaria, de acordo com as projeções avançadas pela AutoForecast Solutions.

A consultora prevê que este ano se produzam menos cerca de 2,4 milhões de automóveis devido à crise dos chips. Será na América do Norte onde esse impacto vai ser mais sentido:

RegiãoProjeção 2023
América do Norte969 923 un.
Europa574 527 un.
China430 044 un.
Restante Ásia310 601 un.
América do Sul90 532 un.
Médio Oriente/África28 998 un.
Total2 404 625 un.

Risco de agravamento da crise dos chips?

Apesar do desagravamento da crise dos chips a que temos assistido, há a possibilidade, contudo, de que volte a agravar nos próximos anos, como alertou recentemente Joachim Kahmann, que supervisiona as compras de semicondutores da Stellantis:

A principal razão para esse agravamento prende-se com a evolução do próprio automóvel. A eletrificação, digitalização e conectividade dos automóveis de hoje resulta num número e variedade superior de chips por automóvel.

Sam Fiorani, vice presidente da previsão global de veículos na AutoForecast Solutions, como que reforça esse alerta, afirmando que a falta de chips está longe de “ser relegada para os livros de história”.

Fiorani, para mais, acrescenta outra razão para que esta crise esteja longe de ficar resolvida: “a falta de chips providencia uma desculpa para reduzir o acesso a veículos de elevada procura, o que faz aumentar os preços e os lucros”.

“Os construtores poderão não querer desistir das margens elevadas que a oferta limitada de veículos criou”, rematou.

Fonte: Automotive News