Carros velhos
Portugal. O país dos carros heróis com a pintura queimada
Num país onde 62% do parque automóvel tem mais de 10 anos e quase 900 mil têm mais de 20 anos, este artigo é uma homenagem a todos esses resistentes.

Não é preciso uma análise atenta nem dados da Pordata para constatar que o nosso parque automóvel está envelhecido.
Ao contrário do que aconteceu com a nossa seleção nacional de futebol, a geração de ouro dos anos 90 não foi substituída e vê-se obrigada a cumprir o mesmo papel há mais de duas décadas.
A pintura está queimada, a manutenção atrasada e as avarias sempre à espreita, mas a culpa não é deles.
VÊ TAMBÉM: Carros velhos. Uma paixão que não é para todosDe quem é a culpa então?
A culpa mora nos lugares onde se tomam decisões políticas. Onde se decide aumentar sistematicamente a carga fiscal sobre o automóvel, teimando em não perceber que este é uma parte importante da economia e até da sociedade — em Portugal, o automóvel representa mais de 20% da receita do Estado.
A culpa é de impostos como o IVA, o ISV e um IUC que até penaliza os carros mais recentes.
Ora, num país onde o salário mínimo não vai além dos 635 euros e os salários médios não andam muito longe desse valor, muitos portugueses devem um profundo agradecimento a estes heróis sem capa e com a pintura queimada, que todos os dias cumprem missões para as quais já não estão talhados.
Um agradecimento por se recusarem a parar, por usarem peças baratas, por serem fáceis de reparar e frugais no consumo. No fundo, por permitirem a um país empobrecido não o ficar ainda mais.

É que mesmo sendo o parque automóvel velho, mais vale um país em movimento do que parado. Pergunto-me do que seria da nossa economia se os tais 900 mil carros com mais de 20 anos deixassem de circular de um dia para o outro.
Está na altura de reformar os nossos heróis — neste particular temos de dar razão à Associação Do Comércio Automóvel De Portugal (ACAP).
Porque dirigir ataques sistemáticos ao setor sem o apoiar só continuará a agravar o problema. Eles precisam de descanso, o ambiente, a segurança e a nossa carteira também. A economia agradece.
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