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Chineses investem dois mil milhões para criar fábrica de baterias de lítio em Sines

A fábrica de produção de baterias de lítio em Sines vai permitir a criação de 1800 postos de trabalho diretos e pode vir a representar 4% do PIB português.

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A China Aviation Lithium Battery Technology (CALB) é a promotora de um projeto para uma fábrica de baterias de iões de lítio em Sines (distrito de Setúbal), que está em consulta pública até 29 de fevereiro, por indicação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

De acordo com o Jornal Económico, trata-se de uma operação cujo investimento irá rondar os 2060 milhões de euros e que irá permitir a criação de 1800 postos de trabalho diretos.

Para a CALB, o objetivo é dar início à produção até ao final de 2025, para responder à elevada procura que tem por parte dos clientes, sobretudo ligados à indústria automóvel.

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© Miguel Dias/Razão Automóvel

Este parque industrial, localizado num terreno com 45 hectares na Zona Industrial e Logística de Sines, terá capacidade para 15 gigawatts-hora (GWh), o equivalente a 38,6 milhões de células por ano.

Porém, e segundo avança o Jornal Económico, esta capacidade poderá aumentar no futuro. Segundo a referida publicação, numa segunda fase, em 2028, o objetivo é ampliar as instalações e escalar a capacidade dos 15 GWh para os 45 GWh.

Recorde-se que em novembro de 2022, a Lusa noticiou que este projeto poderia vir a representar mais de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, quando estiver em funcionamento.

Qual o impacto ambiental?

De acordo com a CALB, citada pelo Jornal Económico, a produção de baterias de lítio “contribuirá para a transição energética global e para o desenvolvimento da cadeia de valor europeia das baterias, sendo muito relevante para o desenvolvimento do PIB Nacional e Europeu”.

A somar a isso, o promotor confirma que “embora se evidenciem efeitos desfavoráveis, mitigáveis e classificados geralmente como pouco significativos, após implementação de medidas de minimização, e com relevância à escala local, por outro lado, verificam-se também vários efeitos positivos”.

Assinale-se os efeitos positivos socioeconómicos associados, na fase de construção, à utilização de mão de obra local e à atração de trabalhadores para o local da obra, e na fase de exploração, à criação de riqueza, dinamismo económico e promoção de emprego.

CALB

Quanto aos impactos ambientais, a promotora chinesa, citada novamente pelo Jornal Económico, destaca “alguns efeitos negativos significativos, como a eliminação da vegetação para a construção da fábrica, o potencial aumento da pressão nos Recursos Hídricos (consumo) e a potencial pressão imobiliária prevista na fase de exploração”.

Porém, a CALB adianta que “estes aspetos serão devidamente geridos e monitorizados durante a implementação do projeto”.

Fonte: Jornal Económico