Crónicas E se o carro do futuro não for 100% elétrico?

Futuro

E se o carro do futuro não for 100% elétrico?

À luz do que sabemos hoje, a eletrificação total do automóvel é uma inevitabilidade. Mas o paradigma pode mudar se um novo vento soprar a vela da inovação.

Diogo Teixeira com Mazda MX-30 R-EV
© Razão Automóvel

O engenho humano é teimoso e indisciplinado por natureza. As amarras do planeamento não lhe oferecem resistência. É por isso que, sem surpresa, a maioria das previsões falham.

A indústria automóvel é um exemplo claro deste princípio. Quantas vezes os caminhos apontados como certos já se desviaram do rumo original?

Um dos exemplos mais recentes diz respeito à norma Euro 7. Da proposta inicial até à final já muito mudou — para não dizer que mudou quase tudo. E se falarmos da proibição dos motores de combustão até 2035, então aí é que as certezas são cada vez menores.

Em tudo isto, há apenas uma certeza: a descarbonização do automóvel vai ter mesmo de acontecer. Mas será que há mais do que um caminho para alcançar este objetivo?

Percorri mais de 500 km na Islândia, ao volante de um Mazda MX-30 R-EV, para tentar responder a isso mesmo. A total ausência de postos de carregamento e a omnipresença de tantas (e diferentes) fontes de energia renovável à minha volta ajudaram na reflexão:

Inovação. O nosso principal ativo

A capacidade inventiva do ser humano é o principal ativo da humanidade. É graças a ele que, apesar das previsões mais catastróficas, fazemos cada vez mais com cada vez menos e continuamos a prosperar.

Um desígnio para o qual contribui todos os dias a máquina mais perfeita que a natureza já criou: o cérebro humano.

Enquanto escrevo estas linhas, há milhares de engenheiros a tentar encontrar respostas alternativas a um problema comum: as alterações climáticas. E os automóveis, como sabemos, fazem parte da solução e do problema.

É por isso que em Hiroshima, cidade berço da Mazda, há um batalhão de técnicos especializados a trabalhar noutras soluções para além da eletrificação. Curiosamente, numa cidade em que esta mesma capacidade de engenho humano já teve de ser explorada em proporções inimagináveis.

Uma tecnologia alternativa

A Mazda acredita que os combustíveis sintéticos podem ser a peça que faltava no puzzle da descarbonização do setor automóvel. Sim, a eletrificação será cada vez mais uma realidade, mas podem haver alternativas.

Por esse motivo, a marca japonesa continua a apostar nos motores de combustão, nomeadamente nos Wankel. Motores compactos e leves que podem ajudar os veículos 100% elétricos a ir mais longe, gerando energia para as baterias, quando estamos fora da malha urbana.

No vídeo em destaque encontram todas as minhas considerações sobre esta tecnologia. Afinal, o facto de ter percorrido mais de 500 km por algumas das zonas mais inóspitas do planeta, na companhia do Mazda MX-30 R-EV, ajudou a clarificar algumas questões.

No final, no entanto, mantive a mesma dúvida: será que o futuro vai ser mesmo 100% elétrico? Por tudo o que vi nesta viagem à Islândia, parece-me que o futuro ainda não aceita uma resposta única.

Sabe esta resposta?
Em que cidade alemã podemos encontrar o Frey’s Mazda Classic Car Museum?
Oops, não acertou!

Pode encontrar a resposta aqui:

Há uma “meca” do motor Wankel na Europa que é de visita obrigatória